Buracos negros em colisão observados com detalhes

Os cientistas conseguiram obter a localização exacta de um par de buracos negros supermassivos no centro de duas galáxias em colisão a 300 milhões de anos-luz de distância. As imagens de infravermelho foram feitas usando o telescópio Keck II no Hawai e revelam que os dois buracos negros no centro da colisão de galáxias conhecida como NGC 6240 têm cada um deles um disco de estrelas e nebulosas em rotação. As novas imagens foram apresentadas em detalhe na Science Express, uma publicação online da revista Science.Os cientistas já haviam  observado NGC 6240 usando diferentes comprimentos de onda de radiação. Imagens que haviam sido obtidas com o Telescópio Espacial Hubble mostraram as partes exteriores das galáxias em colisão no visível e mostraram longas caudas de maré contendo estrelas abandonadas, gás e poeiras. 

As observações efectuadas usando o Telescópio Espacial de raios-X Chandra da NASA revelaram a presença de dois buracos negros supermassivos no centro das galáxias. O VLBA (Very Long Baseline Array) detectou duas fontes rádio no centro das galáxias. O problema era a conjugação de todos os resultados numa construção coerente.  Têm-se todos estes telescópios e olham para um determinado ponto do céu e vêm coisas muito diferentes," disse o membro da equipa de investigação Willem de Vries da Universidade da Califórnia. O Keck II usa um tipo de método de captura de imagem relativamente recente que se chama óptica adaptiva, que usa uma estrela-guia gerada artificialmente com um laser de modo a proceder a correcções rápidas nos espelhos de fora a corrigir as distorções provocadas na imagem provocadas pela atmosfera terrestre ("seeing"). As imagens do The Keck II têm uma resolução espacial tão grande que os cientistas puderam identificar detalhes no NGC 6240 que explicam melhores o observado a outros comprimentos de onda.

Como uma Pedra da Rosetta, as imagens do Keck II permitiram aos cientistas calibrar pela primeira vez diferentes imagens deste objecto."Agora conseguimos mesmo ver todas aquelas poeiras quentes no infravermelho e associar às emissões nos raios X e rádio que são emitidas mesmo ao redor dos buracos negros," disse a chefe de equipa Claire Max em Santa Cruz na Universidade da Califórnia. Os cientistas pensam que as colisões galácticas são uma das formas das galáxias se formarem e crescerem. A nossa Via Láctea espera-se que venha a colidir com a nossa vizinha Andrómeda dentro de poucos milhares de milhões de anos. Quando isso suceder, poderá ocorrer a fusão de dois buracos negros de forma semelhante ao que está a ocorrer no NGC 6420.   Os cientistas estimam que os dois buracos negros no objecto NGC 6240 vão espiralar um para o outro e fundir-se dentro de 10 a 100 milhões de anos.
Science Express
Fonte: Science

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