O Vista focaliza maternidade de estrelas


Visão infravermelha VISTA da Nebulosa Pata de Gato créditos:ESO / J. Emerson / VISTAReconhecimento: Cambridge Unidade Pesquisa Astronômica
A Nebulosa Pata de Gato, NGC 6334, é uma enorme maternidade estelar, local de nascimento de centenas de estrelas de grande massa. Numa nova imagem do ESO, obtida com o telescópio de rastreio VISTA (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy) situado no Observatório do Paranal, Chile, radiação infravermelha penetra o gás brilhante e as nuvens de poeira que obscurecem a imagem fazendo com que algumas das estrelas jovens escondidas possam ser observadas. Na direcção do centro da Via Láctea, a 5500 anos-luz da Terra, na constelação do Escorpião, a Nebulosa Pata de Gato estende-se ao longo de 50 anos-luz. Em radiação visível, o gás e poeira são iluminados por estrelas quentes jovens, criando umas estranhas formas avermelhadas que dão ao objecto o seu nome. Uma imagem recente do WFI do ESO (Wide Field Imager), em operação no Observatório de La Silla capturou esta luz visível em grande detalhe. NGC 6334 é uma das maternidades de estrelas de grande massa mais activas da nossa Galáxia.
Destaques do ponto de vista de infravermelho da nebulosa Pata de Gato (NGC 6334) tomadas pelo VISTA. NGC 6334 é uma vasta região de formação estelar cerca de 5500 anos-luz da Terra, na constelação de Scorpius. A nuvem de gás todo é de cerca de 50 anos-luz de diâmetro. NGC 6334 é uma das creches mais ativa de jovens estrelas massivas em nossa galáxia, alguns quase dez vezes a massa do nosso Sol e a maioria nascida nos últimos poucos milhões de anos. créditos:ESO / J. Emerson / VISTA Reconhecimento: Cambridge Unidade Pesquisa Astronômica
VISTA, a mais recente adição ao Observatório do Paranal do ESO, no deserto chileno do Atacama, é o maior telescópio de rastreio do mundo. Trabalha nos comprimentos de onda do infravermelho, o que o torna capaz de observar através de muita da poeira que é um dos aspectos mais belos mas também mais incómodos da nebulosa. Desde modo podemos observar objectos invisíveis nos comprimentos de onda do visível. A radiação visível tende a ser dispersada e absorvida pela poeira interestelar, mas esta poeira é praticamente transparente à radiação infravermelha. O VISTA tem um espelho principal de 4.1 metros de diâmetro e encontra-se equipado com a maior câmara infravermelha alguma vez construída para um telescópio. Partilha das soberbas condições de observação do Very Large Telescope do ESO (VLT), que está instalado no pico adjacente. Com este poderoso instrumento ao seu dispor, os astrónomos mal podiam esperar por observar o nascimento de estrelas jovens grandes na Nebulosa Pata de Gato, algumas com dez vezes mais massa do que o Sol. As observações feitas no infravermelho são significativamente diferentes das observações feitas no visível. Devido à muito menor obstrução da visão por parte da poeira, os astrónomos podem aprender muito mais sobre como estas estrelas se formam e desenvolvem nos primeiros milhões de anos da sua vida. O grande campo de visão do VISTA permite a observação de toda a região de formação estelar de uma só vez com muito mais detalhe do que o alguma vez conseguido.
Esta imagem compara visualizações infravermelho e visível da Nebulosa Pata de Gato. A imagem de luz visível (à direita) foi obtida com o Wide Field Imager no telescópio de 2,2 metros MPG / ESO em La Silla, no Chile (eso1003). A nova imagem de infravermelho (à esquerda) foi tirada com o telescópio no Observatório Paranal VISTA do ESO. No infravermelho, a poeira que obscurece muitas estrelas torna-se quase transparente, revelando toda uma série de novas estrelas, que são de outra maneira invisível.créditos:ESO / J. Emerson
A imagem VISTA encontra-se cheia de inúmeras estrelas da nossa Via Láctea sobrepostas a filamentos de poeira escura que são aqui observados pela primeira vez na sua totalidade. A poeira é suficientemente espessa em alguns lugares para bloquear até a radiação no infravermelho próximo à qual a câmara do VISTA é sensível. Em muitas das áreas com mais poeira, tais como as mais próximas do centro da imagem, aparecem zonas laranja - evidência de outras estrelas jovens activas escondidas e respectivos jactos. No entanto, mais para o exterior estrelas ligeiramente mais velhas são postas a descoberto na imagem VISTA, revelando os processos que as levam desde a sua primeira fusão nuclear pelo caminho incerto dos primeiros milhões de anos das suas vidas. O telescópio VISTA está agora a começar vários grandes rastreios do céu meridional, trabalho que durará alguns anos. O enorme espelho do telescópio, as imagens de alta qualidade, a câmara sensível e o enorme campo de visão tornam-no o telescópio de rastreio no infravermelho mais poderoso do mundo. À medida que estas imagens extraordinárias vão sendo obtidas, o VISTA mantém os astrónomos ocupados a analisar dados, que não poderiam ser obtidos doutro modo. Este gato encontra-se já fora do saco.

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