Hubble, 20 anos no espaço a observar planetas fora do sistema solar

               O Hubble tem capacidade para observações desde o espectro ultravioleta ao infravermelho (NASA/Reuters)
A observação e caracterização da atmosfera de planetas exteriores ao sistema solar, até então quase desconhecidos, foi um dos principais feitos do telescópio Hubble, lançado há 20 anos e que assinala amanhã o seu aniversário. Resultado da colaboração entre as agências espaciais europeia (ESA) e norte-americana (NASA), o Hubble é um telescópio espacial com 2,4 metros de diâmetro, com capacidade para observações desde o espectro ultravioleta ao infravermelho. De acordo com a ESA, o Hubble, lançado pelo vaivém espacial norte-americano Discovery, “revolucionou a astronomia moderna” e um dos seus maiores feitos é a caracterização da atmosfera de planetas exteriores ao nosso sistema solar (exoplanetas) que, até ao seu lançamento, nunca tinham sido observados. O telescópio Hubble efectuou a primeira medição da composição da atmosfera em torno de outra estrela (HD 209458), descobrindo evidências de sódio, carbono e oxigénio. O Hubble encontrou ainda evidência de metano na atmosfera de um planeta com a dimensão de Júpiter, o HD 189733b e, mais recentemente, registou imagens de um exoplaneta que orbita em torno da estrela Formalhaut. Quando foi lançado, os cientistas pensavam que a expansão do universo estaria a desacelerar, pois a gravidade actua como um redutor da velocidade.
Porém, através do estudo de supernovas do tipo Ia - estrelas que explodem no fim da sua vida -, enquanto indicadores de distância, o Hubble descobriu que a velocidade a que o Universo actualmente se expande tem aumentado nos últimos mil milhões de anos. Isto aponta para a existência da “energia negra”, uma força que consegue exceder a da gravidade e acelera a expansão do Universo. Apetrechado com três câmaras, dois espectógrafos e um conjunto de sensores muito sensíveis, o Hubble foi colocado numa órbita baixa (a 575 quilómetros do solo) e preparado para ser assistido no espaço, o que permite substituir os seus instrumentos à medida que a tecnologia evolui. A energia para os computadores de bordo e instrumentos científicos é fornecida por dois painéis solares, que carregam também seis baterias de níquel e hidrogénio que mantém a nave durante os 25 minutos, em cada órbita, em que atravessa a sombra da Terra. Cada órbita demora cerca de 96 a 97 minutos. Desde a sua colocação em órbita, o Hubble foi já assistido no espaço cinco vezes: a primeira em Dezembro de 1993 e a última das em Maio de 2009, pelo vaivém Atlantis.

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