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Quatro Imagens de um Quasar Rodeiam uma Lente Galáctica

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Uma coisa estranha acerca do grupo de luzes perto do centro é que quatro delas são o mesmo  quasar  distante. Isto porque a galáxia em primeiro plano - no centro das imagens do quasar e da  imagem em destaque  - está a agir como uma  lente gravitacional . Uma coisa talvez ainda mais estranha é que ao observarmos estes  quasares distantes  a cintilar, podemos estimar a  velocidade de expansão  do Universo. Isto porque o sincronismo da cintilação aumenta à medida que a  velocidade de expansão  aumenta. Mas,  para alguns astrónomos , o mais estranho de tudo é que estas  imagens multiplicadas do mesmo quasar  indicam um Universo que se está a expandir um pouco mais depressa do que estimado por métodos diferentes que se aplicam ao  Universo  primitivo. E isto porque... bem, ninguém tem a certeza da razão. As razões podem incluir uma distribuição inesperada de  matéria escura , algum efeito inesperado da  gravidade , ou algo completamente diferente. Talvez as observações e análises futu

Sonda MAVEN revela que maior parte da atmosfera marciana foi perdida para o espaço

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Esta imagem ilustra o ambiente passado de Marte (direita) - que se pensa ter albergado água líquida e uma atmosfera mais espessa - "versus" o ambiente frio e seco de Marte atualmente (esquerda). A sonda MAVEN da NASA, em órbita do Planeta Vermelho, está a estudar a sua atmosfera superior, ionosfera e interações com o Sol e o vento solar. Crédito: Centro de Voo Espacial Goddard da NASA De acordo com novos resultados da sonda MAVEN da NASA, o vento e a radiação solares são os responsáveis pela remoção da atmosfera marciana, transformando Marte de um planeta que poderia ter suportado vida há milhares de milhões de anos atrás, num mundo frio e desértico.   Nós determinámos que a maioria do gás presente na atmosfera de Marte foi perdido para o espaço," realça Bruce Jakosky, investigador principal da MAVEN (Mars Atmosphere and Volatile Evolution Mission), da Universidade do Colorado em Boulder, EUA.  A equipe fez esta determinação a partir dos últimos resultados,

Acelerador cósmico explica ondas de rádio misteriosas

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Previamente aceleradas por buracos negros, as partículas são reaceleradas pelas ondas de choque resultantes da colisão. O fenômeno ajuda a entender a estrutura do Universo em larga escala.[Imagem: Reinout J. van Weeren et al. - 10.1038/s41550-016-0005] Dupla aceleração Astrônomos observaram um acelerador de partículas cósmico de dimensões colossais e descobriram que ele explica ondas de rádio que vêm sendo captadas há algum tempo, mas que ninguém sabia de onde vinham.  O fenômeno resulta da aceleração de uma nuvem gasosa por buraco negro e de sua reaceleração pelas ondas de choque decorrentes da fusão de dois aglomerados de galáxias.  Essa dupla aceleração foi observada e descrita por uma colaboração internacional com a participação de três brasileiros: Felipe Andrade Santos, Vinicius Moris Placco e Rafael Miloni Santucci. Acelerador de partículas cósmico Os aglomerados de galáxias são formados por acréscimo gravitacional de matéria e por fusões com outros aglomerados e g

Hubble mostra o aglomerado estelar NGC 602

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Perto dos subúrbios da Pequena Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite localizada a cerca de 200 mil anos-luz de distância da Terra, localiza-se um jovem aglomerado estelar com 5 milhões de anos de vida e conhecido como NGC 602. Circundado pelo material bruto que dá origem às estrelas, o gás e a poeira, o NGC 602 é mostrado em detalhe nessa bela imagem feita pelo Telescópio Espacial Hubble, melhorada e atualizada com dados de raios-X obtidos pelo Chandra e com informações do infravermelho obtidas pelo Spitzer. As regiões varridas e as verdadeiras cadeias de poeira sugerem que a radiação energética e as ondas de choque geradas pelas massivas estrelas jovens do NGC 602, erodiram o material empoeirado e deram início a uma progressão de formação de estrelas se movendo para fora do centro  do aglomerado. Na distância estimada da Pequena Nuvem de Magalhães, a imagem se espalha por cerca de 200 anos-luz, porém, muitas outras coisas são mostradas, como galáxias extremamente distantes em

Lá em cima

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Nesta imagem o  Very Large Telescope  do ESO (VLT) parece um telescópio muito pequeno! Visto desta perspectiva, torna-se difícil distinguir as silhuetas dos quatro Telescópios Principais de 8,2 metros do VLT, que estão colocados no alto do Cerro Paranal, no deserto chileno do Atacama. A localização do VLT foi escolhida de modo extremamente cuidadoso. É vital que o local seja tão seco quanto possível, uma vez que o vapor d'água absorve a  radiação infravermelha  e degrada as observações. De modo a reduzir o máximo possível os efeitos da atmosfera terrestre, o VLT situa-se 2600 metros acima do nível do mar, minimizando assim a quantidade de atmosfera até as estrelas. Devido a esta localização remota, o Paranal é um lugar praticamente imperturbado e livre de  poluição luminosa . Até as estradas serpenteantes que conduzem ao local através do deserto do Atacama estão fracamente iluminadas de modo a evitar luz desnecessária. Nesta imagem, uma trilha de estrelas corta o

