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Como Procurar Buracos Negros no Céu

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Artigo do astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, em que conta como pode-se registrar a interação do buraco negro com a matéria interestrelar que o envolve. Representação artistica de um buraco negro O principal problema nas pesquisas sobre buracos negros é saber se eles realmente existem, pois para muitos autores eles ainda são apenas frutos de elucubrações teóricas. Como retêm a própria luz que emitem, é praticamente impossível observá-los por meios normais. Os físicos teóricos, no entanto, propuseram duas vias para contornar o problema. Primeiro, pode-se tentar registrar a interação do buraco negro com a matéria interestelar que o envolve: intensamente comprimidos pela queda em um buraco negro, os gases interestelares se aqueceriam e emitiriam radiações detectáveis.  Um problema é que a densidade de matéria interestelar e baixa e não produz radiação muito intensa. O segundo método é a utilização das denominadas “lentes gravitacionais” propiciadas pela massa muito eleva

Astrônomos estudam filamento de matéria escura em 3D pela 1ª vez

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A imagem, feita pelo Hubble, mostra o aglomerado de galáxias massivas MACS J0717. Estudando os efeitos de distorção da gravidade sobre a luz das galáxias de fundo, os cientistas descobriram a presença de um filamento de matéria escura que se estende do centro do aglomerado.Foto: Nasa/ESA/Divulgação Usando o telescópio espacial Hubble , astrônomos puderam estudar um filamento gigante de matéria escura em três dimensões pela primeira vez. Estendido 60 milhões de anos-luz do centro de um dos aglomerados de galáxias mais massivos conhecidos, o filamento é parte da teia cósmica que constitui em larga escala a estrutura do universo, e é uma sobra de os primeiros momentos depois do Big Bang. Se a alta massa medida nos filamentos representa o resto do universo, essas estruturas podem conter mais da metade de toda a massa universal. A teoria do Big Bang prevê que a variação na densidade da matéria nos primeiros momentos do universo levou a maior parte da matéria no cosmos a se condensar

O melhor momento para assistir a chuva de meteoros do cometa Halley

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Para quem gosta de fazer pedidos para estrelas cadentes, aqui vai uma dica quente: na madrugada de domingo, vai dar para fazer uns 60 pedidos por hora, uma média de um por minuto. Estamos em plena época da chuvas de meteoros conhecida como orionídas, por que seu radiante está na direção aproximada da constelação de Órion. As chuvas de meteoros orionídas são criadas pelos detritos do cometa Halley, e acontecem na metade do mês de outubro. Desde o ano 2006, a chuva de meteoros orionídas tem proporcionado belos espetáculos, com 60 ou mais meteoros por hora. Nada menos é esperado para este ano. Para quem quiser assistir o espetáculo, é preciso procurar um lugar longe da poluição luminosa das cidades (poluição luminosa é como os astrônomos chamam o excesso de luz das cidades, que ao iluminar a poeira suspensa na atmosfera, cria um halo luminoso que dificulta a observação das estrelas mais fracas). Como equipamento adicional, eu acrescentaria uma cadeira confortável, um chimarrã

Cientistas tentam evitar destruição de sonda a caminho de Plutão

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Ilustração mostra Plutão no centro e as órbitas de suas luas e onde a sonda New Horizons deveria chegar Foto: Nasa/Divulgação Pesquisadores da Nasa - a agência espacial americana - estão preocupados com a possibilidade de a sonda New Horizons colidir com algum objeto no seu caminho para Plutão. O planeta-anão teve recentemente descoberta sua quinta lua e esses satélites naturais podem deixar rochas e outros materiais pelo caminho da nave - que viaja a 48 mil km/h.   "Nós descobrimos mais e mais luas orbitando próximo de Plutão - a conta agora está em cinco", diz Alan Stern, do Instituto de Pesquisa do Sudoeste dos Estados Unidos e principal cientista da missão. "E nós temos que avaliar que estas luas, assim como aquelas ainda não descobertas, agem como geradores de detritos que povoam o sistema de Plutão com restos de colisões entre essas luas e pequenos objetos do Cinturão de Kuiper.  Porque a nossa espaçonave está viajando tão rápido, uma colisão com um sim

Cientistas acham planeta com a massa da Terra em sistema 'vizinho'

