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Astrofísica: As 3 perguntas mais frequentes

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Esteja na sala de aula, em uma festa ou conversando com visitantes do planetário onde trabalha, Charles Liu sabe que cedo ou tarde alguém vai fazer uma dessas três questões. “Eu nunca estive em um local público onde as pessoas soubessem o que eu faço e ninguém perguntasse algo do tipo”, comenta o cientista. Ele é professor de astrofísica e trabalha no planetário Hayden. Ao longo dos anos, Liu desenvolveu algumas respostas muito sólidas, baseadas em evidências científicas e em sua opinião, para essas três questões. Aqui vão elas: Existe um Deus? “O que eu digo para as pessoas é que a ciência, em geral, e a astronomia, em particular, não ficam pensando se existe ou não um Deus. Na ciência, as conclusões são tiradas a partir de evidências e confirmações de previsões, e é isso que diferencia o conhecimento científico do não científico. Recentemente, o Papa Bento disse algo do tipo: ‘A teoria do Big Bang é a prova de que Deus existe’. Na verdade não é. É só uma prova de algo acont

Novo telescópio fará a primeira imagem de um buraco negro

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Um grupo de astrônomos está planejando algo ambicioso e sem precedentes – capturar a primeira imagem de um buraco negro. Os pesquisadores querem construir um instrumento virtual do tamanho da Terra, o Telescópio “Event Horizon”. Ele será uma rede mundial de telescópios de rádio poderosos o suficiente para fazer a primeira imagem de um buraco negro massivo no centro da Via Láctea.  “Ninguém até hoje tirou uma foto de um buraco negro”, comenta Dimitrios Psaltis, da Universidade do Arizona. Psaltis foi um dos organizadores de uma conferência para organizar esse projeto. Os buracos negros são estruturas exóticas com um campo gravitacional tão poderoso que nada escapa – pelo menos é o que diz a opinião comum entre os cientistas. Sobre a ideia de fotografar um buraco negro, Sheperd Doeleman, o principal cientista do projeto, afirma que “mesmo há cinco anos esse propósito não seria credível. Agora temos tecnologia para isso”.  Doeleman e sua equipe querem criar uma rede com até 50 t

Telescópio Kepler encontra 11 sistemas planetários e 26 exoplanetas

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A imagem mostra as posições orbitais dos planetas nos sistemas com múltiplos planetas em trânsito descobertos pelo telescópio Kepler.[Imagem: NASA Ames/Dan Fabrycky] Abundância planetária O telescópio espacial Kepler, da NASA, descobriu 11 novos sistemas planetários, que hospedam 26 exoplanetas confirmados. A descoberta praticamente dobra o número de planetas extrassolares já confirmados e triplica o número de estrelas conhecidas por ter mais de um planeta que transita, ou passa em frente, à estrela. Cada um dos novos sistemas planetários confirmados contém de 2 a 5 planetas. Os planetas orbitam perto de suas estrelas hospedeiras e variam em tamanho de 1,5 vez o raio da Terra até maiores do que Júpiter. Quinze deles ficam entre as dimensões da Terra e de Netuno.  "Em apenas dois anos, olhando para um pedaço de céu não muito maior do que seu punho, o Kepler descobriu mais de 60 planetas e mais de 2.300 candidatos a planetas. Isto nos diz que a nossa galáxia é positi

Há 160 bilhões de planetas na nossa galáxia?

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Ilustração mostrando a conclusão dos cientistas de que há muito mais planetas do que estrelas na nossa galáxia. [Imagem: ESO/M. Kornmesser] Planetas são a regra, não a exceção Uma equipe internacional de astrônomos utilizou a técnica de microlente gravitacional para determinar quão comuns são os planetas na Via Láctea. Após uma busca que durou seis anos, com a observação de milhões de estrelas, a equipe concluiu que os planetas em torno de estrelas são a regra e não a exceção. Durante os últimos 16 anos, os astrônomos detectaram mais de 700 exoplanetas confirmados - o telescópio espacial Kepler já possui milhares de "candidatos a exoplanetas", que ainda precisam ser confirmados. Alguns desses planetas extrassolares já começam a ser estudados em profundidade: em 2010, os astrônomos conseguiram pela primeira vez captar a luz direta de um exoplaneta e analisar a atmosfera de uma super-Terra. Embora o estudo das propriedades dos exoplanetas individuais seja extremamente

Galáxia minúscula e invisível deve ser feita totalmente de matéria escura

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Os astrônomos descobriram o que parece ser uma pequena galáxia invisível para os telescópios, completamente composta de matéria escura, que não reflete luz. Os cientistas acreditam que a matéria escura, que pode ser feita de uma partícula exótica, não reflete luz e representa cerca de 98% de toda a matéria no universo. No entanto, ela nunca foi detectada – será que existe mesmo?  Descobrir objetos escuros como esta galáxia poderia ajudar os pesquisadores a entender melhor o que é a matéria escura e como ela afeta a matéria normal em torno dela. A galáxia recém-descoberta é incrivelmente distante e extremamente pequena. Ela orbita uma galáxia maior, da mesma forma que um satélite. Embora os telescópios não possam identificar a galáxia anã, os cientistas detectaram a sua presença através das distorções minúsculas em sua gravidade quando luz passa por ela. A nova galáxia anã está a cerca de 7 bilhões de anos-luz de distância, ou seja, sua luz leva 7 bilhões de anos para chegar a

O que se esconde nas sombras da lua?

