O LHC está colidindo matéria a trilhões de graus

lhc big bang ions de chumbo

O maior acelerador de partículas do mundo, o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), está embarcando em uma nova e emocionante fase: vai colidir íons de chumbo em um nível de energia que é o dobro de qualquer experimento feito anteriormente. A partir deste mês, os cientistas devem executar testes com íons de chumbo carregados positivamente, ou seja, despojados de seus elétrons. A colisão de íons de chumbo permite que os pesquisadores estudem um estado da matéria que existia logo após o Big Bang, atingindo uma temperatura de vários trilhões de graus.

Avanço significativo
Para estudar o estado da matéria logo após o Big Bang, é preciso recriar um momento no tempo quase infinitamente breve. O estado que está sendo quasi-simulado pelo LHC só existiu no nosso universo por alguns milionésimos de segundo, quando a matéria extremamente quente e densa era uma espécie de sopa primordial composta de partículas chamadas de quarks e glúons.

Ao aumentar a energia das colisões nas novas experiências com íons de chumbo, os cientistas vão aumentar o volume e temperatura do plasma de quark e glúon, permitindo uma análise mais detalhada e precisa de como a matéria se comportava nas condições fugazes imediatamente após o Big Bang. De acordo com John Jowett, que dirige o programa de íons pesados do CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, o laboratório na Suíça onde fica o LHC), devemos comemorar o rompimento de uma “nova barreira de energia simbólica”, pois, em sua opinião, vai levar um bom tempo antes de uma próxima fronteira como essa ser atravessada.

“A concentração de tanta energia em um pequeno volume nuclear é suficiente para estabelecer densidades verdadeiramente colossais e temperaturas cerca de um quarto de um milhão de vezes aquelas que estão no núcleo do sol”, disse. “Colisões de íons pesados recriam o plasma de quarks e glúons, o estado extremo de matéria que se acredita ter preenchido o universo quando ele tinha apenas microsegundos de idade”.
Fonte: ScienceAlert

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