Sonda da NASA Observa Evolução das Condições na Fronteira do Sistema Solar

As condições na fronteira do sistema solar podem ser muito mais dinâmicas do que se pensava anteriormente, sugerem novas observações. Futuras missões exploratórias são esperadas que sejam desenvolvidas com o objetivo de melhor entender as mudanças nas condições nessa região de fronteira. As novas descobertas foram publicadas no Journal of Geophysical Research – Space Physics, uma publicação da American Geophysical Union. O satélite da NASA Interestellar Boundary Explorer, ou IBEX, produziu um novo conjunto de mapas de todo o céu da interação do nosso sistema solar com a galáxia, permitindo aos pesquisadores continuarem a observar e estudar a interação entre a nossa galáxia e o Sol.

Os novos mapas, foram criados, usando dados coletados durante seis meses de observações e revelam mudanças nas condições da fronteira interestelar que separa as partes mais próximas da nossa galáxia, chamada de meio local interestelar da nossa heliosfera – a bolha protetora que funciona como escudo protetor do nosso sistema solar. O IBEX gerou mapas do céu medindo e contando as partículas referidas como átomos neutros energéticos que são criados na região de fronteira interestelar. Em Outubro de 2009 os cientistas anunciaram que o primeiro mapa de dados produzidos pelo IBEX revelava uma faixa brilhante sem precedentes de átomos neutros energéticos emanando em direção ao Sol desde a borda do sistema solar.

Essa descoberta era inesperada pelos cientistas, pois a faixa de emissão brilhante não era prevista por nenhum modelo teórico da região. Com os últimos conjuntos de mapas uma nova perspectiva se abriu. “Nossa descoberta de mudanças em mais de seis meses na faixa identificada pelo IBEX e outras propagações de átomos neutros desde a borda do sistema solar mostram que a interação do Sol com a galáxia é surpreendentemente dinâmica”, disse David J. McComas, principal investigador do IBEX e vice presidente do Space Science and Engineering Division no Southwest Research Institute em San Antonio. “Essas variações estão mudando em escalas muito curtas de tempo”.

A duração do tempo dessas mudanças é muito breve levando em consideração que o Sol tem um ciclo de atividades de 11 anos e de que em grandes distâncias acreditava-se que o meio era bem uniforme. Os mapas feitos com os dados do IBEX ajudam a delimitar a região de fronteira interestelar, que protege o sistema solar da radiação cósmica galáctica perigosa que caso contrário entraria no nosso sistema. A técnica de imageamento de átomos neutros do IBEX é necessária desde que a região de fronteira não emite luz que pode ser coletada por telescópios convencionais.

 A fronteira interestelar é onde as partículas carregadas do Sol, do chamado vento solar fluem para além da órbita dos planetas e colide com o material existente entre as estrelas. Essas colisões geram átomos energético neutros que viajam em direção ao Sol desde o espaço interestelar a velocidades de 160000 a mais de 3.9 milhões de km/h.

“Essa situação medida pelo IBEX mostra que nosso lugar no espaço não é constante”, disse Dick Fisher, diretor do Heliophysics Division no Science Mission Directorate da NASA. “Entender melhor a dinâmica desse ambiente espacial é vital para o planejamento com sucesso de futuras missões de exploração”. O satélite IBEX foi lançado em Outubro de 2008. Seu objetivo científico era descobrir a natureza das interações entre o vento solar e o meio interestelar na borda do sistema solar.
Créditos:www.cienctec.com.br

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