Seis fatos bem pesados sobre a gravidade
Fatos
sobre a gravidade - A gravidade determina a estrutura do Universo, governando o
movimento dos planetas em torno das estrelas, mantendo as galáxias coesas e
tudo o mais. Mas não pense que sabemos tudo sobre a gravidade. Por exemplo, não
sabemos a forma exata como ela se encaixa com as outras forças fundamentais -
apenas reconhecemos que a gravidade é uma das quatro forças fundamentais da natureza,
juntamente com o eletromagnetismo, a força fraca e a força forte.
Por
outro lado, quando queremos explicar os fenômenos, nós desenvolvemos teorias. E
a teoria da gravidade moderna - essencialmente a Teoria Geral da Relatividade
de Einstein - é uma das teorias mais bem-sucedidas que temos. Assim, para
começar a procurar pelo que ainda não sabemos, é bom fazer um resumo do que já
sabemos - ou acreditamos saber - sobre a gravidade.
1.
A gravidade é de longe a força mais fraca que conhecemos
A
gravidade apenas atrai - não há nenhuma versão negativa da força para separar
as coisas. E, embora a gravidade seja forte o suficiente para manter as
galáxias coesas, ela é tão fraca que cada um de nós a vence o tempo todo.
Quando você pega um livro, por exemplo, você está derrotando a força da
gravidade de toda a Terra. Para comparação, a força elétrica entre um elétron e
um próton dentro de um átomo é aproximadamente um quintilhão (um 1 com 30 zeros
depois dele) de vezes mais forte do que a atração gravitacional entre eles. Na
verdade, a gravidade é tão fraca que... não sabemos exatamente o quão fraca ela
é.
2.
Gravidade e peso não são a mesma coisa
Os
astronautas flutuam dentro da Estação Espacial, e comumente se chama isso de
"gravidade zero". Mas isso não é verdade. A força da gravidade sobre
um astronauta é de cerca de 90% da força que ele experimenta quando está no
solo. No entanto, os astronautas não têm peso, já que o peso é a força que o
solo (ou uma cadeira, ou uma cama ou qualquer outra coisa) exerce de volta
sobre ele aqui embaixo.
Pegue
uma balança e fique sobre ela em um elevador enquanto desce e sobe - tente
ignorar qualquer olhar de estranheza que você perceba. Seu peso irá oscilar, e
você sentirá o elevador acelerando e desacelerando; no entanto, a força
gravitacional será sempre a mesma. Em órbita, por outro lado, os astronautas se
movem junto com a Estação Espacial. Não há nada para empurrá-los contra a
lateral da nave para fazer peso. Einstein transformou esta ideia, junto com sua
Teoria da Relatividade Especial, na Relatividade Geral.
3.
A gravidade forma ondas que se movem à velocidade da luz
A Relatividade Geral prevê as ondas gravitacionais. Se você tiver duas estrelas - ou duas anãs brancas ou dois buracos negros - travados em uma órbita mútua, eles lentamente se aproximarão, à medida que as ondas gravitacionais retiram energia do sistema duplo. Na verdade, a Terra também emite ondas gravitacionais conforme orbita o Sol, mas a perda de energia é muito pequena para conseguirmos notar ou medir. Havia indícios indiretos das ondas gravitacionais há 40 anos, mas o Observatório de Ondas Gravitacionais de Interferometria a Laser (LIGO) só confirmou o fenômeno neste ano.
Os
detectores captaram uma explosão de ondas gravitacionais, inicialmente pensadas
como tendo se originado da colisão de dois buracos negros, mas o assunto ainda
está em discussão entre os astrofísicos. Uma consequência da Relatividade é que
nada pode viajar mais rápido do que a velocidade da luz no vácuo. Segundo a
teoria, isso vale para a gravidade, também: se algo drástico acontecer com o
Sol, o efeito gravitacional chegaria até nós ao mesmo tempo que a luz do
evento.
4.
Comportamento microscópico da gravidade colocou físicos em loop
As
outras três forças fundamentais da natureza (eletromagnetismo, força fraca e
força forte) são descritas por teorias quânticas na menor das escalas. No
entanto, nós ainda não temos uma teoria quântica totalmente funcional da
gravidade. Uma das linhas de pesquisa é chamada de Gravidade Quântica em Circuito
Fechado (Loop Quantum Gravity), que utiliza técnicas da física quântica para
descrever a estrutura do espaço-tempo. Ela propõe que o espaço-tempo, nas
escalas mais ínfimas, é formado por partículas, da mesma forma que a matéria é
formada por partículas.
A
matéria seria restrita a saltar de um ponto para outro sobre uma estrutura
flexível, parecida com uma rede. Isso permite que a gravidade quântica em loop
descreva o efeito da gravidade em uma escala muito menor do que o núcleo de um
átomo. Uma abordagem mais famosa é a Teoria das Cordas, segundo a qual as
partículas - incluindo os grávitons - são consideradas vibrações de cordas que
são enroladas em dimensões pequenas demais para serem medidas por qualquer
experimento ou instrumento conhecido. Contudo, nem a gravidade quântica em
loop, nem a Teoria das Cordas, e nem qualquer outra teoria, atualmente é capaz
de fornecer detalhes testáveis sobre o comportamento microscópico da gravidade.
5.
Gravidade pode ser transportada por partículas sem massa chamadas grávitons
Estamos
falando sobre o que "sabemos" sobre a gravidade, mas nunca é demais
ressaltar o "pode. No Modelo Padrão, as partículas interagem umas com as
outras através de outras partículas portadoras de força. Por exemplo, o fóton é
o portador da força eletromagnética. As partículas hipotéticas para a gravidade
quântica podem ser os grávitons, e há algumas ideias de como eles devem operar
a partir da Relatividade Geral. Como os fótons, os grávitons provavelmente não
têm massa. Se eles tivessem massa, os experimentos deveriam ter captado alguma
coisa, mas isto não descarta uma massa ridiculamente pequena para não afetar os
aparelhos.
6.
Gravidade quântica aparece no menor comprimento possível
A
gravidade é muito fraca; mas, quanto mais próximos dois objetos estão, mais
forte ela se torna. Em última análise, ela atinge a força das outras forças a
uma distância muito pequena conhecida como "comprimento de Planck",
muitas vezes menor do que o núcleo de um átomo. É aí que os efeitos da gravidade
quântica serão fortes o suficiente para serem medidos, mas é tudo pequeno
demais para qualquer experimento imaginável hoje.
Alguns
físicos têm proposto teorias que permitem que a gravidade quântica se revele
perto da escala dos milímetros, mas até agora esses efeitos não foram
detectados. Outros físicos têm olhado para formas criativas para amplificar os
efeitos da gravidade quântica, usando vibrações em uma grande barra de metal ou
coleções de átomos mantidos a temperaturas ultrafrias, mas também ainda sem
sucesso. Ou seja, parece que, desde a menor escala até a maior, a gravidade
continua a atrair a atenção dos cientistas. Talvez isso sirva de consolo na
próxima vez que você levar um tombo, quando a gravidade também vai atrair não
apenas sua atenção, mas você inteiro, de uma maneira chocante.
Fonte: Inovação Tecnológica
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