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EXOMARS pronto para missão CIENTÍFICA

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O orbitador ExoMars começará em breve a sua busca por gases que possam estar ligados a atividades geológicas ou biológicas ativas no Planeta Vermelho.  O TGO (Trace Gas Orbiter) chegou à sua órbita final depois de um ano de "aerotravagem" que terminou em fevereiro. Esta operação emocionante levou a nave a "raspar" o topo da atmosfera superior, usando arrasto nas suas asas solares para transformar a sua órbita inicial altamente elíptica de quatro dias (mais ou menos 200 por 98.000 km) numa órbita final muito mais baixa e quase circular a cerca de 400 km. Circula agora Marte a cada duas horas e, após a calibração e instalação de novo software, começará a realizar observações científicas de rotina.   Este é um marco importante para o nosso programa ExoMars e uma conquista fantástica para a Europa," comenta Pia Mitschdoerfer, gerente da missão TGO.   Chegámos a esta órbita pela primeira vez através de aerotravagem e com o orbitador mais pesado já enviado p

Tudo sobre James Webb, o maior telescópio espacial já construído

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20 anos e 8,8 bilhões de dólares depois, o Telescópio Espacial James Webb da  NASA está pronto. O sucessor do  Hubble , cujo preço aumentou um bocado desde o início de seu projeto em 1996, foi motivo de polêmica no orçamento público americano, e não é à toa. 100 vezes mais sensível que seu antecessor, ele é o projeto mais avançado, arriscado e complicado já desenvolvido pela  agência especial  americana. Após o lançamento, agendado para outubro de 2018, O “Webb” será capaz de observar a infância do universo, a formação de galáxias e a atmosfera de exoplanetas — seus dados representarão, sem dúvida, uma revolução na  astronomia . 1. ELE PRECISA OPERAR A -233°C PARA NÃO INTERFERIR NAS PRÓPRIAS OBSERVAÇÕES -233ºC são apenas 50 graus na escala Kelvin, cujo zero corresponde ao conceito de “zero absoluto”. O  zero absoluto , na  física , é a temperatura em que um sistema atinge a menor quantidade possível de energia cinética e térmica. Em outras palavras, submeta um gás a essa temp

Terremotos em Marte podem revolucionar ciência planetária

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A partir do ano que vem, os cientistas terão o primeiro olhar das profundezas do interior de Marte. É já este ano que a NASA planeja  pousar o primeiro veículo  de pouso robótico dedicado a explorar o subsolo do planeta. A missão InSight (Interior Exploration using Seismic Investigations, Geodesy and Heat Transport) vai  estudar os terremotos marcianos  para aprender mais sobre a crosta, manto e núcleo do Planeta Vermelho. E poderia ajudar a responder uma grande questão:  como nascem os planetas? A sismologia, o estudo dos tremores, já revelou algumas das respostas aqui na Terra, afirma Bruce Banerdt, cientista principal da Insight no JPL da NASA, em Pasadena, no estado norte-americano da Califórnia. Mas a Terra tem vindo a  “misturar” seu registro geológico  durante bilhões de anos, escondendo sua história mais antiga. Marte, com metade do tamanho da Terra, é muito menos ativo:  é um planeta fóssil , que preserva a história do seu nascimento. “Durante a formação, essa  bo

Conheça a bolha de Higgs que destruirá o universo. Talvez.

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Várias teorias sobre como o universo vai acabar já foram apresentadas. Agora, a mais nova possibilidade aponta que o fim de tudo que conhecemos e não conhecemos não será em um colapso cósmico, mas sim por causa de uma gigantesca bolha cósmica que devorará tudo em seu caminho. De acordo com um estudo publicado em 12 de março na revista Physical Review D, o momento final do universo será desencadeado por uma consequência bizarra da física subatômica chamada instanton.  Este instanton criará uma pequena bolha que se expandirá na velocidade da luz, engolindo tudo em seu caminho. “Em algum momento, uma dessas bolhas será criada. Vai ser muito desagradável”, afirma Anders Andreassen, físico-chefe do estudo na Universidade de Harvard. Os instantons são as soluções para as equações que governam o movimento de minúsculas partículas subatômicas, mas Andreassen as comparou com o fenômeno dos tunelamentos quânticos, em que uma partícula aparentemente desafia a física a passar por uma b

SPHERE revela grande variedade de discos em torno de estrelas jovens

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Novas imagens obtidas pelo instrumento SPHERE, montado no Very Large Telescope do ESO, revelaram discos empoeirados em torno de estrelas jovens próximas com muito mais detalhe do que conseguido até então. As imagens mostram uma grande variedade de formas, tamanhos e estruturas, incluindo os efeitos prováveis de planetas ainda no processo de formação. O instrumento  SPHERE  montado no  Very Large Telescope  do ESO (VLT), no Chile, permitiu aos astrônomos suprimir a luz brilhante de estrelas próximas e conseguir obter imagens melhores das regiões que rodeiam estas estrelas. Esta coleção de novas imagens do SPHERE é apenas uma amostra da enorme variedade de discos empoeirados que estão sendo descobertos em torno de estrelas jovens. Estes discos são bastante diferentes em termos de forma e tamanho — alguns contêm anéis brilhantes, outros mostram anéis escuros e alguns até se parecem com hamburgueres. Os discos diferem ainda em aparência, dependendo da sua orientação no céu — ob

