A nebulosa dos fantasmas

A imagem é composta por observações feitas em 2005 a partir da luz emitida pelo hidrogênio e por registros feitos neste ano devido a emissão de luz por átomos de oxigênio.Nasa/ESA/Hubble Heritage Project (STScI/AURA)
A constelação de Carina é uma região bastante rica para quem gosta de garimpar os céus. Vista com facilidade no Hemisfério Sul, é nessa constelação que se projeta um dos braços do padrão espiral da Via Láctea. Nessa região podemos encontrar dezenas de aglomerados de estrelas, nebulosas e regiões de formação estelar. Também em Carina está localizada a estrela mais massiva conhecida em nossa galáxia, eta Carina. Na verdade, um colega meu, Augusto Damineli, mostrou que eta Carina é um sistema duplo, com duas estrelas muito massivas, uma delas com algo em torno de 70 e a outra com 40 vezes a massa do Sol. Muitos desses aglomerados em Carina contêm várias estrelas de alta massa (com mais de 8 vezes a massa do Sol) que são muito brilhantes e quentes. Por isso mesmo, têm ventos intensos e emitem radiação de alta energia. Com tanta radiação e energia, o resultado é que as nuvens de gás, poeira e gelos são deformadas, esculpidas e comprimidas resultando em condições propícias para a formação de mais estrelas, mas também resultando em imagens fantásticas como essa. Essa imagem em específico mostra uma região de Carina onde tudo isso está acontecendo: vento e radiação formando esse quadro fantasmagórico de nuvens escuras e estrelas em formação. Essa foto é uma composição de imagens da câmera ACS obtida em 2005 pelo telescópio espacial Hubble, onde um dos filtros é para registrar a emissão vinda de átomos de hidrogênio e outro filtro é para detectar a emissão de átomos de oxigênio. Toda essa profusão de estrelas novas, velhas, nebulosa e radiação acontece a 7 mil anos-luz.
A agenda astronômica desta semana está bem agitada. Hoje à noite Júpiter estará em oposição e na madrugada estará em máxima aproximação. A cada 13 meses a Terra e Júpiter se aproximam e desta vez eles estarão 75 milhões de km mais próximos do que a última vez, em 1997. No dia seguinte (22) será a vez de Urano estar em oposição. Ambos os planetas podem ser vistos durante a noite toda, mas Urano precisa de um binóculo ou uma pequena luneta, já que é muito fraco para ser visto a olho nu. No dia 23 finalmente acaba o inverno. Mais precisamente à meia-noite e nove minutos chega a primavera.
Créditos: Cássio Barbosa - G1

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