Pulsar que viaja a 4 milhões de KM/H
(Remanescente de supernova CTB 1) NASA
Muitas estrelas viajam pelas
galáxias que habitam, orbitando lentamente o núcleo galáctico. Nesse caso,
trata-se de uma estrela de nêutrons chamada PSR J0002 + 6216 e está fugindo
rapidamente pela Via Láctea em velocidades absolutamente alucinantes. Para ser
preciso, ela está viajando a 1.130 km/s. Isso poderia nos levar da Terra para a
Lua em 6 minutos. É uma das estrelas mais rápidas que já vimos.
PSR J0002 + 6216 (ou J0002,
mas também conhecida como ‘Zoomy’) é um tipo de estrela de nêutrons chamada de
pulsar. Uma estrela de nêutrons é o núcleo colapsado de uma estrela de uma
certa massa depois que ela foi supernova – supernova, por sua vez, é um dos
estágios finais da vida de uma estrela.
Os pulsares são estrelas de
nêutrons altamente magnetizadas com uma taxa de rotação extraordinariamente
rápida, que emitem jatos de radiação eletromagnética à medida que giram. Se
esses jatos estiverem alinhados corretamente, girando para que a radiação
pisque em direção a Terra, podemos vê-lo como um farol cósmico.
Zoomy, que fica a cerca de
6.500 anos-luz de distância, na constelação de Cassiopeia, fica a cerca de 53
anos-luz do centro de um remanescente de supernova em forma de bolha chamado
CTB 1. A cauda, observada no espectro de rádio, segue por 13 anos-luz
entre a camada externa dos detritos da supernova e a estrela.
Isso funciona como uma
espécie de flecha cósmica, apontando diretamente para o local de nascimento do
pulsar. “Medir o movimento do pulsar e localizá-lo para trás mostra que ele
nasceu no centro do remanescente, onde ocorreu a explosão da supernova”, disse
o astrofísico Matthew Kerr, do Laboratório de Pesquisa Naval.
Os pesquisadores acham que a
explosão da supernova que produziu a CTB 1 poderia ter sido assimétrica, o que,
de alguma forma, acelerou o pulsar, enviando-o para o espaço. E quanto a
explosão, a equipe foi capaz de determinar, e ocorreu cerca de 10.000 anos
atrás. Zoomy alcançou a borda da bolha da supernova por volta de 5.000 anos
atrás.
“Os restos da explosão no
remanescente da supernova expandiram-se originalmente mais rápido que o
movimento do pulsar”, disse o astrônomo Dale Frail, do Observatório Nacional de
Radioastronomia. “No entanto, o entulho foi retardado pelo seu encontro com o
material tênue no espaço interestelar, de modo que o pulsar foi capaz de
alcançá-lo e ultrapassá-lo”, concluiu.
Ele está se movendo tão
rápido que eventualmente será capaz de escapar da Via Láctea e continuar
acelerando através do espaço intergaláctico. Outras estrelas de nêutrons também
já foram observadas nessas velocidades incríveis – o mais rápido foi o RX J0822-4300,
viajando a uma velocidade absolutamente impressionante de 1.500 quilômetros por
segundo. Nosso amigo Zoomy ainda é um dos mais rápidos, com o pulsar médio
viajando a cerca de 240 quilômetros por segundo.
Além disso, tem o sinal mais
claro para o seu ponto de origem, o que torna esta uma descoberta
surpreendente, porque poderia ajudar os astrônomos a entender a dinâmica que
lança essas estrelas no espaço a velocidades tão tremendas.
Uma hipótese é que
instabilidades na estrela em colapso poderiam criar uma região de matéria em
movimento lento que atrai gravitacionalmente a estrela de nêutrons, criando a
aceleração. Até agora, Zoomy parece ser consistente com isso – embora,
naturalmente, mais observações sejam necessárias.
Fonte: ScienceAlert
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