Telescópio Fermi escapa da destruição por lixo espacial
Os dois satélites ocupariam o mesmo ponto no espaço com uma diferença de meros
30 milissegundos.[Imagem: NASA]
Lixo voador
A NASA divulgou um episódio ocorrido no dia 29 de Março último que quase
resultou na destruição do telescópio espacial Fermi, projetado para a observação dos
raios gama, a radiação de mais alta energia no Universo. Tudo começou quando a chefe da missão, Julie McEnery, recebeu por e-mail
alerta enviado automaticamente pelo sistema CARA (Robotic Conjunction
Assessment Risk Analysis), que detecta o risco de colisões entre satélites,
sondas e naves espaciais e pedaços de lixo espacial. Segundo o alerta, o Cosmos 1805, um satélite espião da época da Guerra Fria,
atualmente desativado, passaria a 210 metros de distância do Fermi. Poderia até parecer muito, mas esta distância é menor do que a incerteza na
previsão. Por exemplo, em 2009, as estimativas de que o satélite russo Cosmos 2251
passaria a 580 metros do satélite de comunicações Iridium 33 resultou em uma
colisão espacial que destruiu os dois e gerou milhares de detritos espaciais. Com uma velocidade relativa de 43.500 km/h, uma colisão entre o Fermi e o Cosmos
1805 liberaria uma energia equivalente a 2,5 toneladas de explosivos, gerando
mais uma nuvem de lixo espacial.
Mesmo ponto no espaço
Embora, com o passar dos dias, as previsões ficassem mais precisas, os dados
resultaram em uma preocupação ainda maior: os dois satélites ocupariam o mesmo
ponto no espaço com uma diferença de meros 30 milissegundos. Outra preocupação era que, embora o Fermi tenha foguetes e combustível para
se movimentar, este aparato de navegação foi projetado para ser usado quando o
observatório de raios gama chegasse ao fim de sua vida útil, trazendo-o para
queimar na reentrada na atmosfera. Ou seja, o sistema nunca havia sido
testado. A dúvida final era para onde levar o telescópio, já que ele poderia entrar em
rota de colisão com outro detrito espacial. Finalmente, no dia 3 de Abril, os foguetes do Fermi foram acionados por 1
segundo, o suficiente para tirá-lo do alcance do satélite ameaçador, mas
mantendo-o em uma órbita segura para o futuro imediato. No momento previsto, os satélites cruzaram em órbitas perpendiculares a uma
distância de 9,6 km.
Fonte: Inovação Tecnológica
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