Descobertas Planetárias nas Idades Moderna e Contemporânea


William Herschel.

Em 1781, William Herschel descobriu Úrano. De início pensou tratar-se de um cometa, mas os seus dados indicavam uma baixa excentricidade elíptica em torno do Sol, ou seja, uma órbita planetária, com uma órbita a uma distância do Sol entre 19 e 20 UA.

Esta descoberta veio reforçar a crença na Lei de Bode. Pode ver-se que, de acordo com esta, deveria existir um planeta entre Marte e Júpiter. A crença na Lei de Bode levou a uma extensa pesquisa pelo planeta perdido entre Marte e Júpiter. A 1 de Fevereiro de 1801, o astrónomo italiano Piazzi descobriu um objecto de 7.ª magnitude que se ia deslocando de noite para noite contra o fundo estelar. Este objecto, designado Ceres por Piazzi, foi o primeiro asteróide a ser descoberto. Com quase 1000 km de diâmetro, é também o maior de todos os asteróides conhecidos.

No ano seguinte, foi descoberto um segundo asteróide (Pallas), seguido da descoberta de Juno em 1804 e Vesta em 1807. É agora sabido que em vez de um planeta, existe uma enorme quantidade de pequenos corpos (talvez sejam mais de 50.000 os que têm mais de 10 km de diâmetro) que orbitam entre Marte e Júpiter. A evolução destes planetas é dominada por dois factores, a saber: as colisões mútuas e a proximidade do planeta Júpiter que tem 317 vezes a massa da Terra e 2.5 vezes a massa de todos os outros planetas do Sistema Solar juntos. 

A cintura de asteróides, como é conhecida esta imensa quantidade de pequenos corpos, está a desintegrar-se à medida que estes corpos vão colidindo uns com os outros a uma velocidade da ordem dos 5 a 6 km/s, criando poeiras que depois espiralam em direcção ao Sol. A evidência da importância destas colisões é dada pela existência de pequenas famílias de asteróides que estão agrupados com características orbitais semelhantes e que se presumem ser fragmentos de corpos maiores.

A Lei de Bode, embora não coincida depois para os valores dos planetas mais exteriores, Neptuno e Plutão, foi extremamente importante na descoberta da cintura de asteróides.
 Le Verrier.
A descoberta de Neptuno foi a primeira a ser efectuada de uma forma perfeitamente científica. Entre 1790 e 1840, a órbita de Úrano apresentou algumas perturbações comparativamente com uma trajectória convencional. Estas perturbações fizeram suspeitar da existência de um planeta mais longínquo no Sistema Solar. Paul Adams (em 1843) e U.J. Le Verrier (em 1846) usaram as leis da mecânica newtoniana, de forma independente, para prever a massa, órbita e posição deste oitavo planeta, a partir das perturbações observadas em Úrano. Em 1846, Johann G. Galle, no Observatório de Berlim, descobriu Neptuno na 1º posição prevista por Le Verrier.

Esta descoberta constituiu uma das maiores conquistas da mecânica newtoniana e consolidava as Leis de Newton como leis universais.
Clyde Tombaugh.
Neptuno poderá ter sido previamente observado por Galileu cerca de 234 anos antes. Hoje sabe-se que terá estado muito perto de Júpiter nas noites de 27 de Dezembro de 1612 e de 28 de Janeiro de 1613, quando ele detectou um pequeno movimento de uma estrela na posição referida em relação às estrelas vizinhas. Curiosamente, não seguiu a observação desta estrela nos meses seguintes, e por isso perdeu a oportunidade de reconhecer Neptuno como um novo planeta. 

O último "planeta" (de acordo com as novas regras de classificação planetária, Plutão já não é um planeta "principal", mas um planeta anão) do Sistema Solar a ser descoberto foi Plutão. As pequenas perturbações da órbita de Úrano não eram ainda satisfatoriamente descritas apenas pela presença de Neptuno, pelo que os astrónomos começaram na busca de um nono planeta. O facto de procurarem apenas no plano da eclíptica terá atrasado muito a descoberta de Plutão. As previsões iniciais da posição do nono planeta também eram muito incertas. Plutão foi apenas descoberto por Clyde Tombaugh em 1930, com base numa previsão da posição realizada por Percival Lowell. Hoje sabemos que esta descoberta foi fortuita pois a pequena massa de plutão não poderia de modo nenhum explicar as perturbações na órbita de Úrano.
Fonte: Astronomia On-line

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