Estudo em meteorito sugere que atmosfera de Marte pode está presa em suas rochas

A atmosfera de Marte pode não ter escapado há bilhões de anos para o espaço, como o imaginado até então. Em vez disso, a maior parte do dióxido de carbono marciano pode estar preso dentro de rochas.
Imagem em cor falsa de uma fatia do meteorito Lafayette, com mapas sobrepostos de raios-X de silício (verde), ferro (vermelho) e cálcio (azul). O carbonato (laranja) substituiu a olivina (azul), ambos cercados por veias de argila (verde).Créditos:Space
 
A maior parte da atmosfera rica em dióxido de carbono de Marte desapareceu cerca de 4 anos bilhões atrás, deixando um planeta frio e inóspito coberto por uma fina camada de gás. Mas uma nova análise de um meteorito marciano afirma que parte do dióxido de carbono desapareceu no próprio planeta, e não no espaço, como estudos anteriores sugeriram. Esta é a primeira evidência direta de como o dióxido de carbono é removido, preso e armazenado em Marte”, disse Tim Tomkinson, autor do estudo e geoquímico da Universidade de Glasgow, no Reino Unido. “Podemos descobrir coisas surpreendentes sobre Marte com a pequena quantidade de amostras que temos.”
 
Tomkinson e seus colegas analisaram a história da atmosfera de Marte analisando minerais em uma pequena fatia do meteorito Lafayette, uma rocha marciana que caiu na Terra há 11 milhões anos. O Lafayette é um dos vários meteoritos marcianos chamados de Nakhlites, que teriam sido ejetados de um vasto planalto vulcânico pelo impacto de um cometa. O meteorito de basalto (uma rocha vulcânica rica em olivina) possui 1,3 bilhão de anos de idade. Muito antes de sua viagem espacial, a água alterou a rocha, deixando fraturas microscópicas que foram preenchidas com argilas e carbonatos. A datação radiométrica indica que estes minerais se formaram cerca de 625 milhões de anos atrás.
 
A equipe de Tomkinson descobriu que a siderita de Lafayette, um mineral carbonato rico em ferro, se formou pela carbonatação. Quando a água e o dióxido de carbono se combinam com a olivina no basalto, a reação química resultante cria carbonato e minerais de silicato, prendendo o gás. Espaçonaves e sondas da NASA já encontraram depósitos de carbonato no planeta. E a próxima nave espacial da NASA que partirá rumo a Marte, chamada MAVEN, ajudará a investigar o destino da atmosfera de nosso vizinho planetário.

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