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Um filamento misterioso está saindo do enorme buraco negro no meio da nossa galáxia

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A imagem acima provavelmente não tem significado nenhum para a maioria de nós, mas é bastante emocionante para os astrônomos.  Ela mostra um filamento misterioso de 2,3 anos-luz de comprimento aparentemente saindo do buraco negro supermassivo Sagittarius A*, no centro da nossa galáxia. O que é emocionante sobre isso? Dentre várias possibilidades, pode provar uma teoria proposta na década de 1970. O filamento foi descoberto em 2012, mas a nova imagem revela que a longa linha parece ser bastante próxima do coração da nossa galáxia. Os pesquisadores produziram a fotografia usando dados do radiotelescópio Karl G. Jansky Very Large Array e aplicando uma nova técnica para destacar os detalhes. Embora encontrar fluxos de gás ou linhas de partículas brilhantes que se estendem por regiões do espaço não seja incomum, as origens destes filamentos são geralmente um mistério. Segundo o astrônomo Jun-Hui Zhao, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics em Cambridge (EUA), essa de

Moldados os primeiros segmentos do espelho principal do ELT

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Os seis primeiros segmentos hexagonais do espelho principal do Extremely Large Telescope do ESO acabam de ser moldados pela companhia alemã SCHOTT na sua fábrica principal em Mainz. Estes segmentos farão parte do espelho primário de 39 metros do ELT, o qual terá 798 segmentos no total. O ELT será o maior telescópio óptico do mundo, com primeira luz prevista para 2024.   O espelho primário de 39 metros de diâmetro do Extremely Large Telescope (ELT) do ESO será de longe o maior já construído para um telescópio óptico-infravermelho. Um gigante desses é grande demais para poder ser feito de uma única peça de vidro, por isso o espelho consistirá de 798 segmentos hexagonais individuais, cada um com uma dimensão de 1,4 metros e cerca de 5 cm de espessura.  Os segmentos trabalharão em conjunto como se fossem um único e enorme espelho, coletando dezenas de milhões de vezes mais luz que o olho humano é capaz.  Marc Cayrel, chefe de optomecânica do ELT, esteve presente nas primeiras mold

Astrônomos revelam quantidade 'surpreendente' de estrelas com massa 30 vezes superiores a do Sol

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Estudo publicado na revista 'Science' quinta-feira (4) sugere que existência de estrelas muito mais pesadas que o astro pode ter sido subestimada. A quantidade de estrelas maciças, com massa 30 vezes superior a do Sol, pode ser mais comum do que astrônomos pensavam, conclui estudo publicado na revista "Science" nesta quinta-feira.  Ao observarem uma espécie de berçário no espaço, onde o nascimento de estrelas é comum, astrônomos encontraram 1.000 estrelas com massa entre 10 e 200 vezes superiores a do Sol. Atualmente estima-se que apenas 1% das estrelas tenha massa 10 vezes maiores a do astro. O "berçário de estrelas" observado é conhecido como 30 Doradus ou nebulosa de Tarântula e está a uma distância aproximada de 160 mil anos-luz da Terra. A pesquisa também observou em detalhes cerca de 250 estrelas para tentar determinar a prevalência de estrelas maciças em 30 Doradus, numa variável conhecida como FMI (Função de Massa Inicial). A import

Uma visão profunda dos corações das estrelas

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À primeira vista, parece impossível observar o interior de uma estrela. Uma equipa internacional de astrónomos, sob a orientação de Earl Bellinger e Saskia Hekker do Instituto Max Planck para Pesquisa do Sistema Solar em Gotinga, Alemanha, determinou pela primeira vez a estrutura interna profunda de duas estrelas com base nas suas oscilações. O nosso Sol, e a maioria das outras estrelas, têm "pulsações" que se espalham pelo interior estelar como ondas sonoras. As frequências dessas ondas são impressas na luz da estrela e podem mais tarde ser observadas pelos astrónomos aqui na Terra. Semelhante à forma como os sismólogos decifram a estrutura interna do nosso planeta através da análise de sismos, os astrónomos determinam as propriedades de estrelas a partir das suas oscilações - um campo chamado asterosismologia. Agora, pela primeira vez, uma análise detalhada destas vibrações permitiu que Earl Bellinger, Saskia Hekker e colegas medissem a estrutura interna de duas

