Sonda Rosetta registra ejeção de matéria do Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko

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A sonda Rosetta da Agência Espacial Europeia tem testemunhado um grande crescimento na atividade do Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, à medida que o cometa se aproxima do seu periélio, ou seja, o ponto na sua órbita, mais próximo do Sol. No dia 29 de Julho de 2015, enquanto a sonda estava a uma distância de 186 km  do cometa, ela observou o mais dramático jato de matéria já expelido pelo cometa até o momento. Resultado científicos coletados durante a ejeção de matéria, vieram de alguns instrumentos localizados na sonda Rosetta, incluindo o Double Focusing Mass Spectrometer (DFMS). O DFMS é parte do instrumento ROSINA da Rosetta, o Rosetta Orbiter Spectrometer for Ion and Neutral Analysis. Quando a ejeção de matéria ocorreu, o espectrômetro registrou mudanças sérias na composição dos gases provenientes do cometa, quando comparada com as medidas feitas dois dias antes.

 Como resultado da ejeção de matéria, a quantidade de dióxido de carbono aumentou de um fator de dois, de quatro para o metano, e de sete para o sulfeto de hidrogênio, enquanto a quantidade de água se manteve constante. A primeira olhada rápida, nas nossas medidas depois da ejeção de matéria é fascinante”, disse Kathrin Altwegg, principal pesquisador para o instrumento ROSINA da Universidade de Bern, na Suíça. “Nós também observamos pistas de material orgânico pesado depois da ejeção de matéria que pode estar relacionado com a poeira ejetada. Mas enquanto estamos pensando que nós estamos detectando material que pode ter sido arrancado da superfície do cometa, é muito cedo também para dizer ao certo se é esse o caso”.

Uma sequência de imagens feita pela câmera OSIRIS da Rosetta mostra o repentino jato emergindo da parte lateral do pescoço do cometa. O jato, o mais brilhante visto até o momento, foi registrado na imagem feita às 10:24 do dia 29 de Julho de 2015, hora de Brasília, mas não em uma imagem feita 18 minutos antes. O jato então se apagou de forma significante, em uma imagem feita 18 minutos depois. A equipe da câmera OSIRIS estima que o jato de material viajou a uma velocidade de 10 metros por segundo, no mínimo.

Nessa quinta-feira, dia 13 de Agosto de 2015, o cometa e a sonda Rosetta passarão a cerca de 186 milhões de quilômetros do Sol – o mais próximo do Sol que a dupla chegará em sua órbita de 6.5 anos. Em meses recentes, o aumento da energia solar tem aquecido os gelos do cometa – transformando-os em gás – que é expelido para o espaço, levando poeira junto. O período ao redor do periélio é cientificamente muito importante, à medida que a intensidade da luz do Sol aumenta e partes dos cometas que passaram anos nas sombras estão agora sendo inundadas pela luz do Sol. A atividade geral do cometa é esperada que alcance o pico nas semanas depois do periélio.

Os cometas são cápsulas do tempo contendo o material primitivo deixado para trás na época quando o Sol e os planetas se formaram. O módulo de pouso Philae, da Rosetta, obteve as primeiras imagens feitas da superfície de um cometa e fornecerá análises da possível composição primordial do cometa. A Rosetta é a primeira sonda a testemunhar de tão próximo como um cometa muda à medida que é sujeito a um aumento da intensidade da radiação do Sol. As observações estão ajudando os cientistas a aprenderem mais sobre a origem e evolução do nosso Sistema Solar, e o papel que os cometas podem ter tido na semeação da Terra, com água e até mesmo com a vida.

A Rosetta, é uma missão da Agência Espacial Europeia com contribuições dos estados membros e da NASA. O Laboratório de Propulsão a Jato, em Pasadena, na Califórnia, uma divisão do Instituto de Tecnologia da Califórnia, gerencia a contribuição norte-americana da missão Rosetta para o Science Mission Directorate da NASA e abriga seu principal pesquisador, Samuel Gulkis. O Southwest Research Institute, em San Antonio e Boulder, desenvolveu os instrumentos IES e ALICE da Rosetta e abriga seus principais pesquisadores, James Burch (IES) e Alan Stern (Alice).
Fonte: NASA

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