Galáxia Semelhante a uma Boneca Russa Revela o Verdadeiro Poder de Um Buraco Negro

                   A galáxia NGC 7793. Esta imagem combina raios-X e dados ópticos tomadas com três telescópios.
Seguindo um estudo que mostra o efeito de uma galáxia miniatura enterrada dentro de uma galáxia de tamanho normal – como uma boneca russa – os astrônomos usando o telescópio CSIRO concluiu que buracos negros massivos são mais poderosos do que se pensava antes.Uma equipe internacional de astrônomos liderada pelo Dr. Manfred Pakull da University of Strasburg na França descobriu o que ele chama de um microquasar – um pequeno buraco negro, com o peso similar ao de uma estrela, que emite jatos de ondas de rádio – emitindo partículas no espaço. Chamado de S26, o buraco negro se localiza dentro de uma galáxia regular conhecida como NGC 7793, que está localizada a uma distância de 13 milhões de anos-luz da Terra na direção da constelação do Sculptor. No começo de 2010 Pakull e seus colegas observaram o S26 com telescópios ópticos e infravermelhos, o Very Large Telescope do European Southern Observatory e o Telescópio Espacial Chandra da NASA. Agora eles fizeram novas observações com o rádio telescópio Compct Array do CSIRO. Essas observações mostram que o S26 é quase que um análogo perfeito de rádio galáxias e rádio quasares bem maiores. Rádio galáxias e rádio quasares poderosos estão quase que extintos atualmente, mas eles dominaram o início do universo há bilhões de anos atrás, como dinossauros cósmicos. Esse objetos possuem grandes buracos negros, bilhões de vezes mais massivos que o Sol, que emitem imensos jatos de rádio que se esticam por milhões de anos-luz espaço a dentro.
Os astrônomos estão trabalhando por décadas para entender como esses buracos negros formam esses gigantescos jatos e quanto da energia do buraco negro esses jatos transmitem. Esse gás é o material bruto para formação de estrelas e o efeito dos jatos em estrelas em formação tem sido debatido intensamente.
“Medir o poder dos jatos dos buracos negros, e então seu efeito de aquecimento, normalmente é uma tarefa difícil de ser feita”, disse o coautor do trabalho Roberto Soria da University College London, que fez as observações no comprimento de onda do rádio. “Com esse objeto incomum, um rádio quasar de miniatura em nosso quintal, nós temos a oportunidade única de estudar esses jatos energéticos”. Usando a combinação de dados ópticos, dados de raios-X e dados de rádio, os cientistas foram capazes de determinara quanto da energia desses jatos foi usada para aquecer o gás ao redor, e quanto do jato brilhou no comprimento de onda de rádio. Eles concluíram que somente um milionésimo da energia estava criando o brilho no comprimento de ondas de rádio.
“Isso sugere que em galáxias maiores os jatos são milhares de vezes mais poderosos do que se estimou dessa emissão de rádio”, disse o Dr. Tasso Tzioumis do CSIRO Astronomy and Space Science.
“Isso significa que os jatos do buraco negro podem ser tanto mais poderosos como mais eficientes do que se pensava antes e que o efeito de aquecimento que ele causa na galáxia em que vivem pode ser muito mais forte”. O estudo foi possível graças a uma recente atualização para o Compact Array, que permite que o equipamento trabalhe nesse tipo de pesquisa cinco vezes mais rápido do que trabalhava antes.

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