Telescópio ganha robô de 24 braços para registrar galáxias

Equipamento tem 24 braços robóticos que funcionam a -200°C.
Foto: STFC/Divulgação
O Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) recebeu no Chile um novo instrumento criado em Edimburgo por pesquisadores do Reino Unido e Alemanha. O Espectrômetro de Multi-Objeto em Banda K (KMOS) será capaz de registrar diversas galáxias simultaneamente. Até agora, os espectrômetros tinham de identificar cada galáxia individualmente para obter informações, um processo que levava anos.

O "Banda K" no nome se refere a uma área específica do espectro eletromagnético. Segundo o Conselho de Ciência e Tecnologia do Reino Unido, o equipamento utiliza 24 braços robóticos criogênicos (que operam a -200°C), com espelhos de ouro nas extremidades, que podem se mover para apontar com precisão para a luz vinda de galáxias distantes. Isso permite que o espectrômetro registre em dois meses a mesma quantidade de informações que outro equipamento levaria anos.

"O KMOS representa um passo essencial na nossa busca por investigar o universo distante. A habilidade de observar no infravermelho próximo 24 galáxias simultaneamente é um enorme salto comparado com qualquer outro instrumento. Ele vai possibilitar uma pesquisa muito mais rápida (...) A maioria das observações feita por espectroscopia do infravermelho próximo feita nos últimos 10 anos pode ser feita em dois meses com o KMOS", diz Michele Cirasuolo, cientista que liderou o projeto de criação do equipamento.

O robô é capaz de analisar cada detalhe de uma galáxia (seu núcleo, bojo, braços e outras áreas) ao mesmo tempo e identificar suas propriedades físicas e químicas. "Para cada uma das galáxias, o KMOS nos dará uma quantidade incrível de informação. Não é apenas uma imagem de uma galáxia, mas espectroscopia 3D que provê explicações sobre a física espacial, a química e a dinâmica. Isso é crucial para entender como galáxias adquirem sua massa e formam sua estrutura ao longo do tempo cósmico, até a formação das primeiras galáxias, há mais de 13 bilhões de anos", diz Michele.

Para registrar galáxias no infravermelho próximo, o equipamento precisa de uma temperatura muito baixa - ou o calor emitido pelo equipamento atrapalha a observação. O espectrômetro será analisado pelo ESO e depois instalado no telescópio VLC.
Fonte: Terra

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