A velocidade da luz pode ser infinita?

No vácuo do universo, a luz viaja em uma velocidade de 300 mil quilômetros por segundo, o que já é um número incrível. Em outros meios, como água ou vidro, a velocidade da luz tende a diminuir. Mas será que a luz pode ultrapassar o seu limite de velocidade? De acordo com um novo experimento realizado pelo físico Albert Polman e Nader Engheta, da Universidade da Pensilvânia, a velocidade da luz pode aumentar. Mas não somente isso, ela pode ser infinita. O conceito de infinito nunca foi bem tratado pela física. Constantemente previstos em modelos teóricos e matemáticos, quando o infinito aparece em alguma equação física é sinal de que algo está errado. E o que dizer quando ela aparece em algum experimento prático?
 
Quando a luz viaja em meios que a tornam mais lenta, a variação de velocidade é denominada Índice de Refração. Então os pesquisadores criaram um nanodispositivo que apresenta um índice de refração cujo valor é zero. Nesse meio, luz ganha uma velocidade infinita. O nanodispositivo consiste em uma barra retangular com 85 nanômetros de espessura, e 2 mil nanômetros de comprimento. É composto de dióxido de silício e rodeada por uma tênue camada de prata, que não deixa a luz escapar. Dentro dessa pequena câmara, a luz não se comporta normalmente, e sim forma vários padrões distintos por causa dos campos magnéticos presentes no nanodispositivo. Os pesquisadores notaram que um comprimento de onda se torna visível por todo o nanodispositivo de modo instantâneo e sincronizado. Isso significa que a luz está viajando em uma velocidade infinita.
 
À essa altura você já deve estar se perguntando se isso não é uma violação da teoria da relatividade de Einstein. Segundo os pesquisadores, não. Isso porque a luz apresenta duas velocidades. Uma delas é de fase, que consiste na velocidade que as ondas de comprimento viajam. A segunda delas é a de grupo, que consiste no quão rápido a luz transmite energia e/ou informações. Então na verdade, somente a velocidade de fase no experimento ganhou uma velocidade infinita. A velocidade de grupo permanece sendo a mesma – finita. Ou seja, não temos uma violação da relatividade geral. O estudo pode ser útil para a criação de novos materiais, sobretudo em novos tipos de nanocircuitos ópticos e antenas. 

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