Novos estudos desafiam teoria atual de formação da Lua

Artes: suposto impacto do planeta Theia contra a Terra pode ter formado a Lua há 4.5 bilhões de anos.Apolo11.com.

A teoria vigente diz que nosso satélite se formou após o impacto de um grande objeto contra a Terra, mas uma descoberta recente mostra que existe muito mais material terrestre na Lua do que os estudos mostravam, colocando em xeque a teoria do choque cataclísmico. A corrente de pensamento atual sugere que a Lua foi criada depois que um objeto do tamanho de Marte, chamado Theia, colidiu contra o nosso planeta há 4,5 bilhões de anos e que mais de 40 por cento da Lua é constituída por restos desse corpo impactante. Os pesquisadores esperavam que este objeto fosse quimicamente diferente da Terra, mas os estudos anteriores mostravam que a Lua e a Terra eram muito mais parecidas do que deviam quando estudados a partir dos isótopos de alguns elementos e isso contrariava o modelo do impacto de Theia, atualmente aceito.

 Para comparar ainda mais a Lua e a Terra, pesquisadores da Universidade de Chicago analisaram isótopos de titânio encontrados nas rochas dos dois objetos e descobriram que a relação dos isótopos de titânio encontrados em 24 amostras lunares retornadas pelas missões Apollo eram diferentes daquelas encontradas na Terra.

Intrigado, o geoquímico Junjun Zhang, ligado ao Centro de Chicago para Cosmoquímica suspeitou que alguma coisa estava alterando a relação de isótopos encontrados nas amostras lunares e concluiu que essa alteração era compatível com o bombardeio de raios cósmicos vindos do espaço profundo. Para Zhang, após colidirem com a Lua os raios cósmicos geram nêutrons que são absorvidos pelos átomos de titânio, alterando a relação de isótopos do elemento.

Após fazer as devidas correções em seu modelo, Zhang confirmou que a relação de isótopos encontrados nas rochas lunares e terrestres era quase a mesma, sugerindo que a Terra e Lua são muito mais parecidas do que se acredita. "Parece improvável que Theia seja quase idêntica isotopicamente à Terra. Por isso, se Theia fosse de fato um maior contribuinte de material, nossa Lua deveria diferir substancialmente da Terra, mas não é isso que encontramos", disse Zhang, que teve seu trabalho publicado na edição 25 da revista Nature Geoscience.

Outros Estudos - No entanto, as semelhanças entre a lua e a Terra também podem ser explicadas pela intensa mistura do material ocorrida após o impacto e que deixou grande parte do material de Theia enterrado sob a lua. Além disso, alguns cientistas especulam que a Lua seja constituída quase que totalmente do material Terra que foi ejetado a partir do movimento de rotação criado depois de um impacto gigante.

Duas Luas - Outros estudos recentes sobre a Lua podem influenciar na interpretação dos resultados do trabalho de Zhang. "Alguns colegas sugerem, por exemplo, que a Terra teve duas luas que coexistiram por um breve período e que colidiram entre si. Se assim for, talvez a composição isotópica da Lua perdida fosse semelhante à da Terra, o que explicaria as semelhanças encontradas", explicou Zhang. Para entender melhor as semelhanças encontradas, Zhang e seus colegas esperam as próximas medições de isótopos de outros elementos, como cálcio, que sem dúvida contribuiria para entender melhor a história da nossa Lua.
Fonte: Apolo11.com - http://www.apolo11.com/spacenews.php?titulo=Novos_estudos_desafiam_teoria_atual_de_formacao_da_Lua&posic=dat_20120326-114431.inc

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