Curiosity detecta níveis anormalmente elevados de metano


Esta imagem foi obtida pela Navcam do rover Curiosity da NASA no dia 18 de junho de 2019, o seu 2440.º dia marciano, ou sol, da sua missão. Mostra parte de "Teal Ridge", que o rover tem vindo a estudar dentro de uma região chamada "unidade argilosa". Crédito: NASA/JPL-Caltech

A semana passada, o rover Curiosity da NASA descobriu um resultado surpreendente: a maior quantidade de metano já medida durante a missão - cerca de 21 partes por cada mil milhões de unidades de volume. A descoberta veio do espectrómetro a laser SAM (Sample Analysis at Mars) do rover. É excitante porque a vida microbiana é uma importante fonte de metano na Terra, mas o metano também pode ser criado através de interações entre rochas e água.

O Curiosity não tem instrumentos que possam dizer definitivamente qual é a fonte do metano, ou até se é proveniente de uma fonte local dentro da Cratera Gale ou de qualquer outro lugar do planeta.  Com as nossas medições atuais, não temos como dizer se a fonte de metano é biológica ou geológica, ou mesmo antiga ou moderna," disse Paul Mahaffy, investigador principal do SALM no Centro de Voo Espacial Goddard da NASA em Greenbelt, no estado norte-americano de Maryland.

A equipa do Curiosity detetou metano muitas vezes ao longo da missão. Os trabalhos anteriores documentaram como os níveis de fundo do gás parecem subir e descer sazonalmente. Também notaram picos repentinos de metano, mas a equipa de cientistas sabe muito pouco sobre quanto tempo estas plumas transitórias duram ou porque são diferentes dos padrões sazonais.

A equipa do SAM organizou uma experiência diferente para este fim-de-semana que passou, a fim de recolher mais informações sobre o que poderia ser uma pluma passageira. O que quer que encontrem - mesmo que seja uma ausência de metano - vai adicionar contexto à medição recente.

Os cientistas do Curiosity precisam de tempo para analisar estas pistas e realizar muitas mais observações de metano. Também precisam de tempo para colaborar com outras equipas científicas, incluindo as da ExoMars TGO da ESA, que está em órbita científica há pouco mais um ano sem detetar qualquer metano. A combinação das observações à superfície e em órbita pode ajudar os cientistas a localizar fontes do gás no planeta e a entender quanto tempo dura na atmosfera marciana. Isso pode explicar porque razão as observações do gás metano pela TGO e pelo rover Curiosity têm sido tão diferentes.
Fonte: Astronomia OnLine

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