Cinco nebulosas que valem (estas sim!) uma espiadinha

Os leitores devem perdoar o trocadilho bobo, mas são as nebulosas as verdadeiras estrelas do céu. Formadas por gás e poeira que ficam no espaço interestelar, atuam frequentemente como berçários estelares. Não são tão grandes para serem consideradas galáxias, nem tão pequenas para serem consideradas meros sistemas estelares. E, mesmo ocupando uma posição intermediária no ranking de classificação dos objetos astronômicos, conquistam especialistas e leigos.

Abaixo, uma seleção de algumas das mais bonitas nebulosas já fotografadas
1 – Nebulosa de Órion – NGC 1976
Não é apenas a sua beleza que chama a atenção. É a beleza e a proximidade. Esta imensa nuvem interestelar está localizada ao sul do Cinto de Órion, casa das famosas ‘Três Marias’, na constelação do equador celeste, a apenas (considerando distâncias astronômicas) 1.500 anos-luz da Terra. Além disso, possui muitas estrelas energéticas capazes de criar ondas de choque luminosas, abrindo a visão do que seria bloqueado pela presença de gás e poeira. Pesquisadores gostam de observá-la porque ela dá bons insights sobre diferentes etapas envolvidas na formação e evolução de estrelas. A imagem, obtida com a ajuda do telescópio espacial Hubble e do Observatório Europeu do Sul La Silla, é uma das mais nítidas obtidas até hoje e revela mais de 300 estrelas. A nebulosa se estende por 13 anos-luz e exibe, orgulhosa, uma formação conhecida como Cabeça de Cavalo.

2 – Nebulosa da Águia 
a queridinha dos leigos, por se assemelhar a uma fada gigante com 10 anos-luz de extensão – expelindo radiação muito mais quente do que o fogo. Como se não bastasse, ainda exibe em uma de suas extremidades uma verdadeira obra-prima cósmica: a formação conhecida como ‘Pilares da Criação’, torres esculturais de gás e poeira que atuam como um berçário de estrelas. A imagem acima foi lançadas pelas agências espaciais no aniversário de 15 anos do telescópio espacial Hubble. A segunda foi obtida recentemente pelo cruzamento de dados obtidos pelo observatório Chandra e o Hubble, sendo que o vermelho, verde e azul representam respectivamente emissões baixa, média e alta de energia raio-x.
 
3 – Nebulosa de Hélix – NGC 7293  
forma teria o espaço ocupado pelo Sistema Solar com o colapso do Sol? Impossível prever. Mas a imaginação aumenta quando nos deparamos com a imagem de Hélix, uma nebulosa planetária – formada quando uma estrela entre 0,8 e até oito vezes a massa solar passa a esvanecer – que se assemelha a um grande olho no espaço. O ‘Olho de Deus’, como é popularmente chamada, fica na constelação de Aquarius, a apenas 700 anos-luz da Terra. É a nebulosa que está mais próxima de nós, estendendo-se por 2,5 anos-luz. Esta é uma das mais detalhadas imagens obtidas da nebulosa pela combinação de dados do Hubble e o telescópio de Tucson, no Arizona. Ela mostra uma fina rede de filamentos dentro do anel, formada por resquícios de gases que escaparam da estrela moribunda. O centro está fadado a se transformar em uma estrela anã-branca.
 
4 – Nebulosa Carina – NGC 3372
aniversário de 20 anos do telescópio Hubble, um presente: a imagem de uma espetacular torre de poeira e gás – conhecida como ‘Montanha Mística’ – subindo da nebulosa Carina. Apenas o pilar se estende por três anos-luz, com seu hidrogênio frio sendo gradualmente disperso pela radiação das estrelas ao redor. Dentro da torre, estrelas liberam jatos de gás das extremidades. A nebulosa Carina se espalha por mais de 300 anos-luz e está situada a cerca de 7.000 anos-luz da Terra, em constelação homônima. É o lar de inúmeras estrelas massivas e nebulosas menores dinâmicas. O destaque fica por conta de Eta Carinae, a estrela com mais energia na região e uma das mais brilhantes do céu até 1830, visível apenas do Hemisfério Sul.
 
5 – Nebulosa de Borboleta – NGC 6302
aparências enganam: apesar da forma delicada, semelhante a uma borboleta, esta nebulosa planetária localizada a 4.000 anos-luz da Terra, na constelação de Escorpião, não é nem um pouco serena. A temperatura das suas extremidades, as ‘asas’ formadas por gases e radiação ultravioleta, é 35 vezes maior que a da superfície do Sol, superando os 200.000 graus Celsius. No centro, o calor é ainda maior. O complexo se move a mais de 960 mil quilômetros por hora no espaço – velocidade capaz de levar um homem à Lua em apenas 24 minutos. O que faz dela um dos objetos astronômicos mais fascinantes de nossa galáxia é a sua composição química. De acordo com pesquisadores, seus ‘leques’ podem conter carbonatos (como o calcite), o que é tido como uma evidência de água líquida no passado.
Fonte: ESTADÃO

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