Estudo mostra que outras possíveis interações da matéria escura além da gravidade eram falsas

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Há três anos, um estudo feito com o Telescópio Hubble descobriu que a matéria escura poderia interagir com a matéria comum através de forças diferentes da gravidade . Isso seria um grande passo para entender o funcionamento e, no fim das contas, o que é a matéria escura, já que até então a falta de interatividade era uma das características mais controversas desta substância. Os pesquisadores foram capazes de estimar a distribuição de massa de um aglomerado de galáxias chamado Abell 3827, e parecia, na época, que ele tinha um pequeno deslocamento da matéria escura comparado ao local onde as estrelas nas galáxias estavam. Porém, agora, utilizando o Atacama Large Millimeter/Submillimeter Array (ALMA), eles conseguiram ver melhor e constataram que a substância permaneceu em suas galáxias. Estas medições parecem indicar que a substância misteriosa provavelmente interage consigo mesma e com a matéria comum apenas através da gravidade, revertendo as conclusões que os cientistas h

O que está a acontecer na Nebulosa Cabeça de Cavalo em Orionte?

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Duas equipes de investigação usaram um mapa obtido pelo SOFIA (Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy) da NASA para descobrir mais informações sobre a formação estelar na icónica Nebulosa Cabeça de Cavalo na direção da constelação de Orionte. O mapa revela detalhes vitais para obter uma compreensão completa da poeira e do gás envolvidos na formação das estrelas.  A Nebulosa Cabeça de Cavalo está embebida na nuvem molecular gigante Orionte B e é extremamente densa, com massa suficiente para produzir cerca de 30 estrelas semelhantes ao Sol. Marca o limite entre a nuvem molecular fria circundante - com as matérias-primas necessárias para fabricar estrelas e sistemas planetários - e a área a oeste onde as estrelas massivas já se formaram. Mas a radiação das estrelas corrói essas matérias-primas. Enquanto as moléculas frias, como o monóxido de carbono, dentro da densa nebulosa, estão protegidas desta radiação, as moléculas à superfície estão expostas a ela. Isto desencadeia r

Estrelas binárias exóticas

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Imagem do Observatório de Raios-X Chandra do aglomerado globular 47 Tucanae.  A imagem tem cerca de dez anos-luz de diâmetro e mostra muitas variáveis ​​cataclísmicas (CVs), estrelas anãs brancas que se formam a partir de uma estrela companheira.  Os astrônomos descobriram vinte e dois novos currículos no cluster e usaram as estatísticas para argumentar que, ao contrário de muitos clusters que têm CVs brilhantes e recém-formados, os aqui são mais antigos ou até primordiais.  Crédito: NASA / CXC / Estado de Michigan / A.Steiner et al.  2014 Estrelas variáveis cataclísmicas, ou CVs, são estrelas do tipo anã branca, que estão adquirindo matéria e orbitando uma estrela companheira de pouca massa. A acreção de matéria é facilitada pela proximidade das estrelas, normalmente os períodos orbitais variam de 1 até 10 horas. Embora a família dessas binárias CV exóticas seja heterogênea, existem basicamente 4 classes, caracterizadas pela física da acreção, pelas erupções causadas por event

A Via Láctea está a ficar maior

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NGC 4565, uma galáxia espiral a uma distância estimada em 30-50 milhões de anos-luz. Crédito: Ken Crawford De acordo com Cristina Martínez-Lombilla, candidata a doutoramento no Instituto de Astrofísica das Canárias em Tenerife, Espanha, e seus colaboradores, a galáxia que habitamos, a Via Láctea, pode estar a ficar maior. Ela apresentou o trabalho da sua equipa numa palestra na passada terça-feira, dia 3 de abril, durante a Semana Europeia de Astronomia e Ciências Espaciais em Liverpool.  O Sistema Solar está localizado num dos braços do disco de uma galáxia espiral barrada a que chamamos Via Láctea, com um diâmetro de cerca de 100.000 anos-luz. A nossa Galáxia é formada por várias centenas de milhares de milhões de estrelas, com enormes quantidades de gás e poeira, componentes estes interligados e interagindo através da força da gravidade.   A natureza desta interação determina a forma de uma galáxia, que pode ser espiral, elíptica ou irregular. Sendo uma espiral barrada, a Vi

Um aglomerado colossal

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Essa imagem feita pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA mostra um massivo aglomerado de galáxias brilhando intensamente na escuridão. Apesar da sua beleza, esse aglomerado recebe o nome nada poético de PLCK_G308.3-20.2. Aglomerados de galáxias contem milhares de galáxias unidas pela cola da gravidade. Em um ponto no tempo, eles foram considerados como sendo as maiores estruturas do universo, até que em 1980, eles foram superados pela descoberta dos super-aglomerados, que normalmente contêm dezenas de aglomerados de galáxias e grupos e se espalham por centenas de milhões de anos-luz. Contudo, os aglomerados possuem um título ainda, os superaglomerados não são unidos pela gravidade, então os aglomerados de galáxias são as maiores estruturas do universo unida pela gravidade. Uma das características mais interessantes dos aglomerados de galáxias é o que existe entre as galáxias que os constituem, o chamado meio interaglomerado, ou ICM. Altas temperaturas são criadas nesse