Curiosity envia incrível imagem em alta-resolução do Monte Sharp
Um capítulo da história geológica de Marte está à vista neste postal enviado pelo rover Curiosity. A imagem mostra a base do Monte Sharp, o destino científico eventual do rover.Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS
Que vista! Esta foto, publicada ontem, é uma composição em alta-resolução do objectivo final do Curiosity: os flancos estratificados do alto pico central com 5,5 km da Cratera Gale, o Monte Sharp (ou Aeolis Mons). A composição foi feita com duas imagens, uma obtida com a lente de 100mm e outra com a grande angular de 34mm da Mastcam, que serviram como teste de calibração. Mostra uma cena de colinas que sofreram erosão e ravinas numa montanha, com camadas geológicas claramente expostas. "Esta é uma área no Monte Sharp que o Curiosity irá percorrer," afirma Michael Malin, investigador principal da Mastcam, do MSSS (Malin Space Science Systems) em San Diego, no estado americano da Califórnia. "Aquelas camadas são o nosso objectivo final.
O escuro campo de dunas está entre nós e aquelas camadas. Em frente da areia escura vemos areia mais avermelhada, com uma composição diferente sugerida pela sua cor. As rochas no pano da frente mostram diversidade -- algumas são redondas, outras mais angulares, e contam histórias diferentes. Este é um local muito rico em termos geológicos para observar e eventualmente estudar de perto." A região repleta de gravilha no pano da frente é a área de aterragem imediata do Curiosity. O chão depois decai para uma depressão, e sobe no limite de uma cratera delineada por rochas maiores. Mais distante, a cerca de 3,7 km, estão os campos de dunas compostas por material mais escuro, e a base do Monte Sharp começa a crescer a cerca de 5,5 km de distância. Um ampliação de uma grande rocha na base de um pequeno monte de terra mostra que tem o mesmo tamanho que o Curiosity (que é grande em comparação com uma pessoa ou com os rovers anteriores).
Versão anotada da imagem obtida com a câmara de 100mm da Mastcam acoplada ao Curiosity.Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS
O monte rochoso mesmo por trás do pedregulho nesta imagem mede cerca de 300 metros de diâmetro e cerca de 100 metros de altura. As cores foram modificadas para melhor se discernir as formações terrestres e as diferenças nos materias superficiais.
Uma pequena viagem na Segunda-feira colocou o Curiosity directamente sobre uma das zonas "vasculhadas" pelos motores do guindaste espacial, que expeliram alguns centímetros de cascalho e expuseram a rocha por baixo. Os investigadores planeiam usar o instrumento que dispara neutrões a bordo do rover para procurar moléculas de água embebidas nos minerais deste alvo parcialmente escavado. Durante a conferência de imprensa, a equipa anunciou os resultados de um teste do instrumento SAM (Sample Analysis at Mars) do Curiosity, que pode medir a composição das amostras da atmosfera, de rocha triturada e solo. Era esperado que houvesse ainda algum ar atmosférico da Terra dentro do instrumento, por isso a diferença em pressão em ambos os lados das pequenas bombas levaram a que os operadores do SAM não expelissem este ar terrestre como precaução. As bombas funcionam, e fizeram então uma análise química da amostra de ar terrestre.
"Como teste do instrumento, os resultados são uma linda confirmação da sensibilidade em identificar os gases presentes," firma Paul Mahaffy, investigador principal do SAM no Centro Aeroespacial Goddard da NASA em Greenbelt, no estado americano de Maryland. "Estamos muito contentes com este teste e ansiamos nos próximos dias obter dados de Marte." O Curiosity já enviou mais dados da superfície marciana do que todos os rovers anteriores da NASA combinados. "Temos uma rede internacional de telecomunicações que transmitem os dados do Curiosity," afirma Chad Edwards do JPL, líder de telecomunicações do Programa de Exploração de Marte da NASA. "O Curiosity dispõe de uma maior largura de banda porque usamos uma nova técnica que ajusta a sua velocidade de transmissão." O Curiosity aterrou há 3 semanas em Marte, numa missão principal com a duração de dois anos. Vai usar 10 instrumentos para determinar se a área seleccionada já teve condições ambientais favoráveis para a vida microbiana.
Fonte: http://www.ccvalg.pt/astronomia/
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