Grande e fria nuvem de gás cianeto descoberta em Titã

photo credit: Two views of Titan showing the southern polar vortex, a huge, swirling cloud first observed in 2012. The left is a spectral map of Titan, the inset is a natural-color close-up / NASA/JPL-Caltech/ASI/University of Arizona/SSI/Leiden Observatory and SRON
Algum tempo depois do último equinócio da maior lua de Saturno, astrônomos descobriram uma nuvem gigante e tóxica sobre o pólo sul de Titã. A presença de partículas de cianeto de hidrogênio congeladas indicam que a atmosfera no interior do vórtice polar é muito, muito mais fria do que se pensava – cerca de cem graus Celsius a menos. Os achados, publicados essa semana na revista Nature, nos faz repensar o que nós realmente sabemos sobre a atmosfera de Titã. Assim como a Terra, Titã também tem estações. Ela orbita o Sol a cada 28 anos (sendo levada por Saturno) e cada estação dura aproximadamente sete anos.

A última vez que as estações mudaram foi em 2009: a primavera se ‘transformou’ em inverno no hemisfério norte e o outono se ‘transformou’ em verão no hemisfério sul. Em Maio de 2012, durante o outono no sul, astrônomos detectaram uma imensa nuvem no pólo sul de Titã. Ela cobria cerca de um milhão de quilômetros quadrados e estima-se que tenha uma altura de 300 quilômetros. Pesquisadores atribuíram esse vórtice à mudança de estações, mas as estimativas anteriores das temperaturas a essa altitude tem sido quentes de mais para favorecer a formação de nuvens.

Para ver o que deu origem à nuvem misteriosa, um time liderado por Remco de Kok, da Universidade de Leiden, analisou observações da sonda Cassini do espectro da luz solar refletida pela densa atmosfera de Titã. Ele descobriu que a nuvem é feita por partículas de cianeto de hidrogênio, ou gás cianeto (HCN), congeladas. “A luz vinda do vórtex polar mostrou uma diferença notável em relação às outras partes da atmosfera de Titã”, de Kok diz em um comunicado da NASA. “Nós poderíamos claramente perceber a particularidades das moléculas de HCN.

Como um gás, o HCN está presente em pequenas porções na atmosfera, mas achar essas moléculas em forma congelada é surpreendente: o HCN só se condensa para formar partículas congeladas se a temperatura da atmosfera estiver abaixo de cento e quarenta e oito graus Celsius. Isso é cerca de cem graus mais baixo do que os modelos da atmosfera de Titã mostravam.

“Essa é uma grande mudança no longo ciclo anual de Titã e é mais frio do que pensava-se ser possível”, de Kok diz em um comunicado da universidade. “Isso sugere que uma vez que o pólo está na sombra, a atmosfera superior funciona como um radiador de calor extremamente eficiente”. Observações em infravermelho da sonda Cassini confirmar que o hemisfério sul, escuro, de Titã tem se resfriado rapidamente. A circulação atmosférica tem atraído grandes massas de gás na sua direção desde as mudanças de estação, em 2009. à medida que o gás HCN se torna mais concentrado, as suas moléculas brilham mais em ondas infravermelhas.
Fonte: Ciência e Astronomia

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