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Algumas das áreas mais intrigantes da lua são também as mais difíceis de ver. Esses pontos, chamados de regiões com sombras permanentes, estão sempre escuros e não refletem luz, o que impede os telescópios e satélites de capturar imagens. Mas agora, pesquisadores estão usando métodos indiretos para enxergar essas áreas, que podem ser abundantes em água congelada. As regiões com sombras estão localizadas nos polos e em profundas crateras. Para conseguir uma imagem, os cientistas usam luz refletida em átomos de hidrogênio que flutuam no universo. Essa luminosidade é chamada de emissões Lyman-alfa e está em comprimentos de onda baixos. “Ao invés de usar a luz do sol refletida, partimos para uma alternativa indireta”, comenta o coautor do estudo, Kurt Retherford. “Nossa luz reflete nos átomos de hidrogênio que estão espalhados pelo sistema solar”. O mapeamento lunar com esse tipo de luz revelou que as regiões de sombras se mostram mais escuras do que as outras partes da lua. “Nossa

Europa e Ásia disputam pioneirismo em megatelescópios espaciais

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A mais de 3.000 metros de altitude, no topo do Cerro Armazones, no Chile, desolação e aridez estão por todos os lados. Não há nada por perto e o local só é acessível após quase 10 km percorrendo um caminho esburacado que corta o deserto do Atacama. Ainda assim, os olhos de quem lida com o que há de mais avançado em astronomia brilham ao falar do telescópio de 39,3 metros que o local deverá abrigar. Nem o orçamento de € 1,2 bilhão (R$ 2,7 bilhões), ainda não captado totalmente, parece desanimar seus idealizadores.  "O Extremely Large Telescope [E-ELT] vai revolucionar a astronomia. Poderemos enxergar estágios iniciais da formação do Universo", disse à Folha Tim de Zeeuw, diretor-geral do ESO (Observatório Europeu do Sul). Do outro lado do mundo, porém, cientistas se mobilizam para deixar os europeus para trás na construção da primeira geração de telescópios extremamente grandes. O projeto do TMT (Thirty Meter Telescope) nasceu na Universidade da Califórnia e em outras in

Exoluas podem ser comuns no Universo

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Segundo um novo estudo, cerca de um a cada dez planetas rochosos que ficam em torno de estrelas como o nosso Sol pode hospedar uma lua proporcionalmente tão grande quanto à da Terra. Antes, os cientistas achavam que a nossa lua era desproporcionalmente grande (mais de um quarto do diâmetro da Terra), e que isso era raro. Agora, através de simulações computacionais de formação de planetas, os pesquisadores mostraram que os impactos grandiosos que resultaram na nossa Lua podem ser na verdade comuns. Os cientistas criaram uma série de simulações para observar como os planetas se formam a partir de gases e pedaços de rocha, chamados planetesimais.  A teoria mais comum é de que nossa Lua se formou no início da história da Terra, quando um planeta do tamanho de Marte se chocou conosco, resultando em um disco de material fundido que rodeia a Terra (eventualmente esse material se uniu para formar a Lua como a conhecemos). A equipe usou os resultados do estudo inicial para descobrir a pro

Britânico descobre novo "planeta" participando de programa de TV

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Ele encontrou o novo planeta ao analisar imagens de estrelas Um espectador do programa de TV da BBC Stargazing Live descobriu o que seria um novo planeta aproximadamente do tamanho de Netuno e que teria condições de temperatura e ambiente similares às de Mercúrio. O astro orbita a estrela chamada SPH10066540 e seria cerca de quatro vezes maior que a Terra. Os pesquisadores ainda precisam se certificar de que trata realmente de um planeta. O britânico Chris Holmes teria feito a descoberta ao atender a um pedido do programa para que seus espectadores utilizassem dados coletados pelo telescópio espacial Kepler, da Nasa, agência espacial americana, com informações relativas a possíveis novos planetas. - Eu nunca tinha tido um telescópio. Tinha um interesse vago sobre onde as coisas se situam nos céus, mas não passava muito disso. Ele encontrou o novo planeta ao analisar imagens de estrelas no site Planethunters.org, uma colaboração entre a Universidade de Yale e o projeto científi

ESO fotografa a nebulosa da Hélice em novas cores e detalhes

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As imagens mostram as diferenças de detalhes da nebulosa da Hélice quando fotografada pelo Vista (à esq.) O ESO (Observatório Europeu do Sul) divulgou nesta quinta-feira a mais recente foto da nebulosa da Hélice feita pelo telescópio Vista. A imagem exibe filamentos de gás frio, que não apareceriam a olho nu. As estrelas e as galáxias ao fundo também ficam mais visíveis.  A nebulosa da Hélice situa-se na constelação de Aquário, a cerca de 700 anos-luz de distância. Ela se formou quando uma estrela como o Sol se encontrava na fase final da sua vida. Incapaz de manter as camadas exteriores, a estrela libertou lentamente gases que formaram a nebulosa. Agora, ela está em um processo de se tornar uma anã branca. A nebulosa é um objeto complexo composto de poeira, material ionizado e gás molecular, dispostos num belo e intricado padrão, que brilha intensamente devido à radiação ultravioleta emitida pela estrela quente central. O anel principal da Hélice tem aproximadamente dois anos-