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A Galáxia Irregular

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Descoberta em 1900 pelo astrônomo DeLisle Stewart e aqui imageada pelo Telescópio Espacial Hubble, a IC 4710 é um objeto espetacular. A galáxia é na verdade uma nuvem repleta de estrelas brilhantes, com bolsões brilhantes, que marcam o nascimento de novas estrelas, espalhados ao redor de suas bordas. A IC 4710 é classificada como uma galáxia irregular. Como o próprio nome já sugere, esse tipo de galáxia é irregular, e tem uma aparência caótica, com a ausência de um bulbo central e braços espirais, algo bem diferente em aparência das galáxias elípticas e espirais. Acredita-se que as galáxias irregulares em algum momento foram elípticas ou espirais, mas se tornaram distorcidas com o passar do tempo e com as forças gravitacionais externas que agiram sobre elas nos momentos de fusão e colisão com outras galáxias. As anãs irregulares, em particular são importantes para se entender a evolução das galáxias, já que elas são muito similares, àquilo que se acredita eram as primeiras galáxi

AE Aurigae e a nebulosa estrela flamejante

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Por que a AE Aurigae é chamada de estrela flamejante? Por uma razão, a nebulosa ao seu redor, a IC 405, é chamada de a Nebulosa da Estrela Flamejante, pois a região parece abrigar uma fumaça, mesmo apesar de nada estar pegando fogo ali, nem mesmo o interior da estrela AE Aurigae. O fogo, tipicamente definido como a rápida aquisição molecular de oxigênio, acontece somente quando oxigênio suficiente está presente e não é importante nesses ambientes de alta energia e de pouco oxigênio. O material que parece como fumaça é na sua maior parte hidrogênio interestelar, mas contém filamentos escuros parecidos com fumaça com grãos de poeira ricos em carbono. A estrela brilhante AE Aurigae é vista perto do centro da nebulosa e é tão quente e azul, emitindo luz tão energética que ela arranca os elétrons dos átomos no gás ao redor. Quando um átomo recaptura um elétron, a luz é emitida criando a nebulosa de emissão ao redor. A Nebulosa da Estrela Flamejante localiza-se a cerca de 1500 anos-luz d

Astrônomos descobrem rosquinha de 40 anos-luz de largura

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Através do Observatório ALMA (Atacama Large Millimeter Array, no Chile), astrônomos criaram a imagem do que deve ser a maior rosquinha do universo – o centro da galáxia espiral M77, da qual o seu buraco negro está se alimentando. O coração da M77 é o que é conhecido como núcleo galáctico ativo (NGA), o que significa que gás e matéria são constantemente sugados para o buraco negro central da galáxia, liberando uma luz intensa nesse processo. Essas regiões ativas do universo poderiam nos ajudar a entender como as galáxias e os buracos negros de seus núcleos se desenvolvem em conjunto. As descobertas foram publicadas na revista científica Astrophysical Journal Letters. Teoria correta A imagem foi feita por uma equipe composta de pesquisadores do Observatório Nacional do Japão, da escola de pós-graduação Graduate University for Advanced Studies (SOKENDAI) e da Universidade de Kagoshima. Utilizando o telescópio do ALMA, os cientistas observaram uma estrutura gasosa compacta, par

JÚPITER em infravermelho pelo HUBBLE

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Júpiter parece um pouco diferente, quando observado na luz infravermelha. Para melhor entender os movimentos das nuvens de Júpiter e para ajudar a sonda Juno da NASA, a entender o contexto planetário, o Telescópio Espacial Hubble está sendo direcionado para fazer imagens regulares de todo o sistema Joviano. As cores de Júpiter que estão sendo monitoradas, vão além do intervalo de cores normalmente observado pelo olho humano, já que inclui tanto as emissões no ultravioleta e no infravermelho. A imagem acima mostra Júpiter, fotografado pelo Hubble em 2016, onde três bandas da luz infravermelha próxima foram digitalmente tratadas para apresentar de forma colorida a imagem do planeta. Júpiter aparece diferente no infravermelho, parcialmente pois a quantidade de luz do Sol refletida de volta é distinta, dependendo da altura das nuvens e de brilhos discrepantes devido à latitudes diferentes.  Mesmo assim, muitas feições tradicionais de Júpiter se mantêm, incluindo a as zonas brilhan