Humanidade pode superar o fim do Universo; veja como

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Sabemos que mesmo que guerras nucleares, poluição ou doenças não acabem com a vida humana na Terra, o nosso planeta está fadado a ser destruído pelo próprio sol em cerca de 1,5 bilhão de anos.  Neste ponto, de acordo com projeções do astrônomo Gregory Laughlin da Universidade de Yale (EUA) e do cientista ambiental Andrew Rushby, da Universidade de East Anglia (Inglaterra), o sol vai causar um superaquecimento da Terra. Os mares irão ferver e os tipos de vida complexos não vão sobreviver neste ambiente. Era multiplanetária Se a humanidade ainda existir, provavelmente nem estaremos mais vivendo por aqui. Com a tecnologia atual já seria possível estabelecer bases na lua ou em Marte, então em 1,5 bilhão de anos o sistema solar inteiro provavelmente estaria colonizado. Conforme o sol for ficando mais quente, outros planetas pareceriam mais atraentes. Assim que a Terra estiver muito quente para nós, Marte estaria na temperatura ideal para nos receber. A pesquisadora Lisa

Buracos negros supermassivos controlam formação estelar em galáxias massivas

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O poder de um buraco negro supermassivo pode ser visto nesta imagem de Centauro A, um dos núcleos galácticos ativos mais próximos da Terra. A imagem combina dados de vários telescópios em diferentes comprimentos de onda, mostrando jatos e lóbulos alimentados pelo buraco negro supermassivo no centro da galáxia. Crédito: ESO/WFI (ótico); MPIfR/ESO/APEX/A. Weiss et al. (submilímetro); NASA/CXC/CfA/R. Kraft et al. (raios-X) As galáxias jovens resplandecem com novas estrelas brilhantes que se formam a um ritmo elevado, mas a formação estelar eventualmente para quando uma galáxia evolui. Um novo estudo, publicado dia 1 de janeiro na revista Nature, mostra que a massa do buraco negro no centro da galáxia determina quando a "extinção" de formação estelar ocorre. Cada galáxia massiva tem um buraco negro supermassivo central, com mais de um milhão de vezes a massa do Sol, revelando a sua presença através dos efeitos gravitacionais nas estrelas da galáxia e por vezes aliment

Bolhas gigantes na superfície de estrela gigante vermelha

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Com o auxílio do Very Large Telescope do ESO, astrônomos observaram diretamente pela primeira vez padrões de granulação na superfície de uma estrela fora do Sistema Solar — a gigante vermelha π1 Gruis. Esta nova imagem obtida com o instrumento PIONIER revela as células convectivas que constituem a superfície desta enorme estrela — com um diâmetro 350 vezes maior que o do Sol. Cada célula cobre mais de um quarto do diâmetro da estrela e tem cerca de 120 milhões de km de comprimento. Estes novos resultados foram publicados esta semana na revista Nature. Situada a 530 anos-luz de distância da Terra na constelação do Grou, π1 Gruis é uma estrela gigante vermelha fria. Possui cerca da mesma massa do Sol, mas é 350 vezes maior e várias milhares de vezes mais brilhante. O nosso Sol irá também aumentar de tamanho, tornando-se uma gigante vermelha semelhante a esta, daqui a cerca de 5 bilhões de anos. Uma equipe internacional de astrônomos liderada por Claudia Paladini (ESO) usou o