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Corpo celeste fica a 4,3 anos-luz de nós, mas em região não habitável. Técnicas de observação podem ajudar a buscar mais planetas parecidos. Sistema Alpha Centauri é o mais próximo do Sistema Solar, a 4,3 anos-luz da Terra (Foto: ESO/Divulgação) Astrônomos europeus descobriram um planeta com cerca da mesma massa que a Terra, em órbita de uma estrela do sistema de Alfa Centauri - o mais próximo da Terra. É também o exoplaneta mais leve encontrado em torno de uma estrela como o Sol. O planeta foi detectado com a ajuda do instrumento HARPS, montado no telescópio de 3,6 metros, instalado no Observatório de La Silla, no Chile. Os resultados sairão online na revista Nature, em 17 de outubro de 2012. A Alfa Centauri é uma das estrelas mais brilhantes do céu austral e é o sistema estelar mais próximo do nosso Sistema Solar - encontrando-se a apenas 4,3 anos-luz de distância. Trata-se, na realidade, de uma estrela tripla - um sistema constituído por duas estrelas semelhantes a

O coração da Via Láctea

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Maior levantamento de estrelas já feito reconstitui a região central da galáxia Quando o assunto é imagem em alta definição, o nível de exigência dos astrônomos ultrapassa de longe o de qualquer cinéfilo. Para analisar o máximo possível de estrelas do chamado bojo galáctico – a porção mais interna e mais cheia de estrelas da nossa galáxia, a Via Láctea –, uma equipe internacional de 12 pesquisadores liderados pelo brasileiro Roberto Saito e pelo argentino Dante Minniti, ambos da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Chile, analisou um retrato de 190 mil por 170 mil pixels dessa região, apresentado nestas páginas. A imagem, produzida pelo astrônomo chileno Ignacio Toledo, do Observatório Alma, é tão grande que seriam necessários 6 mil aparelhos de TV de alta definição para exibi-la em sua máxima resolução. O retrato do coração da Via Láctea revela uma população de estrelas onde se poderiam encontrar planetas parecidos com a Terra e promete ajudar a entender como nasceu

Mistério sobre desaceleração de sonda espacial é possivelmente solucionado

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Duas sondas espaciais norte-americanas lançadas em 1972 e 1973 , respectivamente a Pioneer 10 e a Pionner 11 da Nasa, têm intrigado cientistas por décadas. As Pioneers começaram uma estranha desaceleração de cerca de 0,9 nanômetros por segundo quadrado, voltando novamente em direção ao sol. Mas o que estaria causando essa aceleração negativa? Tantas ideias já foram estudadas que pesquisadores levantaram até mesmo a hipótese de estarmos perante uma nova força da natureza que contradiria a Teoria da Relatividade Geral de Einstein. Em julho deste ano, a solução para o mistério parecia finalmente ter aparecido. Pesquisadores da Jet Propulsion Laboratory (JPL) da Nasa tinham afirmado que a Anomalia Pioneer (como é conhecido o fenômeno), estava sendo ocasionada pelo calor emanado da corrente elétrica que flui através dos instrumentos e do fornecimento de energia termoelétrica das sondas. Embora o calor seja sutil, pesquisadores acreditavam que ele seria capaz de empurrar a nave espa

Conheça Polaris, o jipe-robô que vai encontrar água na lua

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CRÉDITO: Astrobotic Algum dia procuremos água no polo norte da lua. E provavelmente faremos isso com o jipe robótico Polaris, que está sendo construído para prospectar e eventualmente extrair minérios da lua, asteroides, ou mesmo outros planetas. Polaris é o robô desenvolvido pela Astrorobotics Technology, uma das equipes que está competindo pelos US$ 30 milhões (cerca de R$ 60 milhões) do Google Lunar X Prize, que vai premiar o primeiro explorador robótico a pousar na lua. Com uma perfuradora de 1,2 metros, ele pode se deslocar na lua a uma velocidade de 0,3 m/s, ou 1,08 km/h e pesa 150 kg, podendo carregar mais 70 kg de equipamentos e instrumentos científicos sobre suas rodas de 60 cm de largura.  Os painéis solares do Polaris, que alimentam seus motores e dispositivos elétricos, são capazes de gerar 250 W. O excesso de calor é eliminado por dois outros painéis. Ele também está preparado para suportar as noites frias da lua, com a temperatura caindo a -173 °C. Câmeras estéreo

O ALMA e um Céu Estrelado - Uma Vista Magnifica

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Um céu límpido em qualquer noite é sempre uma maravilha. No entanto, se estivermos no planalto do Chajnantor, a 5000 metros de altitude, nos Andes chilenos, um dos melhores locais da face da Terra para fazer observações astronômicas, a experiência poderá ser verdadeiramente memorável. Esta panorâmica do Chajnantor mostra as antenas do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) sob o fundo do céu noturno estrelado. Em primeiro plano podemos ver algumas das antenas do ALMA, trabalhando em conjunto. O planalto aparece-nos encurvado por efeito da lente grande angular utilizada. O ALMA é o telescópio mais poderoso do mundo para estudar o Universo nos comprimentos de onda milimétricos e submilimétricos. A construção do ALMA estará completa em 2013, quando um total de 66 antenas estiverem operacionais no local. Neste momento, o telescópio encontra-se na sua fase inicial de Observações Científicas Preliminares. Embora ainda não esteja completamente construído, o telescópio já

