Estudo mostra que a vida é possível em 'grandes regiões' de Marte

Cientistas australianos, que desenvolveram um modelo das condições de Marte para examinar quais regiões seriam habitáveis, afirmaram em um artigo publicado na edição desta segunda-feira da revista científica Astrobiology que "vastas regiões" do planeta vermelho poderiam abrigar a vida. A equipe de Charley Lineweaver, da Universidade Nacional Australiana, comparou modelos de condições de temperatura e pressão com as de Marte para calcular quanto do planeta seria habitável para organismos similares aos terrestres. Enquanto apenas 1% do volume da Terra - do centro à alta atmosfera - abriga vida, Lineweaver disse que seu modelo inédito demonstrou que 3% de Marte são habitáveis, embora a maior parte deste percentual esteja no subterrâneo.

"O que tentamos fazer, simplesmente, foi pegar quase toda a informação de que dispunhamos, juntá-la e dizer 'a ideia geral é consistente com a existência de vida em Marte?'", disse o astribiólogo à AFP. "E a resposta simples é sim... Há vastas regiões em Marte que são compatíveis com a vida terrestre", acrescentou. Enquanto estudos anteriores assumiram uma abordagem "fragmentada" ao examinar locais específicos de Marte em busca de sinais de vida, Lineweaver disse que sua pesquisa é uma "compilação abrangente" de todo o planeta, com base em décadas de dados. Foi encontrada água congelada nos pólos de Marte e o estudo da universidade australiana examinou quanto do planeta poderia reter água, "que o tornasse habitável nos padrões terrestres para micróbios similares aos terrestres".

O ambiente de baixa pressão de Marte significa que a água não pode existir em estado líquido e vaporizaria na superfície, mas Lineweaver afirmou que as condições seriam adequadas no subterrâneo, onde o peso do solo daria a pressão adicional necessária. O planeta seria quente o suficiente em algumas profundidades para bactérias e outros microorganismos se desenvolverem, devido ao calor do centro do planeta. A temperatura média na superfície de Marte, o vizinho mais próximo da Terra, é de -63ºC. Lineweaver afirmou que seu estudo é "a melhor estimativa já publicada sobre quão Marte é habitável para os micróbios terrestres" e uma descoberta significativa, uma vez que a humanidade evoluiu a partir da vida microbiana.  "Não é importante se você quiser descobrir quais são as leis da física e quiser falar com alienígenas inteligentes capazes de construir naves espaciais", brincou.

"Mas, o que é relevante aqui se refere às origens da vida e à probabilidade de que a vida comece em outros planetas". O Curiosity Rover, da Nasa, o maior e mais sofisticado robô explorador já construído, está a caminho de Marte, onde deve pousar em agosto de 2012. Ele é equipado com um feixe de raios laser para pulverizar rochas e um kit de ferramentas para analisar seu conteúdo, bem como um braço mecânico, uma perfuratriz, câmeras e sensores que o habilitam a enviar informações sobre o clima e a radiação atmosférica de Marte. Curiosity deve pousar na cratera Gale, perto do equador marciano, escolhida por sua montanha de sedimentos de 5 km de altitude, que se espera que vá revelar pistas sobre o passado úmido do planeta. Lineweaver lamentou que a missão da Nasa não tenha a capacidade de escavar em profundidades suficientes para encontrar a vida que seu estudo previu em modelagens, mas o Curiosity seria capaz de examinar na cratera "pelo menos as margens" do que um dia foram as profundezas marcianas.
Fonte: http://br.noticias.yahoo.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cavalo-marinho cósmico

Mu Cephei

Eta Carinae

Fobos sobre Marte

Agitando o cosmos

Nebulosa Crew-7

Isolamento galáctico

Júpiter ao luar

Galáxia Messier 101

A Lagoa Profunda