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Uma câmera para a energia escura

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Galáxia NGC 1365: um dos primeiros objetos captados pela DECam, de 570 megapixels Desde 12 de setembro passado, o estudo da energia escura – um misterioso componente que representaria 73% do Cosmo e pode ser uma peça-chave para entender por que o Universo está se expandindo de forma acelerada – conta com os serviços de uma supercâmera instalada no telescópio Blanco, um dos equipamentos do Observatório Inter-americano Cerro Tololo, nos Andes chilenos. Nesse dia, depois de oito anos de planejamento e construção, a DECam entrou em operação e fez as primeiras imagens do céu, como a da galáxia espiral barrada NGC 1365, situada a mais de 60 milhões de anos-luz da Terra. Dotada de 62 CCDs, a câmera tem resolução de 570 megapixels e faz parte do projeto internacional Dark Energy Survey (DES, levantamento de energia escura), tocado por 23 instituições de pesquisa dos Estados Unidos, Espanha, Reino Unido, Alemanha e Brasil. Em cinco anos, o DES pretende produzir imagens detalhadas em core

Longa e sinuosa estrada:Cassini celebra 15 anos

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A sonda Cassini comemorou ontem 15 anos de condução ininterrupta, ganhando um lugar entre os guerreiros da estrada interplanetária. Desde o seu lançamento a 15 de Outubro de 1997, a sonda já registou mais de 6,1 mil milhões de quilómetros de exploração - o suficiente para dar a volta à Terra mais de 152.000 vezes. Depois de passar por Vénus duas vezes, pela Terra, e depois por Júpiter a caminho de Saturno, a Cassini entrou em órbita do planeta em 2004, e aí tem passado os seus últimos oito anos, juntamente com os seus anéis brilhantes e as suas intrigantes luas. E, para que não seja acusada de se recusar a escrever para casa, a Cassini enviou de volta, até agora, cerca de 444 gigabytes de dados científicos, incluindo mais de 300.000 imagens. Mais de 2500 artigos foram publicados em revistas científicas com base nos dados da Cassini, descrevendo a descoberta da pluma de água gelada e partículas orgânicas expelidas da lua Encelado; as primeiras vistas dos lagos de hidrocarboneto

De estepe cósmico a botão de flor etéreo

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Nebulosa planetária IC 5148 © ESO A IC 5148 é uma bonita nebulosa planetária situada a cerca de 3000 anos-luz de distância na constelação do Grou. A nebulosa tem um diâmetro de um par de anos-luz e está ainda a crescer, a mais de 50 quilômetros por segundo - uma das nebulosas planetárias com expansão mais rápida conhecida. O termo "nebulosa planetária" surgiu no século XIX, quando as primeiras observações de tais objetos - a partir dos pequenos telescópios disponíveis na época - mostravam algo parecido a planetas gigantes. Contudo, a verdadeira natureza das nebulosas planetárias é muito diferente. Quando uma estrela com massa semelhante ou apenas um pouco maior do que a do Sol se aproxima do final da sua vida, as camadas exteriores são lançadas para o espaço. O gás em expansão é iluminado pelo núcleo quente que resta da estrela no centro, formando a nebulosa planetária, que geralmente toma uma forma brilhante e bonita. Quando observada através de um pequeno telescópio

Astrônomos amadores descobrem planeta com quatro sóis

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Um planeta com quatro sóis mostra que o Universo parece ser muito mais criativo do que as dificuldades matemáticas indicavam. [Imagem: Haven Giguere/Yale] Onde o Sol nunca se põe Dois astrônomos amadores encontraram um planeta cujos céus são iluminados por quatro sóis. E esse mundo absolutamente estranho está "nas vizinhanças" em termos astronômicos, a meros 5 mil anos-luz da Terra, na Constelação do Cisne. O exoplaneta gira ao redor de um par de estrelas, e há um segundo binário estelar girando em torno do conjunto. Os astrônomos ainda terão que criar modelos para tentar explicar como tal configuração é possível, já que é muito difícil imaginar como o planeta não foi destruído pelas complicadas interações dos campos gravitacionais das quatro estrelas. Mundos especiais O primeiro planeta com dois sóis foi descoberto em 2011, mas logo os astrônomos viram que planetas em sistemas binários são comuns - eles são chamados planetas circumbinários. As coisas começar

