Anãs marrons podem não ser estrelas, mas superplanetas
Concepção
artística de uma anã marrom - ou deveríamos passar a dizer de um "anão
marrom"?[Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Planetas
quentes ou estrelas frias?
As anãs marrons sempre
estiveram na fronteira entre as estrelas de pleno direito e os muito menores
planetas, embora o modo como elas se originam ainda esteja por ser totalmente
compreendido.
Sua massa típica - as anãs
marrons são pelo menos 13 vezes mais pesadas do que o planeta Júpiter - é
suficiente para gerar energia em seu núcleo através da fusão nuclear - ao menos
temporariamente. Elas não são suficientemente maciças, no entanto, para
inflamar o hidrogênio em seus núcleos e, assim, criar sua própria luz.
Assim, por décadas tem
permanecido a pergunta: as anãs marrons são estrelas que "falharam"
ou são meramente superplanetas?
Planeta
com planetas?
Astrônomos da Universidade
Heidelberg, na Alemanha, acreditam ter encontrado a resposta.
Eles usaram telescópios nos
EUA, Chile e Japão para observar a Rho Ofiúco, na constelação do Serpentário,
analisando variações na velocidade radial dessa estrela/planeta ao longo de 11
anos.
Os dados mostraram um padrão
similar ao causado por planetas que orbitam uma estrela ou por estrelas
binárias, ambas situações bastante comuns.
Uma análise mais detalhada,
contudo, revelou algo extraordinário: a Rho Ofiúco está sendo orbitada por duas
anãs marrons, com períodos orbitais de 530 e 3.185 dias, o que coloca o sistema
em uma ressonância 6:1. Assim, a anã marrom mais próxima da Rho Ofiúco orbita
sua "estrela" exatamente seis vezes enquanto a outra, mais distante,
completa apenas uma órbita.
Origem
das anãs marrons
Isto é uma forte indicação de
que as anãs marrons podem não se desenvolver como estrelas ordinárias, em uma
nuvem interestelar, mas se formarem no chamado disco protoplanetário de gás e
poeira que circunda uma estrela na primeira fase de sua formação.
Em outras palavras, as anãs
marrons estão muito mais para planetas quentes do que para estrelas frias.
Mas será necessário esperar
novas observações para confirmar isto, já que este "sistema
superplanetário" é o primeiro desse tipo a ser observado e estudado em
detalhes. Os pesquisadores alemães afirmam esperar que outras descobertas
similares possam no futuro permitir esclarecer quantas das estrelas "fracassadas"
são na verdade irmãs mais pesadas de planetas como Júpiter e Saturno.
Fonte: Inovação Tecnológica
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