Observações de rádio confirmam jato super rápido de material de fusão de estrela de nêutrons
À medida que o jato do evento de fusão de estrelas de nêutrons surgiu no espaço, imagens de rádio simuladas na concepção desse artista ilustram seu movimento extremamente rápido. Nos 155 dias entre duas observações, o jato pareceu se mover dois anos-luz, uma distância que exigiria que ele viajasse quatro vezes mais rápido que a luz. Esse "movimento superluminal" é uma ilusão criada quando o jato é apontado quase na direção da Terra e está, na verdade, movimentando mais de 97% da velocidade da luz. (Não à escala.) Crédito: D. Berry, O. Gottlieb, K. Mooley, G. Hallinan, NRAO / AUI / NSF
Em Agosto de 2017, fomos
surpreendidos pelo anúncio da detecção de uma onda gravitacional que havia
gerado a sua contrapartida eletromagnética. A famosa GW170817, foi uma
onda gravitacional gerada a partir da fusão de duas estrelas de nêutrons, um
evento até então nunca antes observado. A fusão entre as duas
estrelas de nêutrons aconteceu em uma galáxia, localizada a 130 milhões de
anos-luz de distância da Terra.
Como teve a contrapartida
eletromagnética, uma grande quantidade de observatórios ao redor do mundo pôde
estudar como a onda muda com o relação ao tempo e esse estudo fornece
informações importantes sobre a origem delas. Uma das questões sobre
esse evento é se a fusão havia gerado um jato estreito e com velocidade
relativístico.
A importância da detecção
desse jato é que eles são os jatos que deveriam ser produzidos no tipo de fusão
de estrelas de nêutrons que os astrônomos falaram que aconteceu e que
produziram a explosão de raios-gama detectada por eles. Ou seja, eles seriam meio
que a confirmação que a onda gravitacional detectada na Terra foi mesmo gerada
pela fusão de duas estrelas de nêutrons.
Os astrônomos então
acionaram os rádio telescópios espalhados pelo mundo e começaram uma grande
campanha de observação. Eles conseguiram observar
o jato 75 dias depois do evento e 230 dias depois do evento.
O jato era muito estreito
com cerca de 5 graus de largura.
Mas o mais impressionante
foi a velocidade, num primeiro momento em que foi medido o movimento, chegaram
a um valor 4 vezes maior que a velocidade da luz. Mas essa é uma ilusão que
ocorre quando o jato está apontado praticamente na direção da Terra e o
material no jato está se movendo perto da velocidade da luz. O jato na verdade tinha
uma velocidade que era superior a 97% da velocidade da luz, por isso um jato
relativístico.
Para produzir esse jato de
material, a fusão inicial das duas estrelas de nêutrons causou uma explosão que
expeliu uma concha esférica de detritos. As estrelas de nêutrons
colapsaram em buracos negros cuja gravidade começou a puxar o material em sua
direção. O material formou um disco
ao redor do buraco negro que gerou um par de jatos expelidos a partir dos
polos.
O jato então interagiu com
os detritos formando um casulo de material em expansão.
O casulo dominou a emissão
em ondas de rádio até 60 dias depois da fusão e depois disso a emissão foi
dominada pelos jatos. A detecção desse jato é de
suma importância, pois fortalece e muito a conexão entre a fusão de estrelas de
nêutrons e as explosões de raios-gama de curta duração. Por isso que quando as
ondas gravitacionais foram detectadas pela primeira vez, se falou que elas
iriam revolucionar a astronomia e o entendimento do universo.
Esses jatos são fenômenos
extremamente complexos e raros de serem observados, mas são eles que serão
usados para explicar os objetos mais extremos e mais enigmáticos do nosso
universo. Os dados obtidos na onda
gravitacional GW 170817 continurão sendo estudados e sempre que novidades e
descobertas forem publicadas eu trago aqui para vocês.
Fonte: http://spacetoday.com.br
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