Participação brasileira em megatelescópio deve sair da gaveta
A adesão do Brasil ao ESO (Observatório Europeu do Sul), o maior complexo astronômico do mundo, deve ser o primeiro grande projeto de expansão da ciência brasileira a sair do papel --isso se o contingenciamento de recursos anunciado na quarta-feira (15) pelo governo federal permitir. O MCTI (Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação) acaba de enviar à Casa Civil o termo que define a participação do Brasil no ESO. O documento será apreciado, em seguida, pelo Congresso. Assinado em dezembro de 2010 entre o então ministro Sergio Rezende e o diretor-geral do ESO, Tim de Zeeuw, o projeto previa um custo para o Brasil de cerca de R$ 555 milhões nos próximos 11 anos. O objetivo é a construção do E-ELT, o maior telescópio terrestre existente na Terra. Em 2011, o processo não avançou, deixando apreensiva a comunidade astronômica brasileira, majoritariamente favorável ao projeto (mas não unanimemente; pesquisadores renomados, como João Steiner, da USP, dizem que o custo é alto demais