Superaglomerados de galáxias, vácuos e rede cósmica

Primeira imagem da teia cósmica, observações mostram a estrutura apenas à frente do quasar. Imagem: A. Klypin/J. Primack/S. Cantalupo
Primeira imagem da teia cósmica, observações mostram a estrutura apenas à frente do quasar.

Nesse artigo falaremos um pouco sobre superaglomerados de galáxias e sobre os vácuos do universo que compõem a chamada rede cósmica, que segundo os modelos atuais interliga as galáxias no universo. O  atual modelo cosmológico de formação de estruturas no universo, propõe que galáxias e superaglomerados de galáxias, fazem parte de uma imensa rede cósmica de matéria, e a maioria dessa matéria (cerca de 84 por cento), é a chamada matéria escura. Essa rede é idealizada por pesquisadores através de simulações da estrutura do universo. A rede cósmica foi visualizada através do brilho de um Quasar, Os astrônomos não tem uma estimativa exata, mas a rede cósmica pode ser formada por milhares de superaglomerados, que são conjuntos imensos de galáxias ligadas pela gravidade com milhões de anos-luz de diâmetro.

Os Superaglomerados de Galáxias

Os superaglomerados de galáxias permanecem juntos devido a sua ligação gravitacional. A gravidade os matem unidos, não obstante à ação da expansão do univeros, os superaglomerados de galáxias permanecerão juntos e orbitando uns ao outros durante bilhões de anos. Nós também estamos em um superaglomerado que foi recentemente mapeado e nomeado como Laniakea, porém ele tem metade do tamanho e dez vezes menos massa que o superaglomerado Shapley. A Via Láctea é parte de um pequeno aglomerado chamado de grupo local que é parte de um grupo de aglomerados maior chamado aglomerado de Virgem.

Estamos na periferia dele. Imagine como se fosse um endereço: você mora em uma rua de uma cidade em um estado e em um País. A Via Láctea também tem essas associações mais amplas da qual é parte. Os superaglomerados de galáxias são os bairros mais populosos do espaço, mas circundam regiões enormes em que não há quase nada e que são chamadas de Vácuos. Os vácuos são o oposto dos aglomerados. Os aglomerados são onde encontram todas as galáxias e os vácuos são onde não há galáxias. Vemos este tipo de estrutura de redes de aglomerados e vazios em sequência como se fossem cidade e campo.

O Superaglomerados Shapley

O maior superaglomerado de galáxias conhecido atualmente, é o Shapley (também nomeado como SCl 124). Essa densa região de galáxias se estende por 400 milhões de anos-luz de comprimento, De modo que a mais rápida nave construída pelo homem levaria alguns trilhões de anos para atravessa-la. O superaglomerado Shapley inclui várias galáxias e está há 650 milhões de anos – luz da Via Láctea. Os astrônomos conhecem os superaglomerados desde os anos 50, mas agora determinam sua origem por meio do de microondas cósmicas, que consistem na radiação deixada pelo Big Bang. Todos os superaglomerados – inclusive o Shapley – originaram-se durante a formação do Universo a mais de 13,7 bilhões de anos.

O universo evolui e se expande e a gravidade age como uma força de atração e qualquer região que tenha densidade extra atrai mais matéria. O Shapley é um aglomerado que foi acumulando muitas outras galáxias que caíram nele e foi assim que ele ficou tão grande com o passar tempo. Os cientistas acham que o Shapley pode ser ainda maior do que parece. Talvez estejamos vendo apenas uma pequena parcela do que realmente esteja contido nele. Quando o explorador infravermelho de campo amplo for lançado, veremos 10 vezes mais longe, e esperamos ver o resto do superaglomerado para sabermos se ele é realmente maior do que os cientistas pensam.

Os Vácuos do Universo
Vácuo de Bootes
Os vácuos provavelmente se formaram no primeiro microssegundo do Big Bang, na forma de regiões com densidades mais baixas, e que com o tempo, foram ficando cada vez menos densas. Vácuos e Superaglomerados são alguns dos gigantes contidos na estrutura maior chamada de Rede Cósmica. O maior vácuo conhecido no Universo é o vácuo de Bootes, cujo nome vem da constelação na qual se situa. Este espaço vazio tem 250 milhões de anos – luz de comprimento, ou 2,500 vias lácteas lado a lado. Se olhar em qualquer direção do Cosmos, você verá algumas coisa: matéria, galáxias, gás, poeira e perceberá a matéria escura. Em todo lugar existe alguma coisa, mas também há esse “buraco gigante” sem nada dentro. O vácuo de Bootes, descoberto em 1981,  praticamente não tem galáxias. Um novo modo de buscar outros vácuos é obter medidas exatas da temperatura da radiação de fundo de microondas cósmica. Pontos frios na radiação podem indicar grande vácuos distantes. A história da sua formação é o inverso da formação dos superaglomerados.

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