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Monstruosas estrelas são mal compreendidas

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De acordo com nossos padrões, elas não deveriam existir, mas estão lá, impávidas: quatro estrelas gigantes, cada uma 300 vezes mais massiva do que o nosso sol. Localizadas no agrupamento estelar R136, na Nebulosa da Tarântula, essas estrelas estão cercadas por exemplares mais “modestos”, com massas que não chegam a ser 150 vezes maiores que a do sol. “A suposição de um limite máximo de 150 massas solares tem sido central em nossa teoria sobre a formação de estrelas há tempos”, ressalta o astrofísico Sugata Kaviraj, do Colégio Imperial de Londres (Inglaterra). Não é por acaso que, desde que foram descobertas em 2010, essas “estrelas-monstro” são consideradas verdadeiras aberrações. A hipótese das fusões estelares Em busca de uma explicação plausível para tal fenômeno, um grupo de pesquisadores da Universidade de Bonn (Alemanha) testou a hipótese de que essas “estrelas-monstro” não “nasceram” grandes, mas resultaram de fusões de estrelas menores. Para isso, eles desenvolver

Estrelas Wolf-Rayet: as que vivem rápido e morrem jovens

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Estrelas do tipo Wolf-Rayet são massivas (20 vezes mais do que nosso sol), quentes e que perdem suas massas rapidamente por meio de ventos solares muito fortes. Ou seja, são estrelas que vivem rápido e morrem jovens. Claro que elas não foram sempre assim. O Wolf-Rayet é um estágio normal na evolução de estrelas massivas, na qual linhas de emissão de hélio e nitrogênio (no caso das Wolf-Rayet do tipo WN) ou de hélio, carbono e oxigênio (nas do tipo WC) são visíveis. A fase final da vida dessas estrelas é a mais famosa; é quando elas explodem como uma supernova e semeiam o universo com elementos cósmicos. Mais especificamente, as Wolf-Rayets se tornam supernovas do tipo II. Essas supernovas são o colapso gravitacional de estrelas enormes, com pelo menos dez massas solares. A presença de hidrogênio é o que distingue as do tipo II de outras classes de supernova. Vida rápida Quando você olha para uma estrela como o sol, o que você está vendo é um equilíbrio delicado da gravida

Uma lente sorrindo

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No centro dessa imagem feita pelo Telescópio Espacial Hubble, das agências espaciais, NASA e ESA, está o aglomerado de galáxias conhecido como SDSS J1038+4849 – e ele parece estar sorrindo para nós. Você pode ver seus dois olhos laranjas e a ponta branca do seu nariz. No caso dessa “carinha feliz”, os dois olhos são galáxias muito brilhantes e as linhas do “sorriso” são na verdade, os arcos causados por um efeito conhecido como lente gravitacional forte. Os aglomerados de galáxias são as estruturas mais massivas no universo e exercem uma poderosa força gravitacional de modo que eles são capazes de distorcer o epaço-tempo ao seu redor e agir como uma verdadeira lente cósmica que pode, ampliar, distorcer e curvar a luz além deles. Esse fenômeno, crucial para muitas descobertas realizadas pelo Telescópio Espacial Hubble, pode ser explicado pela Teoria Geral da Relatividade de Einstein. Nesse caso especial da lente gravitacional, um anel – conhecido como Anel de Einstein – é produzi

VISTA revela detalhes da Nebulosa Trífida e descobre duas estrelas variáveis Cefeidas distantes por trás da nuvem cósmica

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Este pequeno pedaço da imagem do rastreamento VVV do VISTA das regiões centrais da Via Láctea mostra a famosa Nebulosa Trífida à direita do centro. A nebulosa surge bastante tênue e fantasmagórica a estes comprimentos de onda do infravermelho, quando comparada com a sua imagem mais familiar no espectro visível. Esta transparência tem os seus benefícios, uma vez que objetos de fundo previamente impossíveis de observar podem agora ser vistos claramente. Entre eles estão duas estrelas variáveis Cefeidas recém descobertas, as primeiras encontradas até hoje do outro lado da Galáxia, próximo do plano central. Créditos: ESO / VVV consortium/D. Minniti Uma nova imagem obtida com o telescópio de rastreio do ESO, o VISTA, revela a famosa Nebulosa Trífida de maneira diferente e fantasmagórica. Ao observar no infravermelho, os astrônomos podem ver para além das regiões centrais da Via Láctea obscurecidas por poeira e descobrir muitos objetos invisíveis a outros comprimentos de onda. Numa pe

LRO descobre que hidrogénio lunar é mais abundante em encostas viradas para pólo da lua

