Descobertos dois corpos com o tamanho da Terra e com atmosferas de oxigênio!

Na figura ao lado, O objeto SDSS 1102+2054 é uma anã-branca com forte presença de oxigênio.
Astrofísicos da Universidade de Warwick e da Universidade de Kiel descobriram em novembro de 2009 dois corpos do tamanho da Terra com atmosferas ricas em oxigênio – porém há uma desvantagem para quem procura um potencial lar para a vida alienígena ou mesmo uma futura casa para nós porque na realidade não são planetas, mas duas estrelas anãs brancas incomuns.

Duas raras anãs brancas

As duas anãs brancas denominadas SDSS 0922 +2928 e SDSS 1102 +2054 estão a 400 e 220 anos-luz de distância da Terra. Ambas são restos de estrelas massivas, que terminaram a sua evolução estelar, tendo consumido todo o material que estava disponível em seus núcleos para a fusão nuclear.Modelos teóricos sugerem que estrelas massivas (cerca de 7 a 10 vezes a massa do nosso Sol) consomem todo seu hidrogênio, hélio e carbono, e terminam suas vidas como anãs brancas com núcleos ricos em oxigênio, ou passam pela fase de supernova e colapsam em estrelas de nêutrons. Assim, encontrar uma riqueza de oxigênio em tais anãs brancas seria uma importante validação dos modelos de evolução estelar. Infelizmente, quase todas as anãs brancas têm camadas de hidrogênio e / ou de hélio, quando são de baixa massa, espessas o suficiente para isolar o núcleo de uma visão direta. No entanto, se um núcleo perder as camadas externa remanescente de hidrogênio e hélio, os astrofísicos conseguem detectar um espectro extremamente rico em oxigênio na superfície da anã branca.
As anã-brancas tem tamanho similar ao da Terra, mas tem massa da ordem de grandeza da massa do Sol. Crédito da imagem: ESA/NASA

Buscando dentro de um conjunto de dados astronômicos de Sloan Digital Sky Survey (SDSS), astrofísicos da Universidade de Warwick e da Universidade de Kiel, descobriram duas anãs brancas com uma abundância de oxigênio atmosférico.
O autor principal do estudo, Dr. Boris Gänsicke astrofísico da Universidade de Warwick, disse: “Estas abundâncias de oxigênio na superfície implicam que são anãs brancas mostrando seus núcleos desnudados de oxigênio e neon, e que estas podem ser descendentes de estrelas progenitoras mais massivas desta classe”.

Há pontos a esclarecer…

A maior parte dos modelos estelares que produzem anãs brancas com tais núcleos de oxigênio e neon também produzem uma capa suficientemente grossa de carbono que deveria rodear o núcleo da estrela e evitar a difusão de grandes quantidades de oxigênio. Entretanto, os cálculos também demonstram que a espessura desta capa diminui quando mais perto está a estrela progenitora do limite superior de Chandrasekhar de massa para as estrelas que terminam suas vidas como anãs brancas. Uma possibilidade para a formação de SDSS 0922+2928 e SDSS 1102+2054 é que descendam de estrelas mais massivas que tenham evitado o colapso de seus núcleos, caso que seria de se esperar se fossem elas muito mais massivas. Entretanto os dados atuais são insuficientes para proporcionar medidas inequívocas das massas destas duas anãs brancas incomuns. O artigo completo “Duas anãs brancas com atmosferas ricas em oxigênio” foi publicado online pela revista Science em 12 de Novembro de 2009 e foi escrito por Jonathan Girvan, Tom Marsh, e Danny Dr. Steeghs do Departamento Física da Universidade de Warwick no Reino Unido e Detlev Koester da Universidade de Kiel na Alemanha.

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