Pode ser possível sair vivo de um buraco negro, mas em um mundo totalmente diferente

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Na física , o passado determina o que acontece no futuro. Se os físicos sabem como o universo começou, eles podem calcular seu futuro por todo o tempo e espaço. Mas um grupo de pesquisadores dos EUA, de Portugal e da Holanda diz que existem alguns tipos de buracos negros em que esta lei não é válida. Se alguém se aventurasse em um desses buracos negros e sobrevivesse, essa pessoa teria seu passado obliterado e poderia ter um número infinito de futuros possíveis. Estas alegações não são exatamente novidade, mas os físicos invocaram algo chamado “forte censura cósmica” no passado para explicar. Ou seja, algo catastrófico – tipicamente uma morte horrível – impediria que os observadores realmente entrassem em uma região do espaço-tempo em que seu futuro não fosse determinado. Este princípio, proposto pela primeira vez há 40 anos pelo físico Roger Penrose, mantém intocada uma ideia, o determinismo, chave para qualquer teoria física, que afirma que, dado o passado e o presente, as leis f

Astrónomo amador captura rara primeira luz de massiva explosão estelar

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Graças aos fortuitos instantâneos captados por um astrónomo amador na Argentina, cientistas obtiveram a sua primeira visão do surto inicial de luz da explosão de uma estrela massiva.  Durante testes de uma nova câmara, Víctor Buso capturou imagens de uma galáxia distante antes e depois da "rutura de choque" da supernova - quando uma onda de pressão supersónica do núcleo explosivo de uma estrela atinge e aquece o gás à superfície a uma temperatura muito alta, fazendo com que emita luz e aumente rapidamente de brilho. Até à data, ninguém tinha conseguido capturar a "primeira luz ótica" de uma supernova normal - isto é, uma não associada com uma explosão de raios-gama ou raios-X - uma vez que as estrelas explodem aparentemente ao acaso no céu, e a luz da rutura de choque é fugaz.  Os novos dados fornecem pistas importantes sobre a estrutura física da estrela logo antes do seu desaparecimento catastrófico e sobre a natureza da própria explosão.  "Os as

O futuro do sol

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Quando olhamos para as estrelas, temos a impressão de que elas não mudam nunca, que estão sempre do mesmo jeito. Isso não é verdade: como vimos em um artigo anterior ("As três mortes das estrelas",  Ciência Hoje das Crianças, no. 20), as estrelas "nascem" e :"morrem", só que isso demora muito tempo (milhões ou bilhões de anos). Como vivemos pouco em relação à "vida" das estrelas, não conseguimos acompanhar as mudanças. O Sol também é uma estrela e por isso vai morrer um dia. Quando e como isso acontecerá é uma questão que os astrônomos tentam resolver. Para chegar a esta resposta, eles criaram uma teoria, com a qual podemos entender a formação de uma estrela, o que ocorre com ela ao longo do tempo, as mudanças de brilho e tamanho, e várias outras coisas. Algumas pessoas perguntam como se pode ter certeza de que a teoria está certa, já que, em geral, não podemos perceber as mudanças nas estrelas. Felizmente, podemos observar muitas estrelas, c

Os mistérios da mancha escura de Netuno

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Netuno , o oitavo e mais distante planeta a partir do Sol, foi visitado pela primeira e última vez, pela sonda Voyager 2 da NASA em 1989. Desde então, o Telescópio Espacial Hubble, tem tentado entender a miríade de mistérios que cercam esse majestoso planeta frio, incluindo, decifrar por que esse planeta possui os ventos mais rápidos do Sistema Solar, e o que existe no seu núcleo. Essas novas imagens do Hubble revelam um desses mistérios, a famosa mancha escura, ou vórtice escuro da atmosfera de Netuno. Esse raro vórtice é um sistema atmosférico de alta pressão normalmente acompanhado por nuvens mais brilhantes. Essa mancha escura em particular é denominada de SDS-2015 (Southern Dark Spot descoberta em 2015), e é somente a quinta já observada em Netuno. Embora ela pareça menor do que as manchas escuras previamente observadas, observações da SDS-2015 feitas de 2015 a 2017 revelaram que a mancha já foi grande o suficiente para englobar toda a China, e desde então, vem rapidamente d