Constelação de Lyra


A constelação de Lira e as suas vizinhanças.

Depois de Hércules segue-se a constelação de Lira. Esta, embora mais pequena, é facilmente identificável em virtude de possuir uma das estrelas mais brilhantes do céu nocturno : Vega. Na figura 1 indicam-se algumas das estrelas de Lira.


Vega (alfa-Lyr) é a estrela mais brilhante desta constelação e a quinta estrela mais brilhante do céu. Dista cerca de 25 anos luz do Sol. É cerca de três vezes mais massiva do que o nosso Sol e tem um luminosidade 50 vezes superior. É uma estrela de tom azul-branco muito mais jovem do que o Sol. Em 1983 o satélite IRAS (Infra Red Astronomy Satellite) detectou um disco de poeiras frias em torno de Vega o que pode ser o pronuncio da formação de um novo sistema planetário semelhante ao nosso. Um dos mais famosos sistemas estelares quádruplos é epsilon-Lyr. O sistema é vulgarmente designado por Double Double. Numa noite clara e sem Lua é possível identificar as duas estrelas mais brilhantes ambas com magnitude 5.1. Cada uma destas estrelas é por sua vez um sistema binário. A separação das duas estrelas requer em qualquer dos casos um certo poder de ampliação.

Sheliak (beta-Lyr)
é uma estrela de cor esbranquiçada cuja magnitude varia entre 3.4 e 4.3 cada 12 dias e 22 horas. A mudança de brilho resulta da ocultação provocada pela passagem de uma estrela menos brilhante. De facto a observação com grandes telescópios revela que Sheliak possui uma companheira de magnitude 8. Este sistema é um sistema binário próximo, ou seja, um sistema binário no qual a distância de separação entre as duas estrelas é muito pequena. A estrela primária (a mais brilhante), uma gigante do tipo B7, apresenta uma certa deformação devido à influência da sua companheira. Julga-se que a estrela secundária tem uma massa muito superior à primária acretando continuamente matéria desta. Este processo conduz à formação de um disco gasoso em torno da estrela diminuindo assim o seu brilho. Outra estrela dupla variável é delta-Lyr. O par é constituído por uma estrela azul-branca da sequência principal de magnitude 5.6 e por uma gigante vermelha de brilho variável. A magnitude desta última varia aleatoriamente de forma semi-regular entre 4.0 e 5.0. A separação das duas pode conseguir-se através de uns bons binóculos.


A Nebulosa do Anel
 (M57) é uma nebulosa planetária. Este tipo de objectos celestes pode formar-se quando uma estrela semelhante ao nosso Sol atinge as fases finais da sua vida. Depois de passas pela fase de gigante vermelha a estrela liberta as suas camadas mais exteriores formando uma nebulosa em torno do núcleo que evolui para uma anã branca. No caso de M57 esta anã branca tem magnitude 15 estando, por isso, fora do alcance dos telescópios amadores. Quanto à nebulosa circundante pode ser observada mesmo com telescópios de abertura 10mm aparecendo, neste caso, como uma pequena mancha branca. Pode encontrar-se, com maior ou menor dificuldade, entre as estrelas gama-Lyr e beta-Lyr como se mostra na figura 2.

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