IC1396A: A Tromba de Elefante Construída Pelo Vento Estelar

 
Do mesmo modo que a poeira na Terra é soprada pelo vento, a poeira espacial pode ser soprada pelo vento e pela radiação gerada pelas estrelas. Essa imagem da Nebulosa da Tromba do Elefante (IC1396A) feita pelo Wide-field Survey Explorer ou WISE da NASA, mostra nuvens de poeira e gás sendo empurrado e erodido por uma estrela massiva. A tromba brilhante da nebulosa próxima do centro é uma nuvem especialmente densa que brilha contra a poderosa radiação da estrela e do vento estelar, como uma biruta que se mantém forte enquanto que as demais regiões de gás e poeira são quebradas e varridas.

Tromba de Elefante é um termo normalmente usado pelos astrônomos para esse tipo de estrutura. Estruturas similares podem ser encontradas em muitas outras nebulosas, contudo essa é a única nebulosa que usa esse nome geral em seu nome particular. Exemplos mais distantes de estruturas do tipo Tromba de Elefante podem ser encontrados na LBN 211.91-01.37 e na Nebulosa da Alma. Elas foram todas formadas da mesma forma basicamente – uma estrela massiva próxima, ou aglomerado emitindo grandes quantidade de radiação ultravioleta e ventos estelares que limpam todo o gás e poeira ao redor, deixando para trás somente as partes mais densas da nuvem.

Essas densas porções então se protegem do vento criando a feição de tromba. A estrela culpada aqui, a HR8281, está localizada próxima do centro da imagem. Ela é uma das três estrelas azuis brilhantes próxima do canto superior esquerdo da tromba que forma um triângulo tão largo quanto a ponta brilhante da tromba. Das três estrelas, a mais superior está no centro. Seu efeito destrutivo na nebulosa ao redor pode ser visto pela cavidade escura que é criada delimitada pelas nuvens de poeira mais brilhantes ao redor. A nebulosa inteira conhecida como IC1396A, preenche a maior parte do campo de visão. Ela está localizada somente a 2450 anos-luz de distância da Terra o que é muito próximo se comparado com outras nebulosas similares.

 A tromba por si só tem aproximadamente 30 anos-luz de comprimento, enquanto que toda a nebulosa possui 100 anos-luz de comprimento. Se você olhar com atenção na ponta da tromba de elefante poderá ver uma pequena área escura. Essa região é um pequeno vazio no gás formado pelo par de novas estrelas que recentemente se formaram na densa nuvem. Sua radiação e o vento está limpando o gás e poeira próximos, criando uma versão menor do mesmo efeito que é visto em grande escala em toda a imagem.

As estrelas avermelhadas se dispersam através da imagem são provavelmente estrelas novas formadas recentemente que ainda estão dentro de seus casulos. As cores usadas nessa imagem representam comprimentos de onda específico da luz infravermelha. Azul e ciano, representa a luz emitida nos comprimentos de onda de 3.4 e 4.6 mícron, predominantemente emitida pelas estrelas. A cor verde e vermelha representa a luz de 12 e 22 mícron respectivamente emitida na sua maioria pela poeira.
Fonte: Ciência e Tecnologia - http://cienctec.com.br/wordpress/?p=13121
 http://wise.ssl.berkeley.edu/gallery_IC1396.html

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lua eclipsa Saturno

Um rejuvenescimento galáctico

Uma enorme bolha de rádio com 65.000 anos-luz rodeia esta galáxia próxima

Marte Passando

Observações exploram as propriedades da galáxia espiral gigante UGC 2885

O parceiro secreto de Betelgeuse, Betelbuddy, pode mudar as previsões de supernovas

Telescópio James Webb descobre galáxias brilhantes e antigas que desafiam teorias cósmicas:

Telescópio James Webb encontra as primeiras possíveis 'estrelas fracassadas' além da Via Láctea — e elas podem revelar novos segredos do universo primitivo

Astrônomos mapeiam o formato da coroa de um buraco negro pela primeira vez

Mu Cephei