Impactos com cometas deixam marcas nos anéis de Saturno e Júpiter

Segundo estudos, estranhas formações nos anéis de Saturno e Júpiter são marcas indicativas de impactos dramáticos com cometas, que ocorreram nas últimas décadas. As novas descobertas indicam que os anéis podem atuar como documentos históricos, revelando o passado de seus planetas. No anel C de Saturno, um dos muitos do planeta, ondulações recém-descobertas mostram que pedaços de um cometa provavelmente se chocaram ali em 1983, evento que passou despercebido por astrônomos na época. Estruturas similares apareceram nos anéis de Júpiter em 1994, quando o cometa Shoemaker-Levy 9 se chocou com o hemisfério sul do planeta.

Os pesquisadores utilizaram observações de várias naves espaciais da NASA para detectar as ondas nos anéis. Um dos estudos analisou imagens da sonda Cassini, tiradas em agosto de 2009, quando o sol iluminava os anéis de Saturno de lado. Os cientistas notaram ondas através de todo o anel C do planeta. Essas formações têm amplitude entre 2 e 20 metros, e comprimento de onda de 30 a 80 km. Em outro estudo, pesquisadores observaram dois padrões semelhantes no anel principal de Júpiter.

As ondas apareceram em imagens tiradas pela sonda Galileu em 1996 e 2000, e pela sonda New Horizons, em 2007. Depois de caracterizar e analisar as ondas, os pesquisadores determinaram que elas se formaram após os anéis dos dois planetas serem ligeiramente abalados. Com o tempo, os anéis (inicialmente um pouco “inclinados”) geraram as ondas através de um processo de ruptura. As ondulações devem eventualmente se dissipar, embora isso possa levar algum tempo (talvez centenas de anos em Saturno). Os cientistas acreditam que os anéis ficaram inclinados depois que nuvens de cometas se chocaram com eles, tornando as estruturas ligeiramente fora de sintonia.

Com modelos e dados, os cientistas foram capazes de determinar como e quando as estruturas estranhas provavelmente se formaram e evoluíram. A inclinação do anel C de Saturno provavelmente resultou de uma colisão com uma nuvem de detritos de massa entre 100 bilhões a 10 trilhões de quilos (aproximadamente a massa de um cometa de um quilômetro de extensão). Esse impacto ocorreu em 1983, provavelmente por volta de agosto ou setembro. O anel D inclinou-se ao mesmo tempo. O anel principal de Júpiter, por outro lado, deve ter se inclinado duas vezes com o impacto dramático que ocorreu entre julho e outubro de 1994. Os dados coincidem com a colisão de um famoso cometa em Júpiter (Shoemaker-Levy 9, entre 16 e 20 de julho de 1994).

A melhor explicação até agora é que um evento similar também produziu a inclinação dos anéis de Saturno. Nuvens de partículas menores, e não grandes pedaços de cometa, é o que deve ter causado as inclinações. Segundo os pesquisadores, é necessária uma nuvem que atinja uma ampla região dos anéis para obter tal efeito. Um pedaço grande e sólido só iria furá-los, ao invés de produzir inclinação em larga escala. Os anéis podem ajudar os astrônomos a descobrirem quantos cometas correm em torno do sol. A colisão de 1983 sugere que esses impactos podem ser mais comuns do que se acreditava previamente.
Fonte: http://hypescience.com
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