Iluminação paralelo e perpendicular numa mesma região da Lua

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Normalmente as imagens que temos dos polos da Lua, usam imagens obtidas com iluminação elevada, nos fornecendo assim uma melhor visão das crateras com o mínimo de sombra. A imagem da direita, mostrada acima, no entanto, foi gerada a partir de uma compilação de 45 imagens com condições de iluminação consideravelmente baixa e mostra de forma especial a Cratera Baily. Antes de julgarmos qual a melhor ou a pior imagem das duas apresentadas acima, o melhor a fazer é pensar que essas imagens na verdade são complementares. As sombras na imagem da direita enfatizam que a parte inferior direita do anel é bem reta, embora não seja claro que qualquer bacia maior tem influencíado essa região. Detritos da Bacia Orientale são visíveis na parte mais amesquinha do assoalho, e a imagem da direita mostra estrias menores derivadas da Orientale continuando numa parte mais suave do assoalho da Baily. O mosaico da direita revela uma cadeia curva na esquerda, que Chuck Wood e Bill Hartmann em 1971 propu

Uma câmera para a energia escura

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Galáxia NGC 1365: um dos primeiros objetos captados pela DECam, de 570 megapixels Desde 12 de setembro passado, o estudo da energia escura – um misterioso componente que representaria 73% do Cosmo e pode ser uma peça-chave para entender por que o Universo está se expandindo de forma acelerada – conta com os serviços de uma supercâmera instalada no telescópio Blanco, um dos equipamentos do Observatório Inter-americano Cerro Tololo, nos Andes chilenos. Nesse dia, depois de oito anos de planejamento e construção, a DECam entrou em operação e fez as primeiras imagens do céu, como a da galáxia espiral barrada NGC 1365, situada a mais de 60 milhões de anos-luz da Terra. Dotada de 62 CCDs, a câmera tem resolução de 570 megapixels e faz parte do projeto internacional Dark Energy Survey (DES, levantamento de energia escura), tocado por 23 instituições de pesquisa dos Estados Unidos, Espanha, Reino Unido, Alemanha e Brasil. Em cinco anos, o DES pretende produzir imagens detalhadas em core

Longa e sinuosa estrada:Cassini celebra 15 anos

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A sonda Cassini comemorou ontem 15 anos de condução ininterrupta, ganhando um lugar entre os guerreiros da estrada interplanetária. Desde o seu lançamento a 15 de Outubro de 1997, a sonda já registou mais de 6,1 mil milhões de quilómetros de exploração - o suficiente para dar a volta à Terra mais de 152.000 vezes. Depois de passar por Vénus duas vezes, pela Terra, e depois por Júpiter a caminho de Saturno, a Cassini entrou em órbita do planeta em 2004, e aí tem passado os seus últimos oito anos, juntamente com os seus anéis brilhantes e as suas intrigantes luas. E, para que não seja acusada de se recusar a escrever para casa, a Cassini enviou de volta, até agora, cerca de 444 gigabytes de dados científicos, incluindo mais de 300.000 imagens. Mais de 2500 artigos foram publicados em revistas científicas com base nos dados da Cassini, descrevendo a descoberta da pluma de água gelada e partículas orgânicas expelidas da lua Encelado; as primeiras vistas dos lagos de hidrocarboneto

De estepe cósmico a botão de flor etéreo

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Nebulosa planetária IC 5148 © ESO A IC 5148 é uma bonita nebulosa planetária situada a cerca de 3000 anos-luz de distância na constelação do Grou. A nebulosa tem um diâmetro de um par de anos-luz e está ainda a crescer, a mais de 50 quilômetros por segundo - uma das nebulosas planetárias com expansão mais rápida conhecida. O termo "nebulosa planetária" surgiu no século XIX, quando as primeiras observações de tais objetos - a partir dos pequenos telescópios disponíveis na época - mostravam algo parecido a planetas gigantes. Contudo, a verdadeira natureza das nebulosas planetárias é muito diferente. Quando uma estrela com massa semelhante ou apenas um pouco maior do que a do Sol se aproxima do final da sua vida, as camadas exteriores são lançadas para o espaço. O gás em expansão é iluminado pelo núcleo quente que resta da estrela no centro, formando a nebulosa planetária, que geralmente toma uma forma brilhante e bonita. Quando observada através de um pequeno telescópio