Melhor imagem de misteriosos círculos de rádio espaciais é revelada
Registro pode fornecer dados para descobrir origem enigmática dos fenômenos de um milhão de anos-luz de diâmetro — tamanho 16 vezes maior do que a Via Láctea
Estranhos círculos de rádio revelados por dados do radiotelescópio
MeerKAT da SARAO e do Dark Energy Survey (Foto: J. English (U.
Manitoba)/EMU/MeerKAT/DES(CTIO))
Utilizando o radiotelescópio MeerKAT, do Observatório de Radioastronomia da África do Sul, pesquisadores captaram a melhor imagem já feita de círculos de rádio excêntricos (ORCs, na sigla em inglês). O registro foi publicado nesta terça-feira (22) no jornal Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
A nova imagem pode fornecer informações inéditas para esclarecer teorias sobre o que causa esses círculos misteriosos. Esses fenômenos foram observados pela primeira vez em 2020 com o radiotelescópio Australian Square Kilometre Array Pathfinder (ASKAP), operado pela CSIRO, a agência científica nacional da Austrália.
Atualmente existem três hipóteses para explicar os ORCs. A primeira
propõe que eles sejam o remanescente de uma enorme explosão no centro de sua
galáxia hospedeira, tal como o estouro da fusão de dois buracos negros
supermassivos. Uma segunda fala que os fenômenos seriam jatos poderosos de
partículas energéticas. Já a terceira afirma que os círculos podem ser o
resultado de um “choque” vindo do nascimento de estrelas.
Além de sua origem desconhecida, os ORCs impressionam pelo tamanho.
Eles medem um milhão de anos-luz de diâmetro — ou seja, são 16 vezes maiores do
que a Via Láctea. Apesar disso, os círculos de rádio são difíceis de
visualizar.
Por enquanto, os círculos de rádio só foram detectados usando
radiotelescópios, como os ASKAP e MeerKAT. Não há nenhum sinal deles que possa
ser capturado com telescópios ópticos, infravermelhos ou de raios-X.
Por isso, ASKAP e MeerKAT seguem trabalhando juntos para descrever
esses fenômenos de modo rápido e eficiente. “Nossa compreensão em
desenvolvimento de estranhos círculos de rádio é possibilitada por esses
telescópios complementares trabalhando juntos”, ressalta Elaine Sadler,
cientista-chefe do Australia Telescope National Facility da CSIRO.
Mas, em breve, os cientistas precisarão de radiotelescópios ainda mais
sensíveis para visualizar os círculos, como os do Observatório SKA, uma
mega-instalação prevista para operar a partir de 2024. “Sem dúvida, os
telescópios SKA, uma vez construídos, encontrarão muito mais ORCs e poderão nos
contar mais sobre o ciclo de vida das galáxias”, diz Norris.
Fonte: Galileu
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