Como será nossa galáxia após colidir com Andrômeda



A foto acima, divulgada pela NASA e feita pela câmera infravermelha do telescópio espacial Spitzer e da luz visível do telescópio Hubble, mostra a NGC 6240, uma colisão entre duas galáxias ricas em gás, que se fundiram a 330 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Ofiúco. A galáxia está passando por intensos períodos de formação inicial, o que indica que duas galáxias menores sofreram uma fusão que começou a cerca de 30 milhões de anos atrás, e só vai terminar daqui algumas centenas de milhões de anos.  O fenômeno em si já é interessante, mas fica mais fascinante porque nos permite ter uma ideia de como a fusão de nossa galáxia vai parecer para um observador em outro ponto do universo. A galáxia Andrômeda está se deslocando constantemente em nossa direção, e deve nos alcançar em cerca de 5 bilhões de anos.  Conforme se fundir com a Via Láctea, os buracos negros supermassivos que se encontram no centro de cada uma das galáxias também vão se unir.

O mesmo aconteceu com a NGC 6240. No centro da galáxia, há dois buracos negros supermassivos que estão a meros 3.000 anos-luz de distância um do outro. Este é um fenômeno interessante para os físicos observarem, já que a colisão de buracos negros deve produzir grandes ondulações no espaço-tempo, chamadas de ondas gravitacionais. Essas ondas gravitacionais são difíceis de detectar e figuram no topo da lista de “mais procurados” dos cientistas, ao lado da matéria escura e da energia escura. Encontrá-las e compreender suas propriedades pode dar algumas pistas sobre a formação de buracos negros supermassivos, além de confirmar aspectos importantes da teoria da relatividade geral de Einstein que descreve como o espaço-tempo é afetado pela massa.


Passado, presente, futuro


A luz viaja a uma velocidade finita. Isso significa que, quando observamos o universo, estamos constantemente observando o passado. Dependendo da distância de certos objetos da Terra, mais longe no passado nós os observamos. Por exemplo, agora, nós estamos vendo como o sol era 8 minutos atrás. Alpha Centauri (a estrela mais próxima do nosso sol) aparece para nós como era mais de 4 anos atrás. A NGC 6240, por sua vez, é observada na sua forma mais de 400 milhões de anos atrás. Sendo assim, o que aconteceu com a  NGC 6240, em relação ao tempo da Terra, foi que: 450 milhões de anos atrás, as galáxias se fundiram; 400 milhões de anos atrás, os buracos negros supermassivos se aproximaram a 3.000 anos-luz de distância um do outro; 250 milhões de anos atrás, os buracos negros se fundiram. Do tempo da Terra, as galáxias se fundiram há 50 milhões de anos, os buracos negros supermassivos estão a 3.000 anos-luz de distância um do outro nesse momento, e só daqui a 150 milhões de anos vão se fundir.
Fonte:  HypeScience.com

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