Sonda espacial tentará desviar asteroide duplo

O módulo AIM ficará assistindo à distância, enquanto o projétil DART atinge o irmão menor do asteroide binário Dídimo. [Imagem: ESA/AOES Medialab]
 
Asteroide Dídimo
A Agência Espacial Europeia (ESA) está se preparando para lançar uma sonda espacial cujo objetivo é tentar desviar a trajetória de um asteroide. A recente passagem do meteoro na Rússia, gerando destruição e causando ferimentos em centenas de pessoas, apressou vários estudos para o desenvolvimento de capacidades para tentar desviar esses objetos celestes. A ESA já vinha trabalhando com parceiros internacionais no desenvolvimento da missão, chamada AIDA - Asteroid Impact and Deflection Assessment (avaliação do impacto e deflexão de um asteroide, em tradução livre). E o grupo acaba de definir o alvo da missão: será um asteroide duplo chamado Didymos, ou Dídimo (gêmeo). O Dídimo é um binário, com dois asteroides girando um em torno do outro - o asteroide primário tem cerca de 800 metros de diâmetro, enquanto o satélite tem cerca de 150 metros.
 
Alterando a órbita do asteroide
A missão AIDA é um esforço internacional de baixo custo que enviará duas pequenas naves para interceptar o asteroide. Enquanto uma se destrói chocando-se contra o asteroide a uma velocidade de 6,25 km/s, a outra grava tudo para registrar os efeitos do choque. Um possível efeito seria uma alteração no giro orbital dos dois objetos. Isso ajudará os cientistas a calcular o impacto necessário para, no futuro, desviar um asteroide que ameace a Terra. As duas naves serão concebidas para trabalhar de forma independente e poderão atingir a maior parte dos seus objetivos sozinhas. A sonda de colisão chama-se DART (Double Asteroid Redirection Test, teste de redireção de um asteroide duplo) e está sendo projetada pelo Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. A sonda de monitoramento chama-se AIM (Asteroid Impact Monitor, monitor de impacto em um asteroide) e está sendo projetada pela ESA.

Além de estudos sobre como desviar um asteroide, os cientistas vão aproveitar para estudar sua composição, com vistas a uma eventual mineração espacial futura. [Imagem: ESA/AOES Medialab]

Impacto do lixo espacial
O Dídimo não representa qualquer risco para o nosso planeta, mas ele se aproximará o suficiente para ser visível por telescópios de 1 a 2 metros de diâmetro na Terra, antes e depois do "ataque" da missão AIDA. A visão muito mais próxima, feita pelo AIM, fornecerá imagens muito precisas, permitindo a observação da dinâmica do impacto, bem como da cratera resultante, e ajudando na validação dos modelos teóricos. A energia libertada no impacto do AIDA, a vários quilômetros por segundo será semelhante à de um grande pedaço de lixo espacial atingindo um satélite de comunicações. Assim, a missão poderá ajudar também a modelar danos causados nas naves pelo lixo espacial. Em 2005, a sonda Impacto Profundo, da NASA, chocou-se com o cometa Tempel 1. Em 2011, a sonda Stardust fotografou a cratera, a primeira feita pelo homem em um corpo celeste.
 
Segundas e terceiras intenções
No início deste mês, a ESA pediu aos pesquisadores que propusessem experimentos que possam ser levados na missão ou feitos em terra, para aumentar o retorno científico da missão.  A AIDA não é só uma missão a um asteroide, também se destina a ser uma plataforma de pesquisa aberta a todos os tipos de utilizadores," diz Andrés Gálvez, do grupo de estudos da ESA.  O projeto tem valor em muitas áreas," concorda Andy Cheng, o responsável pelo módulo de impacto, "das ciências aplicadas e da exploração à utilização de recursos [minerais] dos asteroides. As propostas de novos experimentos podem incluir qualquer coisa que esteja relacionada com impactos a hipervelocidade, ciências planetárias, defesa planetária, exploração humana ou inovação em operações espaciais. A missão planeja interceptar o Dídimo a uma distância de cerca de 11 milhões de quilômetros da Terra, o que deverá acontecer em 2022.
Fonte: Inovação Tecnológica

Comentários

  1. o mundo já devia estar muito mais avançado em programas como a aida e o dart e outros de exploração porque não há outro caminho esta bolinha já esta armadilhada os humanos dtem que seguir viagem esta rua aqui na terra e sem saída

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!

Postagens mais visitadas deste blog

Mu Cephei

Eta Carinae

Astrônomos encontram planetas ‘inclinados’ mesmo em sistemas solares primitivos

Júpiter ao luar

Ganimedes de Juno

A Lagoa Profunda

Cometa, Planeta, Lua

Orionídeos em Touro

Astrônomos identificam possíveis civilizações alienígenas em estrelas

Marcando Bennu