Universo pode estar dentro de um buraco negro
Por que o Universo gira?
O telescópio espacial James Webb
está permitindo observar as galáxias com um nível de detalhamento inédito, e
isto está permitindo não apenas visualizá-las melhor e com mais detalhes, mas
também fazer novas comparações entre galáxias muito diferentes.
As observações do James Webb validam uma teoria intrigante de que o nosso Universo inteiro estaria dentro de um buraco negro. [Imagem: Gerado por IA/Imagen3]
Isto chamou a atenção do
professor Lior Shamir, da Universidade do Estado do Kansas, nos EUA, que
decidiu então revisar um aspecto pouco comentado, talvez porque fosse muito
difícil de ser amplamente observado antes do Webb: O sentido de rotação das
galáxias.
Pela teoria atual, nosso Universo
tem um aspecto tipicamente aleatório, de modo que o resultado esperado era que
o número de galáxias que giram em uma direção deve ser aproximadamente o mesmo
que o número de galáxias que giram na outra direção.
Mas nem de perto é isso que os
dados mostram. Em vez disso, ao menos considerando que a amostra coletada pelo
Webb e analisada por Shamir seja representativa, o Universo tem um sentido
preferencial de rotação.
"A análise das galáxias foi
feita por análise quantitativa de suas formas, mas a diferença é tão óbvia que
qualquer pessoa olhando para a imagem pode vê-la," disse Shamir. "Não
há necessidade de habilidades ou conhecimento especiais para ver que os números
são diferentes. Com o poder do telescópio espacial James Webb, qualquer um pode
vê-lo."
Acontece que isso tem muitas
implicações para a teoria e para a nossa compreensão do nosso cosmos.
As galáxias circuladas em azul giram na direção oposta à Via Láctea, e as circuladas em vermelho giram na mesma direção que a Via Láctea. [Imagem: Lior Shamir - 10.1093/mnras/staf292]
Universo está dentro de um
buraco negro?
Tudo no Universo parece girar,
mas a constatação de que o Universo inteiro gira é algo que as teorias não
necessariamente levam em conta. Mas há algumas que sim.
Uma teoria em particular,
conhecida como cosmologia de Schwarzschild [Karl Schwarzschild (1873-1916)],
consiste em um modelo cosmológico derivado das equações de campo de Einstein,
que descreve o espaço-tempo ao redor de um objeto esférico e não rotativo, como
um buraco negro. Mas, em vez de descrever o Universo como um todo, como os
modelos cosmológicos mais aceitos, a cosmologia de Schwarzschild descreve o
Universo localmente, ao redor de um observador.
Há várias implicações disso, mas
se destaca a ideia de que o Universo observável está contido dentro de um
grande buraco negro - outras implicações importantes são que as propriedades do
Universo podem variar dependendo da localização do observador, que a expansão
do Universo é uma ilusão causada pela rotação do buraco negro onde estamos
contidos e que há uma aparente expansão do Universo conforme nos aproximamos do
centro do buraco negro.
E esta descoberta observacional
de que as galáxias têm um sentido preferencial de rotação dá suporte a essa
teoria.
"Ainda não está claro o que
faz isso acontecer, mas há duas explicações primárias possíveis," disse
Shamir. "Uma explicação é que o Universo nasceu girando. Essa explicação
concorda com teorias como a cosmologia do buraco negro, que postula que o
Universo inteiro é o interior de um buraco negro. Mas, se o Universo realmente
nasceu girando, isso significa que as teorias existentes sobre o cosmos são
incompletas."
Se essa teoria estiver correta,
então cada buraco negro pode de fato ser a porta de entrada para outro
universo. Infelizmente, esses universos estariam fora de alcance porque estão
atrás de um horizonte de eventos, um ponto sem retorno, do qual nada pode
escapar, nem mesmo um bit de informação de algum alienígena que estivesse
eventualmente tentando falar conosco.
Amostra de galáxias que giram na mesma direção que a Via Láctea. [Imagem: Lior Shamir - 10.1093/mnras/staf292]
Medições de distâncias
cósmicas
Mas o pesquisador citou duas
explicações possíveis.
A segunda começa com a
constatação de que a Terra também gira em torno do centro da Via Láctea e,
devido ao efeito Doppler, a luz proveniente de galáxias que giram no sentido
oposto à rotação da Terra deveria ser mais brilhante.
Essa poderia ser outra explicação
para o porquê de tais galáxias serem super-representadas nas observações,
propõe Shamir - o Webb não estaria captando as menos brilhantes. Se for esse o
caso, o estudo já tem implicações importantes o suficiente, uma vez que os
astrônomos precisarão passar a levar em conta o efeito da velocidade rotacional
da Via Láctea em suas medições - tradicionalmente, essa rotação era considerada
muito lenta e insignificante para ser considerada.
"Se esse for realmente o
caso, precisaremos recalibrar nossas medições de distância para o Universo
profundo," disse Shamir. "A recalibração das medições de distância
também pode explicar várias outras questões não resolvidas na cosmologia, como
as diferenças nas taxas de expansão do Universo e as grandes galáxias que, de
acordo com as medições de distância existentes, parecem ser mais velhas do que
o próprio Universo."
Inovação Tecnológica
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