Ecos no espaço revelam novos ângulos de Supernovas assimétricas

 Os telescópios baseados na Terra só são capazes de revelar os fenômenos espaciais a partir de um único ponto de vista, centrado no Sistema Solar, mas uma nova técnica pode permitir que cientistas finalmente obtenham uma "perspectiva alienígena" do que se passa no Universo. A equipe de Armin Rest, da Universidade Harvard, está explorando uma supernova de diversos ângulos diferentes. "O mesmo evento parece diferente em diferentes locais da Via-Láctea", disse ele, em nota divulgada pelo Centro Harvard de Astrofísica.
A luz da supernova que deixou para trás o remanescente conhecido como Cassiopeia A passou pela Terra há 330 anos, mas outras porções da luminosidade da explosão, que não estavam apontadas diretamente para a Terra e que foram refletidas por nuvens de poeira no espaço, estão chegando agora ao Sistema Solar. Esse eco é o que está sendo detectado.
"Do mesmo modo que os espelhos num closet podem mostrar as roupas que você veste de vários ângulos, as nuvens de poeira interestelar agem como espelhos e nos mostram diferentes faces da supernova", explicou Rest.Os ecos de luz não só dão aos astrônomos a oportunidade de estudar supernovas do passado, mas também oferecem uma perspectiva tridimensional do evento, já que cada eco traz um ponto de vista diferente da mesma explosão. A equipe de Rest descobriu que a supernova não foi perfeitamente simétrica. O estudo dos ecos mostrou que uma direção foi favorecida na explosão. Há sinais de que o gás que se dirigiu a um ponto viajava quase 12 milhões de km/h mais depressa do que nas demais direções observadas. "Essa supernova tinha duas caras", disse outro autor do trabalho, Ryan Foley. Essa descoberta tem o apoio de achados anteriores. Por exemplo, a estrela de nêutrons criada na explosão está voando pelo espaço numa direção oposta á do eco superveloz. A explosão pode ter arremessado gás para um lado e a estrela para o outro, como um motor de foguete. 
Fonte:Estadão

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