Mais informações sobre o objeto 'OUMUAMUA

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Cientistas da Queen's University em Belfast lideraram investigações mundiais a um objeto misterioso que passou perto da Terra depois de chegar do espaço interestelar profundo.  Desde que o objeto foi avistado em outubro, o professor Alan Fitzsimmons e a Dra. Michele Bannister da Escola de Matemática e Física da Queen's University lideraram uma equipa internacional de astrónomos para reunir um perfil do estranho visitante, que recebeu o nome 'Oumuamua. A equipe foi composta por cientistas de outros locais do Reino Unido, dos EUA, Canadá, Taiwan e Chile. A equipe mediu o modo como 'Oumuamua reflete luz solar e descobriu que é parecido com objetos gelados cobertos com uma crosta seca. Isto porque 'Oumuamua está exposto aos raios cósmicos há milhões de anos, talvez milhares de milhões, tendo formado à superfície uma camada isolante rica em materiais orgânicos. A investigação, publicada esta semana na revista Nature Astronomy, sugere que a crosta seca de

O controverso Planeta Nove, novo integrante do Sistema Solar que ninguém nunca viu

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Estudo científico que previu a existência de corpo celeste provisoriamente chamado de Planeta Nove tem dividido comunidade internacional nos últimos dois anos. Ele tem dez vezes o tamanho da Terra e, por se encontrar 20 vezes mais distante do Sol que Netuno, precisa de 10 mil a 20 mil anos para completar sua órbita. Seu nome, ainda que provisório, é "Planeta Nove", porque se trata nada menos que do nono membro do Sistema Solar.  O problema é que ninguém o viu. O astro foi descrito pela primeira vez há dois anos em uma pesquisa publicada na revista científica The Astronomical Journal e, desde então, divide a comunidade científica. Mas os autores do estudo, Michael Brown e Konstantin Batygin, ambos especialistas do prestigiado Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), estão acostumados com a controvérsia: eles fazem parte também da equipe de pesquisadores que rebaixou Plutão à categoria de planeta anão. Embora muitos cientistas critiquem a falta de ev

HH 666: O Eixo do Mal na Nebulosa de Carina

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Recentemente a NASA publicou uma imagem tirada pelo telescópio Hubble que mostra um pilar de pó espacial de alguns anos-luz de comprimento. Trata-se da Herbig-Haro 666, uma jovem estrela descoberta em 2004 com uma má reputação não só por possuir em seu nome "o número do diabo", mas também porque constantemente lança para o espaço dois potentes fluxos de matéria capazes de destruir tudo ao seu redor. Por esta razão, a Herbig-Haro 666 é assim chamada pelos astrônomos de "eixo do mal" da nebulosa de Carina.  O perfil em camadas do pilar é formado por ventos e radiação emitidos por esta estrela — uma das mais massivas e quentes da nebulosa. Para analisar melhor essa composição espacial os astrônomos a investigaram em luz infravermelha, que penetra em camadas de pó e assim a revela. Essa estrutura encontra-se dentro de uma região que dá origem a estrelas maiores da nossa galáxia — a nebulosa Carina — que brilha nos céus do sul à distância de 7.500 anos-luz. Fon

Nasa utiliza inteligência artificial em nova descoberta do Kepler

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Com a descoberta de um oitavo planeta, o sistema Kepler-90 é o primeiro a empatar com o nosso Sistema no que toca ao maior número de planetas. Crédito: NASA/Wendy Stenzel Com a recente descoberta de um oitavo planeta em órbita de Kepler-90, uma estrela parecida com o Sol a 2545 anos-luz da Terra, o nosso Sistema Solar está agora empatado no que toca ao maior número de planetas em torno de uma única estrela. O planeta foi descoberto em dados do Telescópio Espacial Kepler da NASA. O recém-descoberto Kepler-90i - um planeta quente e rochoso que completa uma órbita em torno da sua estrela hospedeira a cada 14,4 dias - foi encontrado usando aprendizagem de máquina da Google. A aprendizagem de máquina é uma abordagem da inteligência artificial na qual os computadores "aprendem". Neste caso, os computadores aprenderam a identificar planetas ao encontrar casos, nos dados do Kepler, onde o telescópio registou sinais de planetas para lá do nosso Sistema Solar, conhecido

Dados do HERSCHEL ligam os misteriosos ventos dos QUASARES a formação estelar EXTREMA

