WISE reativado para caçar asteróides
Impressão de artista que mostra o WISE em órbita da Terra. Em Setembro de 2013, os engenheiros vão tentar reavivá-lo para caçar mais asteróides e cometas num projecto chamado NEOWISE.
Crédito: NASA/JPL-Caltech
Crédito: NASA/JPL-Caltech
Um instrumento da NASA que descobriu e caracterizou dezenas de milhares de asteróides em todo o Sistema Solar, antes de ser colocado em hibernação, regressará ao serviço por mais três anos, com início em Setembro, ajudando a agência espacial no seu esforço para identificar a população de objectos potencialmente perigosos próximos da Terra, bem como aqueles adequados para missões de exploração a asteróides.
O WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer) será reavivado no próximo mês com o objectivo de descobrir e caracterizar NEOs (sigla inglesa para "near-Earth objects"), rochas espaciais que podem ser encontradas em órbitas até 45 milhões de km da Terra, em redor do Sol. A NASA antecipa que o WISE fará uso do seu telescópio de 16 polegadas (40 centímetros) e das câmaras infravermelhas para descobrir cerca de 150 NEOs previamente desconhecidos e caracterizar o tamanho, albedo e propriedades térmicas de outros 2000 - incluindo alguns que podem ser candidatos à recentemente anunciada iniciativa da agência.
"A missão WISE alcançou os seus objectivos e a NEOWISE estendeu a ciência ainda mais na sua pesquisa de asteróides. A NASA apoia-se agora neste histórico de sucessos, o que irá melhorar a nossa capacidade de encontrar asteróides potencialmente perigosos, e apoiar a nossa iniciativa de asteróides," afirma John Grunsfeld, administrador associado da NASA para ciência em Washington, EUA. "A reactivação do WISE é um excelente exemplo de como estamos alavancando as capacidades existentes por toda a agência para alcançar o nosso objectivo."
A iniciativa de asteróides da NASA será a primeira missão a identificar, capturar e mover um asteróide. Ela representa uma façanha tecnológica sem precedentes, que irá levar a novas descobertas científicas e a capacidades tecnológicas que ajudarão a proteger o nosso planeta. Esta iniciativa faz parte do plano de enviar seres humanos até um asteróide em 2025.
Lançado em Dezembro de 2009 para procurar o brilho de fontes de calor celeste de asteróides, estrelas e galáxias, o WISE capturou cerca de 7500 imagens por dia durante a sua missão principal, desde Janeiro de 2010 até Fevereiro de 2011. Como parte do projecto chamado NEOWISE, o explorador espacial fez o levantamento mais preciso até à data de NEOs. A NASA desligou a maioria dos componentes electrónicos do WISE quando completou a sua missão principal.
Conceito de uma nave da NASA com o mecanismo de captura de asteróide, que irá redireccionar uma rocha espacial até uma órbita lunar estável, para estudo posterior por astronautas a bordo da cápsula Orion.
Crédito: NASA
Crédito: NASA
"Os dados recolhidos pela NEOWISE há dois anos provaram ser uma mina de ouro para a descoberta e caracterização da população de NEOs," afirma Lindley Johnson, executivo do programa NEOWISE da NASA em Washington. "É importante que acumulemos o máximo possível deste tipo de dados enquanto o WISE continua a ser um trunfo viável."
Dado que os asteróides reflectem mas não emitem luz visível, os sensores infravermelhos são uma ferramenta poderosa para descobrir, catalogar e compreender a população de asteróides. Dependendo da reflectividade de um objecto, ou albedo, uma pequena e clara rocha espacial pode ter a mesma aparência que uma grande e escura. Como resultado, os dados recolhidos com telescópios ópticos usando a luz visível podem ser enganadores. Durante 2010, a missão NEOWISE observou cerca de 158.000 corpos rochosos, de entre cerca de 600.000 objectos conhecidos. As descobertas incluem 21 cometas, mais de 34.000 asteróides na cintura principal entre Marte e Júpiter, e 135 NEOs.
A missão principal do WISE era varrer todo o céu no infravermelho. Capturou mais de 2,7 milhões de imagens em múltiplos comprimentos de onda infravermelhos e catalogou mais de 560 milhões de objectos no espaço, desde galáxias distantes até asteróides e cometas muito mais perto da Terra.
"A equipa está pronta e após uma verificação rápida, vamos começar a grande velocidade," afirma Amy Mainzer, investigadora principal da missão NEOWISE no JPL da NASA em Pasadena, no estado americano da Califórnia. "A NEOWISE não só nos dá uma melhor compreensão dos asteróides e cometas que estudamos directamente, como também nos vai ajudar e refinar os nossos conceitos e planos operacionais de missões espaciais futuras de catalogação de objectos próximos da Terra".
Fonte: Astronomia On-Line
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