Desafiando a convenção cósmica

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Algumas galáxias são mais difíceis de serem classificadas do que outras. Aqui, a Wide Field Camera 3, do Hubble, a WFC 3, capturou uma bela imagem de duas galáxias em interação, localizadas a 60 milhões de anos-luz de distância na constelação de Leão. A mais difusa e com brilho azulado cobrindo o lado direito do frame é da conhecida como NGC 3447, algumas vezes chamada de NGC 3447B, já que o nome NGC 3447 pode ser aplicado ao par de maneira geral. A menor, na parte superior esquerda é conhecida como NGC 3447A. O problema com o espaço, e isso é óbvio, é que ele é realmente grande. Os astrônomos têm passado centenas de anos descobrindo e dando nome para galáxias, estrelas, nuvens cósmicas e todos os objetos. Unificar e regular as convenções e classificações para tudo que se observa é muito difícil, especialmente quando você observa um objeto ambíguo como o par NGC 3447, desafia qualquer classificação fácil. De maneira geral, nós sabemos que a NGC 3447 compreende uma dupla de

Como nascem, vivem e morrem as estrelas?

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A existência de um astro, que dura de 100 milhões a 1 trilhão de anos, passa por três fases: nascimento, meia-idade e maturidade . “Todas as estrelas nascem da mesma forma: pela união de gases”, diz o astrônomo Roberto Boczko, da Universidade de São Paulo (USP). Partículas de gás (geralmente hidrogênio) soltas no Universo vão se concentrando devido às forças gravitacionais que puxam umas contra as outras. Formam, assim, uma gigantesca nuvem de gás que se transforma em estrela – isto é, um corpo celeste que emite luz. A gravidade espreme essa massa gasosa a tal ponto que funde os átomos em seu interior.  Essa fusão é uma reação atômica que transforma hidrogênio em hélio, gerando grande quantidade de calor e de luz. Um exemplo de estrela jovem são as Plêiades, na Via Láctea, resultado de fusões que começaram há poucos milhões de anos.  Durante a meia-idade – cerca de 90% da sua existência -, a estrela permanece em estado de equilíbrio. Seu brilho e tamanho variam pouco, ocorrend

NUSTAR examina intrigante fusão galática

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Esta imagem ótica mostra o sistema Was 49, que consiste de uma grande galáxia de disco, Was 49a, em fusão com uma galáxia "anã" muito mais pequena, Was 49b.  Crédito: DCT/NRL Um buraco negro supermassivo, no interior de uma galáxia minúscula, está a desafiar as ideias dos cientistas acerca do que acontece quando duas galáxias se tornam uma.  Was 49 é o nome de um sistema que consiste de uma grande galáxia de disco, referida como Was 49a, em fusão com uma galáxia "anã" muito mais pequena chamada Was 49b. A galáxia anã gira dentro do disco da galáxia maior, a cerca de 26.000 anos-luz do seu centro. Graças à missão NuSTAR (Nuclear Spectroscopic Telescope Array) da NASA, os cientistas descobriram que a galáxia anã é tão luminosa em raios-X de alta energia, que deve hospedar um buraco negro supermassivo muito maior e mais poderoso do que o esperado. "Este é um sistema completamente diferente e é contrário ao que entendemos das fusões galácticas," c

ALMA fotografa “buraco cósmico” a 4,8 bilhões de anos-luz de distância!

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Pesquisadores utilizaram o Atacama Large Millimeter Array (ALMA) para registrar um buraco cósmico a 4.8 bilhões de anos-luz da Terra. Essa é a imagem com melhor resolução já feita deste buraco. A imagem prova a grande capacidade do ALMA de investigar a distribuição de temperatura dos gases ao redor de aglomerados de galáxias através do efeito Sunyaev-Zel’dovich (efeito SZ). O grupo de pesquisadores foi liderado por Tetsu Kitayama, da Universidade Toho (Japão) e por Eiichiro Komatsu, do Instituto Max Plack de Astrofísica (Alemanha). A equipe observou a galáxia RX J1347.5-1145, conhecida pelos fortes efeitos SZ que já foram observados várias vezes com radiotelescópios. Aquelas observações revelaram uma distribuição desigual do gás quente nesta galáxia, que não havia sido identificada antes. Astrônomos precisavam então de observações com resoluções maiores; estas, porém, eram difíceis de obter. O ALMA resolveu este problema, e os pesquisadores obtiveram uma imagem da RX J1347.5-1

Qual é a origem do Universo?

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Não existe nenhuma questão mais enigmática do que essa! A grande maioria dos cientistas acredita na teoria do Big Bang, ou Grande Explosão – mas o que havia antes dela? Tudo indica que seja impossível saber com certeza! O próprio Big Bang, aliás, já é bem misterioso. Segundo a teoria, há cerca de 15 bilhões de anos toda a matéria que constitui o Universo concentrava-se num único ponto, que explodiu, dando origem a tudo o que conhecemos… e até ao que ainda não conhecemos. Essa origem bombástica é comprovada por várias observações científicas, mas possui alguns problemas. O principal deles é que, pelas leis da física, a explosão estaria sujeita a pequenas flutuações que tornariam o universo irregular – o que não acontece na realidade.  “Existem mais de 50 teorias que tentam resolver essa questão”, diz o físico Augusto Damineli, da Universidade de São Paulo (USP). A idéia mais aceita foi proposta pelo físico americano Alan Guth em 1981: nas primeiras frações de segundo, a explosão