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Impressão artistica de um quasar numa galáxia formadora de estrelas. O quasar é alimentado por um buraco negro supermassivo no centro da galáxia. À medida que o gás é puxado para um disco de acreção em torno do buraco negro, aquece até temperaturas muito altas e irradia energia através do espectro eletromagnético, preferencialmente na direção de dois jatos poderosos. Além disso, a galáxia produz estrelas a uma taxa de centenas por ano. Em comparação, a nossa Via Láctea produz 1-2 estrelas por ano. Crédito: ESA/C. Carreau Os astrónomos usaram o Observatório Espacial Herschel da ESA para resolver um mistério de décadas sobre a origem de poderosos ventos de gás frio nos arredores quentes de quasares. A evidência que liga estes poderosos ventos à formação estelar nas galáxias que albergam quasares também pode ajudar a resolver o mistério do porquê do tamanho das galáxias no Universo parecer estar limitado. Desde a sua descoberta, na década de 1960, que os quasares têm forneci

Maternidade estelar que salta à vista

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A câmera OmegaCAM montada no Telescópio de Rastreio do VLT do ESO capturou esta imagem resplandescente da maternidade estelar Sharpless 29. Podemos ver muitos fenômenos astronômicos na imagem, incluindo poeira cósmica e nuvens de gás que refletem, absorvem e re-emitem a luz de estrelas quentes jovens situadas na nebulosa.   A região do céu que vemos nesta imagem encontra-se listada no catálogo Sharpless de regiões HII: nuvens interestelares de gás ionizado onde abunda a formação estelar. Também conhecida por Sh 2-29, a Sharpless 29 situa-se a cerca de 5500 anos-luz de distância na constelação do Sagitário, próximo da maior Nebulosa da Lagoa. Esta região contém muitas maravilhas astronómicas, incluindo o local de formação estelar muito ativo da NGC 6559, a nebulosa que vemos no centro da imagem.   Esta nebulosa central é a estrutura mais notável da Sharpless 29. Apesar de ter apenas alguns anos-luz de dimensão, esta nebulosa mostra bem a devastação que as estrelas podem criar ao

Vaga-lumes cósmicos

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Galáxias brilham como vagalumes nessa imagem espetacular feita pelo Telescópio Espacial Hubble. Esse enxame de vagalumes  é na verdade o rico aglomerado de galáxias, conhecido como Abell 2163. O Abel 2163 é um membro do catálogo Abell, um catálogo de todo o céu que tem mais de 4000 aglomerados de galáxias. Esse aglomerado é particularmente bem estudado pois o material localizado no seu núcleo, o chamado meio intra aglomerado, exibe propriedades excepcionais, incluindo um grande e brilhante halo nos comprimentos de onda de rádio, temperaturas extremamente elevadas e luminosidade em raios-X. Esse é o aglomerado mais quente do catálogo.  Observando aglomerados massivos como o Abell 2163, é possível encontrar contribuições para o estudo da matéria escura, além de fornecer uma nova perspectiva sobre o universo distante, por meio do fenômeno das ondas gravitacionais. Essa imagem foi feita pela Advanced Camera For Surveys do Hubble e pela Wide Field Camera 3, para um programa de obser

O físico brasileiro que não acredita em Big Bang

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 Juliano Neves, doutor pela USP, questiona a famosa teoria — e propõe um universo diferente, que pode até ser cíclico. Juliano Neves é um ateu da física: ele não acredita em Big Bang. O pós-doutorando na Universidade de Campinas causou um rebuliço na mídia na última semana ao afirmar que a expansão inicial do cosmos, a partir de uma singularidade de densidade infinita, é só uma visão entre várias possíveis. Outras dessas visões — é bom lembrar, todas teóricas — pressupõem a existência de um universo cíclico, de um imenso balão em constante contração e expansão. Uma das consequências da adoção desse modelo seria a existência de um cosmos anterior ao nosso (e de um posterior também). O que deixou este repórter pensativo à noite, e te deixará também. Para peitar o onipresente Big Bang, Neves usou uma analogia matemática com a outra coisa da astrofísica que, segundo a maior parte dos especialistas, tem densidade infinita: os buracos negros. O brasileiro parte de premissas dif