O Universo está crescendo mais rápido do que o esperado
Os cientistas não sabem ao certo por que, mas novos cálculos mostram que o universo está se expandindo mais rápido do que o esperado, possivelmente por resultado de algo que nós só suspeitamos que existe – a radiação escura. A mais recente pesquisa sobre os movimentos das estrelas descobriu que o universo está se expandindo entre 5% e 9% mais rápido do que no início de sua existência. Uma consequência disto poderia ser um rasgo bem no meio do cosmos. Um universo engraçado ficou mais engraçado”, diz o pesquisador australiano e astrofísico da Universidade Nacional da Austrália, Brad Tucker.
RAZÕES - “Pode ser uma nova força semelhante à energia escura, ou uma nova partícula, ou pode ser que a energia escura em si mudou ao longo do tempo”, acrescenta ele. “Nós pensamos que estávamos perto de compreender a energia escura, mas agora sabemos que não estamos perto de saber a resposta. Há um monte de trabalho a fazer. Estrelas, planetas e gás representam apenas 5% do universo. O resto é formado por 25% de matéria escura e 70% de energia escura, sendo que ambas são invisíveis e nunca foram diretamente detectadas. Valores precisos da expansão a partir de 13,7 bilhões de anos atrás foram calculados a partir de observações da radiação cósmica de fundo, o brilho muito fraco do Big Bang. A pesquisa foi conduzida pelo ganhador do prêmio Nobel Adam Riess, do Space Telescope Science Institute e da Universidade Johns Hopkins, nos EUA.
DISTÂNCIA DOBRADA - O telescópio espacial Hubble foi usado para observar as estrelas variáveis, chamadas de Cefeidas, e supernovas de tipo Ia, ambos com brilho conhecido, o que permite que a sua distância seja determinada com precisão. A equipe mediu os movimentos de cerca de 2.400 estrelas cefeidas e cerca de 300 supernovas Tipo Ia por mais de dois anos e meio. A partir destas medições, eles calcularam a taxa de expansão do universo, conhecida como a constante de Hubble, com o valor de 73,2 quilômetros por segundo por megaparsec (um megaparsec equivale a 3,26 milhões de anos-luz). O novo valor significa que a distância entre os objetos cósmicos vai dobrar em mais 9,8 bilhões de anos.
TEORIAS - A equipe tem uma série de teorias para o excesso de velocidade do universo. Uma possibilidade é que a energia escura pode estar empurrando galáxias para longe uma da outra com uma força crescente denominada energia escura fantasma. Outra ideia é que o cosmos conteria uma partícula subatômica em sua história primitiva que viajou perto da velocidade da luz e afetou a taxa de expansão. Tais partículas rápidas são referidas coletivamente como radiação escura e incluem partículas anteriormente conhecidas, como os neutrinos. O impulso na aceleração também pode significar que a matéria escura possui algumas características estranhas e inesperadas.
Ou o universo em aceleração pode estar dizendo aos astrônomos que a teoria da gravidade de Einstein é incompleta. Embora seja improvável que afete o futuro próximo da humanidade, Tucker diz que os diferentes cenários poderiam ter sérias repercussões para o universo. Se a aceleração não é muito rápida, o universo iria arrefecer enquanto expande, resultando em um grande congelamento”, diz ele. “Mas se o universo não pode se manter com a sua própria aceleração, haverá um grande rasgo. Ele irá literalmente rasgar ao meio, o que seria fantástico”.
Fonte: Science Alert
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