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Imagem, capturada pela sonda LRO, da Cratera Hayn, localizada mesmo para nordeste de Mare Humboldtianum, dramaticamente iluminada pelo Sol, baixo, que provoca grandes sombras no chão da cratera. Crédito: NASA/GSFC/Universidade Estatal do Arizona As viagens espaciais são difíceis e caras - custaria milhares de dólares enviar uma garrafa de água para a Lua. A descoberta recente, na Lua, de moléculas contendo hidrogénio, possivelmente incluindo água, anima os exploradores porque estes depósitos podem ser minados caso sejam suficientemente abundantes, poupando o considerável custo de levar água da Terra. A água lunar poderia ser usada para beber ou os seus componentes - hidrogénio e oxigénio - poderiam ser usados para fabricar produtos importantes à superfície que os futuros visitantes lunares precisassem, como combustível e ar respirável. Observações recentes pela sonda LRO (Lunar Reconnaissance Orbiter) da NASA indicam que estes depósitos podem ser um pouco mais abundantes em en

Confira os eventos astronômicos de 2015

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Para você que gosta de observar o céu e as estrelas, anote os principais eventos astronômicos que devem movimentar o espaço em 2015. Janeiro 04 – A Terra atinge o seu ponto de maior aproximação com o Sol, o chamado periélio. Segundo pesquisadores isso não influencia no aumento de temperaturas ou na sensação térmica. 14 – Mercúrio atinge máxima elongação ao entardecer. Traduzindo: no pôr do sol, Mercúrio estará na sua posição mais alta no céu, facilitando sua observação. 17 e 24 – As Luas de Júpiter vão promover um trânsito de sombras, vão passar entre o Sol e Júpiter e do nosso ponto de vista vamos ver suas sombras passando sobre o planeta.  Vai ser necessário um telescópio de porte médio para visualizar o evento. Fevereiro 18 – Lua Negra, a terceira Lua Nova de uma estação do ano que possui 4 Luas Novas no calendário. 24 – Máxima elongação de Mercúrio, mas dessa vez ao amanhecer. Março 01 – Período de “eclipses” de satélites geoestacionários, aqueles

Como mini-netunos podem se transformar em super-terras habitáveis em sistemas de anãs vermelhas?

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Irradiação forte da estrela anã vermelha hospedeira pode fazer com que exoplanetas conhecidos como mini-netunos na zona habitável expulsem suas camadas externas gasosas para o espaço e se tornem super-terras potencialmente habitáveis. Créditos: Rodrigo Luger / NASA Recentemente olhamos um artigo de Rodrigo Luger e Rory Barnes (Universidade de Washington), onde os cientistas estudaram o caso de exoplanetas na zona habitável de uma anã vermelha que passaram por uma era de torturas provocadas pela sua estrela hospedeira. Por causa da força das marés, causando vulcanismo intenso na superfície e também pela intensa atividade estelar das estrelas jovens, a oferta da água de superfície no exoplaneta pode ter sido totalmente perdida. À medida que a anã vermelha se desenvolve lentamente na sequência principal, a camada superior da atmosfera de um exoplaneta, que acabará eventualmente a pertencer a zona habitável da anã vermelha, pode ser aquecida o suficiente para fazer com que o seu h

Parceria estelar destinada a acabar catastroficamente

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Descoberto primeiro par de estrelas em fusão cujo destino as levará a explodir em supernova Esta concepção artística mostra a região central da nebulosa planetária Henize 2-428. O núcleo deste objeto incomum consiste em duas estrelas anãs brancas, cada uma com uma massa um pouco menor que a do Sol. Espera-se que estas estrelas se aproximem cada vez mais uma da outra e se fundam daqui a cerca de 700 milhões de anos, dando origem a uma supernova brilhante do Tipo Ia e destruindo as duas estrelas.Crédito:ESO/L. Calçada Com o auxílio dos telescópios do ESO combinados com telescópios nas Ilhas Canárias, astrônomos identificaram duas estrelas surpreendentemente massivas no coração da nebulosa planetária Henize 2-428. À medida que orbitam em torno uma da outra, espera-se que as duas estrelas se aproximem cada vez mais e quando se fundirem, daqui a cerca de 700 milhões de anos, conterão matéria suficiente para dar origem a uma explosão de supernova. Os resultados deste trabalho sair

Desmentida descoberta de ondas gravitacionais e inflação cósmica

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A "descoberta" da inflação cósmica virou poeira galáctica quando os dados do BICEP2 foram comparados com os dados do telescópio Planck.[Imagem: ESA/Planck Collaboration] Descoberta cancelada A alegada detecção das ondas gravitacionais , que serviriam como prova da inflação cósmica pós-Big Bang, foi retratada pelos cientistas. A equipe do experimento BICEP2 voltou atrás em suas alegações depois de refazer a interpretação dos dados juntamente com a equipe do telescópio espacial Planck, cujos resultados deveriam ter servido de parâmetro para a interpretação das medições feitas. A conclusão é que os sinais medidos pela equipe do BICEP2 devem-se à poeira disseminada pela Via Láctea. "Este trabalho conjunto mostrou que [as alegações anteriores] não são robustas quando a emissão da poeira galáctica é removida. Assim, infelizmente, nós não fomos capazes de confirmar que o sinal seja uma marca da inflação cósmica," disse Jean-Loup Puget, membro da equipe do Pla

Será que há CENTENAS DE BILHÕES de planetas semelhantes à Terra na nossa galáxia?

