Limite Cósmico

Medição independente mostra que neutrinos não excedem a velocidade da luz
Albert Einstein ainda pode estar certo. Tentativa de repetir experiência que mostrou uma partícula subatômica se movendo mais rápido que a velocidade da luz sugere que resultado anterior pode estar errado e que a famosa teoria especial da relatividade permanece intacta. Um grupo de físicos, em sua maioria europeus, que trabalham no experimento chamado Icarus anunciou o rastreamento de neutrinos viajando do Cern, laboratório de física de partículas nos arredores de Genebra, até o Laboratório Nacional de Gran Sasso, em uma montanha italiana. Trata-se da mesma travessia subterrânea internacional que os neutrinos fazem no experimento Opera.

Porém, diferente do Opera, que no ano passado relatou que os neutrinos chegaram à Itália 60 nanossegundos mais rápido que se viajassem no, supostamente insuperável, limite cósmico de velocidade, o Icarus descobriu que os neutrinos fizeram a viagem a uma velocidade indistinguível da velocidade da luz. Os detalhes da descoberta do Icarus foram postados no servidor de física de pré-publicação arXiv.org.  “Evidências começam a apontar para o resultado do Opera ser medição errônea”, afirmou o diretor de pesquisas do Cern, Sergio Bertolucci, em uma declaração oficial. Possíveis explicações para a medição do Opera surgiram no mês passado, quando pesquisadores do projeto anunciaram publicamente a descoberta de dois problemas com a sincronização do GPS.

Não foi esclarecido se apenas os problemas de GPS podem explicar a discrepância de 60 nanossegundos entre a medição e a teoria. Desde o início, os físicos que trabalham no Opera tiveram o cuidado de observar que essa medida era uma anomalia, muito possivelmente, com uma explicação simples. Em setembro, ao anunciarem as descobertas desconcertantes, eles se abstiveram de arriscar quaisquer interpretações, dizendo que gostariam primeiro que outros físicos ajudassem a investigar os dados. “Seja qual for o resultado, o grupo do experimento Opera comporta-se com integridade científica perfeita ao oferecer sua medição para ampla verificação e convidar medições independentes”, avaliou Bertolucci. “É assim que a ciência funciona.”
Fonte: Scientific American Brasil

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