Será possível a existência de planetas inteligentes?

Você lembra do planeta “vivo” de Avatar, que conversava com seus habitantes através de estranhas ligações?
Será que um planeta assim, consciente, com todos os seres conectados, um planeta vivo e inteligente, existe? Até agora, a ideia de um planeta inteligente parece ser um pouco utópica. Os cientistas dizem que, baseado na química e no comportamento das coisas vivas e não vivas – que conhecemos, claro – você não deve apostar em um Pandora, por exemplo.  “Do modo como a evolução funciona, não vejo isso acontecendo”, afirma o cientista Peter Ward, da Universidade de Washington, EUA.

Megafauna
Os planetas são formados com a junção do gás e poeira cósmicos que sobram da formação estelar. Do que já conhecemos dos planetas, rochas, líquidos e gases aglomerados, não há como um planeta desenvolver algum tipo de consciência. O único caso planetário que chegou um pouco mais perto disso foi a Terra, que eventualmente foi povoada por moléculas que se autorreplicavam e carregavam informações.  “Nós temos que usar a história da Terra como guia”, afirma Ward. E com isso a ideia de um superorganismo gigante cai por terra.

Drenagem cerebral
São necessários um cérebro muito grande e um sistema nervoso muito desenvolvido para que certa inteligência seja exibida. E para isso é preciso muita energia. Nosso cérebro corresponde a 3% do nosso corpo, mas consome 20% da nossa energia. Poucas criaturas desenvolvem mais inteligência do que as pressões evolucionárias exigem. Se pensarmos em algum tipo de massa viva que cobriria a terra inteira, tornando o planeta inteligente, sua necessidade parece ser muito pequena. A competição entre as espécies, pelos recursos naturais, é outro ponto que impede a ideia de um planeta inteligente. Não apenas as espécies competem entre si, mas tentam se aproveitar e passar por cima das outras. No fim, as criaturas não são programadas para começar a cooperar e fluir como um corpo único. “Com a seleção natural, alguns vivem e alguns morrem”, afirma Ward.

Consciência coletiva
Existem poucas exceções para essa regra. Colônias de insetos, por exemplo, são compostas por milhares de indivíduos, que agem em conjunto para garantir a sobrevivência. “Sociedades como as das abelhas e formigas são o máximo do altruísmo”, diz Ward. Por isso não fica totalmente fora de questão uma série de seres, em uma colônia única gigante, que agissem como uma mente apenas, até que os recursos acabassem. Essa noção, entretanto, traz um problema: comunicação. Formigas usam feromônios para se comunicar, e nossos corpos usam nervos. Mas imagine um organismo do tamanho da Terra.  “Se o pensamento for de certa maneira distribuído (em um planeta inteligente), ele será mais lento do qualquer coisa que você possui em casa”, afirma o astrônomo Seth Shostak.

Gaia?
Apesar de todas essas considerações, alguns cientistas defendem o argumento de que a Terra deveria ser pensada com um organismo gigante. A “hipótese Gaia” propõe que a vida na Terra funciona em conjunto, para manter o habitat sustentável. Dessa maneira, a salinidade e o pH dos oceanos, por exemplo, seriam ideais porque a vida fez dessa maneira. A hipótese é muito controversa, já que temos muitos casos em que a ideia da Terra tomando ações para defender a vida parece não se sustentar. “A vida já se sabota muito sem estar conectada através da inteligência”, comenta Ward. Shostak também não acredita muito nisso. “Após bilhões de anos aqui, nós não vemos muito a flora e fauna fazendo isso. Tudo é interdependente, mas poucos se comportam como um único organismo”. Pelo jeito, no momento, a hipótese Gaia fica no campo da ficção.
Fonte: hypescience.com
[LiveScience]

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