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Usando uma técnica estatística de 200 anos de idade, uma equipe de astrônomos australianos concluiu que praticamente todas as estrelas na Via Láctea abrigam pelo menos um a dois planetas terrestres capazes de ter vida. Tim Bovaird e Charley Lineweaver, da Universidade Nacional da Austrália, chegaram às suas conclusões através da aplicação da “relação Titius-Bode” para prever a posição de planetas hipotéticos que telescópios espaciais e terrestres não conseguem detectar. Também chamada de “Lei de Bode”, a relação Titius-Bode sugere que corpos celestes em alguns sistemas orbitam em semieixos maiores em função da sequência planetária. Descoberta em 1766 por Johann Daniel Titius, a lei também mostrou que as órbitas dos planetas do sistema solar seguiam uma regra aritmética bem simples, quase o tempo todo. A fórmula original era: a = (n + 4) / 10 onde n = 0,3,6,12,24,48… A fórmula moderna é que a distância média “a” do planeta ao sol é, em unidas astronômicas (UA da Ter

Descoberta sobre o Big Bang virou poeira

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Certamente todos lembram da festa entre os cientistas no ano passado, quando veio à tona o anúncio da descoberta de evidências das ondas gravitacionais primordiais, flutuações que teriam sido causadas pela inflação cósmica, período do universo no qual ele teria aumentado de tamanho de forma dramática em uma fração de segundos. A descoberta foi comemorada não só como uma evidência do Big Bang, mas como efeito previsto por uma das hipóteses sobre os primeiros momentos do nosso universo. Os cientistas usaram os dados do telescópio BICEP2 para medir a polarização da radiação cósmica de fundo, e esta estava de acordo com a previsão da teoria. Faltava apenas o veredicto da equipe de cientistas do satélite Planck, que deveria confirmar a descoberta. Depois, era só esperar o Nobel. O problema maior apontado na época era que o modelo da distribuição da poeira galáctica, usado para descontar o efeito da mesma sobre a radiação cósmica de fundo, poderia ser falho. A poeira interest

O sol daqui a 8 bilhões de anos

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Observe com atenção esta imagem de uma nebulosa. Trata-se da uma bolha de gás hidrogênio e hélio, e poeira expelida por uma estrela nos estertores da morte. Nem todas as estrelas, ao morrerem, explodem feito supernovas ou hipernovas. Estrelas com massa entre 0,8 e 8 massas solares sofrem um processo de expansão gradual, ao mesmo tempo que perdem suas camadas externas para o espaço. O resultado é uma bela imagem como esta, que tem o nome de Fantasma de Júpiter, embora não tenha nada a ver com o planeta – apenas tem o mesmo tamanho aparente no céu. No centro de uma concha quase esférica de gás e poeira em expansão, está uma estrela anã branca a meros 3.000 anos luz de nós, visível na constelação da Hidra. A imagem foi feita utilizando técnicas de computação gráfica para representar o que de outra forma seria invisível aos nossos olhos. A cor azul representa as emissões de raio-X que vem do gás, que tem a estonteante temperatura de mais de dois milhões de graus. Esta alta te

DAWN captura imagens de CERES com resolução superior à do HUBBLE

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Esta animação do planeta anão Ceres foi construída a partir de imagens capturadas pela sonda Dawn no dia 25 de janeiro, a cerca de 237.000 quilómetros. Crédito: NASA/JPL A sonda Dawn da NASA capturou as melhores imagens, até agora, do planeta anão Ceres. Foram obtidas a 237.000 quilómetros de Ceres no dia 25 de Janeiro e representam um novo marco para uma sonda que em breve tornar-se-á no primeiro objeto feito pelo Homem a visitar um planeta anão. "Sabemos muito pouco sobre o nosso vasto Sistema Solar, mas graças a missões económicas como a Dawn, esses mistérios estão a ser resolvidos," afirma Jim Green, diretor da Divisão de Ciência Planetária na sede da NASA em Washington. Com 43 pixéis de largura, as novas imagens têm mais 30% da resolução das imagens obtidas pelo Telescópio Hubble em 2003 e 2004 a uma distância superior a 240 milhões de quilómetros. A resolução é maior porque a Dawn está a viajar até Ceres, enquanto o Hubble permanece fixo em órbita da Terra.