Sonda detecta possível atmosfera sobre pontos brilhantes de Ceres

Pontos brilhante em Ceres

Ao que tudo indica, aqueles estranhos pontos brilhantes observados nas crateras do planeta anão Ceres não são feições estáticas, mas a fonte de uma possível atmosfera criada pela sublimação de algum material ainda não identificado. Desde que a onda Dawn chegou a Ceres, em fevereiro de 2015, uma série de perguntas passou a rondar a cabeça dos cientistas planetários e do público - leigo ou não - interessado nos mistérios do Sistema Solar. Entre os inúmeros questionamentos, talvez o mais popular seja sobre os intrigantes pontos brilhantes encontrados no fundo de algumas crateras. Até agora ninguém sabe ao certo do que se tratam, mas o mistério pode estar chegando ao fim.

De acordo com o principal investigador da missão, Christopher Russell, ligado à Universidade da Califórnia, os famosos pontos brilhantes da cratera "Occator" parecem estar sublimando material no espaço, criando uma espécie de atmosfera localizada dentro das paredes do buraco, de 92 quilômetros de diâmetro. "Se você olhar em um ângulo bem específico verá o que parece ser neblina, que vai e volta de modo bem regular", disse Russell. Segundo o cientista, isso reflete uma possível sublimação que estaria gerando a atmosfera no interior da cratera, mas que não vai além do seu limite.  Esta nova informação parece reforçar ainda mais o argumento dos pesquisadores que argumentam que os pontos brilhantes de Ceres são compostos de gelo, em vez de algum tipo de sal.

Além da possível sublimação (passagem instantânea do estado sólido para o gasoso), os dados da nave Dawn revelaram que Ceres tem 962 km de diâmetro, 12 km a menos do que se pensava o que torna Ceres 4% mais denso. Baseados na densidade de Ceres, os cientistas sabem que o planeta anão contém grande quantidade de água, a maioria sob a forma de gelo. No entanto, alguns pesquisadores acreditam que a água líquida pode existir em lugares abaixo da superfície. "É possível que os sistemas de água associados com Ceres possam abrigar algum tipo de vida, por isso é importante passar algum tempo sondando sua superfície e estudar quais as implicações astrobiológicos", disse Russel.

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