Detecção de Actividade Vulcânica em Exoplanetas

Os astrofísicos L. Kaltenegger, W. Henning e D. Sasselov publicaram um artigo em que estudam cenários possíveis para a detecção de actividade vulcânica em exoplanetas, mais especificamente em Super-Terras que orbitam as suas estrelas hospedeiras a muito curta distância. Estes planetas têm temperaturas superficiais muito elevadas que permitem a existência de mares de magma permanentes à superfície. Para além disso, a acção das forças de maré induzidas pelas estrelas hospedeiras poderá promover fenómenos de vulcanismo de grande escala à semelhança do que é observado em Io por acção de Júpiter no nosso Sistema Solar.
Utilizando um modelo, baseado na Terra, para um tal exoplaneta, os autores do artigo determinaram o aspecto que teria o espectro de transmissão do planeta em função da quantidade e composição dos gases libertados pela actividade vulcânica. Também calcularam a exposição total necessária à detecção dessa assinatura espectral com a tecnologia actual observando o sistema próximo e durante o eclipse secundário (em que o planeta passa por detrás da estrela hospedeira). A conclusão é interessante. Utilizando o telescópio espacial James Webb (que será lançado em 2014), seria possível detectar o dióxido de enxofre de uma erupção vulcânica num exoplaneta em torno de uma estrela até 30 anos-luz. Para tal, a erupção teria de ter pelo menos 10 a 100 vezes a potência e emissão de gás da do vulcão Pinatubo, em 1991 nas Filipinas. Esta erupção libertou cerca de 17 milhões de toneladas de dióxido de enxofre para a estratosfera. A maior erupção documentada, a do vulcão Tambora, em 1815 na Indonésia, teve uma potência 10 vezes superior.
Créditos:astropt.org/blog

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