Buracos Negros Engolem Estrelas Inteiras, de Acordo com Estudo
Observações sugerem que buracos negros engolem estrelas condenadas, aumentando o mistério em torno desses monstros celestes.
De todos os mistérios no
Universo, buracos negros certamente estão no topo da lista. Eles têm um campo
gravitacional tão forte que uma vez um objeto ali caindo, não será nunca capaz
de escapar. O que acontece a esse objeto é
um total mistério que a física atual não pode responder. Nossas melhores idéias
sugerem que sob tal gravidade esmagadora, a matéria simplesmente é aniquilada –
mas o que isso significa realmente? Isto pode realmente acontecer?
Quando você pensa sobre isso,
soa um pouco demais como ficção científica. Talvez seja o suficiente para dar
nós no seu cérebro a ponto de você espontaneamente exclamar
"covfefe!"
A existência de buracos negros
foi predita no início do século XX pela Teoria Geral da Relatividade de
Einstein, e recebida com ceticismo generalizado por físicos e astrônomos. Embora a maioria agora aceite
que buracos negros devem existir, não há evidência definitiva que prove isso
além de qualquer dúvida. Isto significa que alguns pesquisadores continuam a se
perguntar se alguma coisa desconhecida impede o colapso antes que o campo
gravitacional se torne forte o bastante para criar o buraco negro.
A característica chave de um
buraco negro é o “horizonte de eventos”. É a fronteira invisível que o separa
do resto do Universo. Se uma estrela cruza o horizonte de eventos ela pode
simplesmente apagar-se, como uma lâmpada sendo desligada. Entretanto, se alguma coisa
impediu a formação do buraco negro, então haveria uma superfície sólida para a
estrela se chocar. Neste caso, a colisão faria o objeto irromper em brilho.
Agora, astrônomos da
Universidade do Texas em Austin e da Universidade de Harvard, concluíram que o
clarão deveria durar meses ou anos enquanto o gás da estrela esmagada
esfriasse. E eles estiveram procurando por tais explosões. Eles procuraram no arquivo do
Pan-STARRS por sinais. Este telescópio de 1,8 m no Havaí completou recentemente
uma pesquisa de 3,5 anos na metade do céu do norte, procurando especificamente
por coisas que mudam de brilho.
A equipe procurou no centro de
galáxias, onde se supõe que buracos negros supermassivos (ou seus equivalentes)
se encontram. Eles calcularam que em 3,5 anos poderiam ver cerca de dez clarões
se os objetos fossem sólidos ao invés de buracos negros. Eles não viram qualquer clarão.
Isto reforça a posição de que os objetos no centro de galáxias são de fato
buracos negros que engolem estrelas inteiras e não objetos sólidos compactos.
O astrônomo Ramesh Narayan, um
dos autores do estudo, disse à Sociedade Real de Astronomia: “Nosso trabalho
implica que alguns, talvez todos os buracos negros têm horizontes de eventos e
que matéria realmente desaparece do universo observável quando puxada para
dentro destes exóticos objetos, como esperávamos por décadas. Mas não cantem vitória ainda.
Embora o trabalho reforce o substancial corpo de evidências para a existência
dos buracos negros ainda não é a prova absoluta de sua existência.
O que gostaríamos realmente de
ver é a luz de uma estrela engolida desaparecer de vista. Bem, talvez tenhamos
visto alguma coisa como isso lá atrás, em 1992. O astrofísico da NASA Joseph F.
Dolan usou dados do instrumento ultravioleta do Telescópio Espacial Hubble para
criar tabelas sobre o candidato a buraco negro Cygnus X-1, localizado a 6.000
anos luz da Terra.
A pesquisa de Dolan identificou
dois sinais ultravioleta que pareciam nuvens luminosas de gás espiralando em
direção ao buraco negro antes de desaparecer completamente, como se esperaria
se cruzassem o horizonte de eventos. Estas foram observações
tantalizantes, mas infelizmente tais sinais não foram vistos novamente apesar
de outras buscas. Mas agora, há esperança renovada de que essa prova esteja
próxima.
O Telescópio de Horizontes de
Eventos está atualmente coletando e analisando dados que poderão nos mostrar o
horizonte de eventos do buraco negro situado no centro da nossa própria
galáxia. Se isto acontecer, então o trablho duro começa. Os cientistas terão que se
voltar totalmente para a hercúlea tarefa de explicar o que acontece dentro de
um buraco negro. Somente indo além de Einstein para uma teoria quântica da
gravidade eles estarão aptos a fazer isto.
Fonte : The Guardian, 01/06/2017
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