Super estrelas no universo jovem

Uma concepção de artista do mega-enxame de formação de estrelas observado a 12 mil milhões de anos-luz, num Universo ainda jovem. Cortesia ESA/NASA e Robert A. E. Fosbery.

Enquanto estudava enxames de galáxias remotos, uma equipe internacional de astrónomos reparou numa estranha mancha de luz vermelha situada para além de um longínquo enxame de galáxias na constelação do Lince. Os investigadores tentaram, sem sucesso, identificar o padrão espectral do misterioso objecto apelidado de Arco do Lince. Após identificarem semelhanças entre este e a nebulosa de Orionte, os investigadores chegaram à conclusão de que este era a projecção alongada de um mega-enxame de formação de estrelas a uma distância de 12 mil milhões de anos-luz, que é maior, mais quente, e intrinsicamente mais brilhante que qualquer outra região de formação de estrelas observada até hoje. 

O que é fascinante é o fato de este objeto aparentar produzir estrelas incrivelmente massivas, muito maiores que praticamente qualquer estrela que vemos na Galáxia, o que leva a crer que não estamos a observar o nascimento de uma galáxia, mas sim a uma galáxia passando por uma fase de enorme crescimento. A força gravitacional do distante enxame de galáxias, que se encontra a 5,4 mil milhões de anos-luz da Terra, forma uma "lente gravitacional", encurvando e intensificando a luz da ainda mais distante região de nascimento de estrelas, permitindo aos astrónomos o estudo de um exemplo deste fenómeno quando o Universo tinha apenas cerca de 15% da sua idade atual. 

Embora existam muitas outras galáxias semelhantes a esta, o fato de esta ser mais brilhante devido à "ampliação" ou lente gravitacional, permite um estudo com muito mais pormenor do que as outras. Esta região de formação de estrelas é um milhão de vezes mais brilhante que a bem conhecida região local da nebulosa do Orionte. Ao contrário das quatro estrelas brilhantes e massivas localizadas no coração da nebulosa de Orionte, a fonte do arco do Lince contém aproximadamente um milhão de estrelas brancas-azuladas, que são pelo menos duas vezes mais quentes do que as da nebulosa de Orionte, ou do que qualquer outra estrela similar na Via Láctea. 

Estrelas massivas normais na nossa vizinhança cósmica têm temperaturas de superfície de cerca de 40 000 graus Celsius ou menos. Contudo, a equipe de astrónomos calcula que as estrelas desta região distante tenham temperaturas de superfície tão altas como 80 000 graus Celsius.

Fonte: ESA/NASA

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