M27: Não é um cometa

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Créditos e direitos autorais : Nik Szymanek, w/Faulkes Telescope North Nascido em 26 de junho de 1730, o astrônomo Charles Messier vasculhou o céu francês do século 18 em busca de cometas. Para evitar confusões e ajudar na sua caça a cometas, ele diligentemente gravou esse objeto como número 27 na sua lista de coisas que definitivamente não eram cometas. Na verdade, os astrônomos do século 21 viriam a classificá-lo como uma Nebulosa Planetária, mas também não é um planeta, ainda que possa parecer circular como um planeta em um pequeno telescópio. Messier 27 (M27) é agora conhecido por ser um excelente exemplo de uma nebulosa gasosa de emissão criada por uma estrela como o Sol quando acaba com seu combustível nuclear em seu núcleo. A nebulosa se forma quando as camadas exteriores da estrela são expulsas para o espaço, com um brilho visível gerado por átomos excitados pela intensa, mas invisível, luz ultravioleta emitida pela estrela moribunda. Conhecida pelo nome popular da Nebulo

O Sol Escuro e o Campo Estelar Invertido

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Crédito da imagem e direitos autorais: Jim Lafferty Essa estranha esfera escura lhe parece familiar? se si, deve ser porque essa esfera é na verdade o Sol. Na imagem mostrada acima, uma visão solar detallhada foi originalmente registrada numa cor muito específicada luz vermelha, e então apresentada em preto e branco, com a cor invertida. Uma vez que esse processamento foi finalizado a imagem resultante foi adicionada a um campo estelar, tendo também sua cor invertida. O que se pode ver na imagem do Sol acima são longos filamentos, regiões ativas escuras, proeminências ao redor da borda do Sol e um tapete em movimento de gás quente. A superfície do nosso Sol tem se tornado um local bem agitado nos últimos dois anos, pois estamos se aproximando do chamado Máximo Solar, ou seja, a época quando o campo magmético na sua superfície está mais ativo. Além do Sol ativo ser algo pitoresco de se observar, o plasma expelido pelo Sol pode se tornar bem pitoresco também, ao atingir a magne

Cientistas detectam água no interior de cristais sobre superfície lunar

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Geólogos analisaram amostras da superfície lunar colhidas do satélite pelas missões Apollo. (Foto: iStock) A superfície da Lua contém cristais com restos de água em seu interior, substância que pode ter chegado até o satélite natural através do vento solar, informou neste domingo a revista científica "Nature Geoscience". A geóloga Yang Liu e seus colegas da Universidade do Tennessee (EUA) analisaram amostras da superfície lunar colhidas do satélite pelas missões Apollo, a maioria delas pelo astronauta Neil Armstrong, e acharam restos de água em alguns de seus componentes. "Quando as pessoas pensam em água, sempre imaginam em estado líquido, em rios, lagos ou oceanos. Mas algo que não costumamos reconhecer é que existe uma grande quantidade de água armazenada em minerais", explicou Liu à Agência Efe. De fato, acrescenta a geóloga, os minerais do manto terrestre contêm, pelo menos, a mesma quantidade de água que um oceano, e algo similar pode acontecer na L

Buraco negro monstruoso e longínquo

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© WISE e UKIDSS (imagem em infravermelho do buraco negro) Olhando em direção à borda do Universo cientistas da Universidade de Cambridge observaram um buraco negro supermassivo quase imperceptível. Uma grossa poeira encobre o buraco negro monstruoso, mas que emite grandes quantidades de radiação através de interações violentas e colisões com sua galáxia tornando-os visíveis na parte infravermelha do espectro eletromagnético. A equipe publicou os seus resultados nos anúncios jornal Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. O objeto mais remoto no estudo encontra-se numa colossal distância de 11 bilhões de anos-luz da Terra. O buraco negro supermassivo, chamado ULASJ1234+0907, está localizado na direção da constelação de Virgo, a Virgem, já viajou quase 10 trilhões de quilômetros através do cosmos. O buraco negro tem mais de 10 bilhões de vezes a massa do nosso Sol e 10.000 vezes mais massivo que o buraco negro central na Via Láctea, tornando-o um dos buracos negros